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Eugênio Trivinho

Professor do Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

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Brumas de Monopólio (I)

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Ao que tudo indica, a principal empresa de visibilidade mediática de massa no Brasil – a segunda em escala global – resolveu, de fato, apertar o cerco à necropolítica neofascista do Governo Federal.

Recentemente, o apresentador Luciano Huck, polindo credibilidade política para 2022, abriu frente pelo impeachment do hóspede do Palácio do Planalto. O sofrimento coletivo de Manaus, cujas imagens comoveram o Brasil e boa parte da comunidade internacional, soou o alarme ético da intolerância absoluta em relação à iniquidade. A letargia precisou constatar o horror aflitivo da exasperação de uma cidade inteira para despertar agentes mediáticos conservadores com visibilidade internacional e rápido poder mobilizatório.Em seguida, foi a vez do desabafo engajado – autêntico e corretíssimo – da atriz Maria Flor: focou o andar superior do Congresso Nacional. Cabe a Rodrigo Maia reconhecer apenas um das dezenas de pedidos de impeachment para tornar o processo juridicamente exequível no desacreditado tecido parlamentar de Brasília.

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Artistas do império televisivo brasileiro não costumam protagonizar manifestos políticos tão ostensivos. O exercício público da liberdade de expressão política e/ou partidária sempre padece sob tutelas contratuais estritas.

Sob o mesmo sonar, Mirian Leitão roteou parafusos tardios na vidraça do Planalto. Em coluna dominical, a jornalista referendou o impeachment do hóspede.

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O veemente vídeo de Maria Flor, viralizado nas redes sociais, foi sintomático em acepção especial: tonalizou que a esperança estratégica por dias melhores deve vir fortemente de vozes femininas com tolerância zero à degradante realidade pós-2016. Marielle, exuberante, ainda deporá o hóspede e seus asseclas milicianos.

Em aparente simulação, Maia sondou pares no Senado sobre a viabilidade do impeachment. Nesse assoalho, sua movimentação sempre estagiou em conveniente titubeio.

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Há algo no ar – de brumas de monopólio multimediático – que os bastidores ninam com sangue nos olhos e que somente o tempo poderá testemunhar por completo.

Em raia somatória e acertadamente paralela, vários partidos de oposição anunciaram protocolo de pedido coletivo em prol do despejo institucional. Entidades do espectro de esquerda realizaram carreatas e buzinaria em inúmeras capitais e cidades Brasil adentro. Oxalá seja o início da libertação antifascista da principal cadeira da República. 

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Para rivalizar em poder simbólico e visibilidade, movimentos conservadores e liberais de direita, que, de 2014 a 2016, renderam estrepitosa sustentação nas ruas à trama de agentes políticos em bastidores – para retirar a ex-presidenta Dilma Rousseff do cargo –, resolveram reproduzir, no dia seguinte, o mesmo modo antipandêmico de protesto, em várias cidades, em favor do impeachment do hóspede, antes por eles sufragado.

De uma forma ou outra, a grande imprensa, incluindo seu trecho monopolista, deu destaque às duas vertentes de manifestação.

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Em geral, em negócios institucionais e militares, a robusta ala do Brasil dependente copia, com variações tropicais, os Estados Unidos. O establishment norte-americano acaba de expurgar da Casa Branca quem as informações oficiais mais recentes atestam não tinha sequer um plano nacional adequado para imunização anti-COVID-19 – depois de 400 mil mortes. O combate federal ao vírus no Brasil, nulo, mostrou-se um desastre genocida. Sob estatística insegura, o país ultrapassa a metade do número de óbitos dos Estados Unidos. Urge a ejeção do hóspede pelo Congresso Nacional.

Seja como for, o imponderável, reunindo aos poucos coragem para autonegar-se, fareja, há bom tempo, estirpes de generalato ultraconservador, como conhecido legado de sina, impróprio a uma mesa civil já saturada por vicissitudes insolúveis.

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