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Dom Orvandil

Bispo Primaz da Igreja Católica Anglicana, Editor e apresentador do Site e do Canal Cartas Proféticas

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Caminhos para derrotar o neofascismo

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Na Reflexão do Evangelho do Domingo de Ramos de 2022 mencionei o artigo do Pe. Wander Torres Costa sobre sua sábia aplicação do conceito de “Personalidade Autoritária” do filósofo alemão Theodoro Adorno alemão, na compreensão do papel de Judas Iscariotes e a relação dele com o ímpeto psicológico inconsciente do ódio profundo que habita e articula as massas acriticamente e feitas “turbas” manipuladas pelo traidor, como identificação da alta intensidade irracional desta força produtiva de horror, terror, atos preconceituosos, mentiras e violências praticadas pelo fascismo.

Como profeta que analisa os sinais dos tempos com os pés muito bem cravados no chão turbulento da realidade opressiva e com os olhos atentos às denúncias do sentir inteligente e intelectual, que hoje chamamos de análise científica da conjuntura, o Pe. Wander, preocupado com os desastres ambientais como consequências do fascismo e com a propaganda e agitação da barbárie, logo após a posse do que se configuraria como a pior tragédia política em forma de gonocídio, ecocídio, corrupção e golpes sobre golpes,  o sacerdote professor da Faculdade Arquidiocesana de Mariana “Dom Luciano Mendes de Almeida” alertou responsavelmente o que se configurava na sociedade brasileira.

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Com base nas observações de Theodoro Adorno nos Estados Unidos o Pe. Wander escreveu que  “por volta de 1950, ele publicou uma pesquisa feita a respeito do que chamou de “Personalidade Autoritária”. Seu objetivo era descobrir traços fascistas latentes em cidadãos comuns e analisar panfletos e elocuções radiofônicas de agitadores fascistas, militantes e líderes de organizações fascistas. A pesquisa é bastante interessante e ajuda a compreender ainda mais esse fenômeno de que tratamos. Segundo Adorno, as pessoas aderem ao líder não por falta de politização ou consciência, mas por que se sentem atraídas, às vezes inconscientemente, pelo discurso fascista sobre sua estrutura psicológica ou o caráter determinado socialmente pela cultura. Não é algo lógico, mas psíquico. A diferença entre os líderes fascistas e seus liderados é que os primeiros possuem a capacidade de colocar o seu inconsciente para fora, sem censura, acionando e mobilizando as forças do inconsciente dos liderados. A eficácia ou poder de mobilização do discurso fascista residia, segundo o referido filósofo, na sua inverdade manifesta”(leia a íntegra do artigo). .

Meses antes das manifestações preocupadas de Pe. Wander, em setembro de 2018, Douglas Garcia Alves Júnior, doutor em filosofia pela UFMG e professor de filosofia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), escreveu que “o fascismo está em alta no Brasil e no mundo. Em Chemnitz, na Alemanha, neonazistas mostram abertamente nas ruas o seu ódio contra os imigrantes. Em Charlottesville, nos Estados Unidos, supremacistas brancos desfilam sua ira contra os negros. No Brasil, mostram-se sem maiores pudores louvores à tortura, à execução sumária de “bandidos” e o elogio do “cidadão de bem”, que estaria prestes a eleger aquele que “daria um jeito” à “corja” unicamente responsável por todos os males do país: em primeiro lugar, os LGBTs, mas também os “comunistas”, as mulheres que não se conformam com o papel a elas atribuído pela dominação patriarcal, os negros (sobretudo os quilombolas, por uma estranha lógica fetichista que os transforma em alvo especial de ódio), os índios (vistos como “vagabundos” e alvos de contestação quanto à demarcação de suas terras)… a lista está pronta para ser ampliada indefinidamente, sempre segundo a lógica do “nós”, “de bem”, “trabalhadores” contra “eles”, “vagabundos” e “imorais”, antecipou o professor Douglas e acertou na mosca com base em pesquisas que comprovam desde a Alemanha nazista até aos países atropelados por grupos na prática do terror em todo o mundo e, acentuada e atualmente no Brasil dos assaltados Ministérios da Saúde,, da Educação, da Defesa pelos discursos toscos e debochados do genocida ocupante da cadeira da presidência da República. .

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É evidente que o fascismo é pai de ações violentas de ódio, mas é também perverso e devastador através de grupos na prática de políticas quando no governo. Ao se perguntar pela definição dessa desgraça humana  o professor Douglas Garcia Alves Júnior explicita que “o que se quer dizer quando se usa o termo “fascismo”? Aqui é preciso fazer distinções. O uso mais corrente do termo remete àqueles que expressam em palavras e ações uma atitude de recusa de direitos, de desvalorização política e social e de negação de valor individual a pessoas vindas de determinados grupos tidos como minoritários, seja pelo seu número reduzido em relação ao todo da população (os moradores estrangeiros em um país, por exemplo), seja pela sua posição subalterna em relação a um grupo humano tido como padrão normativo (as mulheres, em relação aos homens, por exemplo). Ao lado dessa acepção, seria oportuno indicar um uso do termo ligado à ciência política, que registra o seu lastro histórico, e tem sua referência maior no fascismo italiano e no nazismo alemão, da primeira metade do século passado. Segundo essa acepção, o fascismo é uma forma política caracterizada por uma série de elementos que se apoiam mutuamente: o culto a um líder carismático, dotado de propriedades quase sobre-humanas; nacionalismo expansionista;.etnocentrismo (o “nós” da comunidade nacional, definida racialmente, de modo excludente); valorização da violência como elemento criativo e regenerador do corpo político; eliminação de partidos políticos dissidentes; terror policial organizado estatalmente contra todos aqueles vistos como inimigos do regime; projeção imaginária de uma ideia de identidade nacional sem fissuras; mobilização permanente da sociedade civil em torno da projetada unidade mística da nação”, escreveu o professor Douglas. .

Na conclusão de seu artigo o Pe. Wander Torres Costa afirma o que acolho como proposta de um  caminho para derrotar o fascismo e arrancar todas as raízes do ódio:  “..apenas quero ajudar a unir fé e vida, Palavra de Deus e realidade histórica. E motivar cada um e cada uma a aprender com a paixão de Jesus e com a história do nosso país as lições que podem impedir o retrocesso das conquistas democráticas. Seja essa semana santa uma rica oportunidade de aprendizagem para todos nós”.

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Já o professor Douglas Garcia Alves Júnior arremata que “nossa opção hoje em dia é entre esclarecimento ou barbárie. Ou lutamos para nos tornarmos conscientes de tudo que apela à agressão e ao preconceito em nós mesmos e nos outros, ou abraçamos o fascinante fascismo daqueles que tiram sua sobrevivência psíquica da vã satisfação de odiar”.

Juntando as duas conclusões, afirmo que se impõe cada vez mais, até com o exemplo do que acontece com nossos irmãos e nossas irmãs dos países vizinhos, a urgência das amplas e irrestritas mobilizações populares na mais rica e intensa  solidariedade, gravitando-a a partir do trabalho,  pela justiça econômica, social e política.  

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Esta luta é emergente e deve considerar-se transcendente à campanha eleitoral na libertação do Brasil, bem para além dos arranjos e acordos de cúpulas, que contam com o povo apenas como votos homologadores.

Quem viver participará e verá!

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Abraços proféticos e revolucionários,

Dom Orvandil.

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