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Marcus Atalla

Graduação em Imagem e Som - UFSCAR, graduação em Direito - USF. Especialização em Jornalismo - FDA, especialização em Jornalismo Investigativo - FMU

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Cancelamento é o último recurso do império em declínio

Há duas semanas, jornalistas como o brasileiro Pepe Escobar e Scott Ritter, entre outros, tiveram suas contas no Twitter banidas sem qualquer aviso

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Em 2021, a conta do Twitter de Donald Trump foi bloqueada. O público, jornalistas e proprietários da imprensa independente brasileira comemoraram. Poucos jornalistas alertaram que isso não deveria ser comemorado, pois, traria consequências futuras. A gravidade do fato ao qual os jornalistas independentes brasileiros não perceberam, foi que sendo Trump ou um chimpanzé, estava-se cancelando a conta do cargo político mundial mais importante desde dos anos 30 do Sec. XX, a Presidência da República dos Estado Unidos da América.

Não demorou muito para serem bloqueadas contas de pessoas em cargos de governo da Venezuela, Irã, Cuba e “países não alinhados”. Dessa vez não era pela desculpa do combate ao fascismo, mas sim, contra governos autoritários. Agora a consequência se espalhou, se já não fosse suficiente os algoritmos esconderem as publicações dos jornalistas e da imprensa independente, as Big Techs estão cancelando em conjunto contas permanentemente, impedindo-os de serem financiados por seus próprios leitores, além de “confiscar” (roubar) fundos já recebidos.

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Há duas semanas, vários jornalistas como o brasileiro Pepe Escobar, Scott Ritter, ABS Military entre outros tiveram suas contas no Twitter banidas sem qualquer aviso. A razão não declarada era que eles estavam trazendo informações as quais desacreditavam a narrativa ficcional criada por Washington a respeito do conflito Rússia/Ucrânia/Otan.

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A verdade é que a política do cancelamento faz parte do projeto tecno-feudal, um dos temas abordados no livro publicado (2021) pelo jornalista Pepe Escobar:  Raging Twenties. Esse movimento não se iniciou agora, em 2020, um relatório do Departamento de Estado dos EUA na era Mike Pompeo identificava o que diziam ser “os pilares do ecossistema de desinformação”. Não era nada mais do que a imprensa independente crítica à política norte-americana.

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Baniu-se e impediu-se os compartilhamentos nas redes sociais de sites como Unz Review do californiano Ron Unz, Strategic Culture Foundation, com sede em Moscou, Global Research, com sede no Canadá, Consortium News, ZeroHedge e muitos outros. Vários dos jornalistas com colunas na imprensa independente foram declarados “persona non grata”. Um problema ainda maior é que muitos desses sites e jornalistas são usados como fontes por outros jornalistas que buscam informações confiáveis ou outros pontos de vista sobre o assunto.

Para o jornalista Pepe Escobar, a orientação veio diretamente do Departamento de Estado dos EUA e qualquer análise da política externa que se desvie da norma é taxada de "teoria da conspiração", uma terminologia inventada e aperfeiçoada pela CIA. O Facebook é um "ecossistema" construído para vender dados privados com grande lucro, oferecendo um serviço público como uma empresa privada, mas acima de tudo, compartilhando os dados acumulados de seus bilhões de usuários com o departamento de segurança nacional dos EUA. A parceria entre o Facebook e o Atlantic Council, que é um think tank do Pentágono, tem-se um ecossistema realmente poderoso de censura e guerra cognitiva, afirma Pepe Escobar. Em artigo anterior tratamos sobre as Big Techs serem uma expansão do Estado estadunidense: [Facebook, Twitter, Google e Amazon são paraestatais da máquina de guerra e vigilância dos EUA].

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Muitos desses jornalistas migraram para outras plataformas não controladas pelas Big Techs, a exemplo do VK, Telegram, Odysse etc. Junto a eles seguiram seus leitores. Como a internet ainda tem um quê de anárquico, as medidas tomadas para impedirem a informação divergente não obteve o resultado esperado. A metodologia agora é de acabar com a profissão desses jornalistas e quebrar os veículos impedindo-os de seus recursos e subsistência.

A asfixia econômica à imprensa e jornalistas independentes

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Essa semana a situação se agravou, o PayPal bloqueou as contas de várias vozes da mídia independente, as quais têm falado criticamente contra as narrativas ficcionais oficiais dos EUA. Jornalista e palestrante Caleb Maupin, Mnar Adley, Alan MacLeod do MintPress News, Consortium News entre outros.

O MintPress News publicou jornalismo crítico sobre o próprio PayPal no passado, como os artigos publicados em 2018 por Whitney Webb documentando a maneira como os bilionários obscuros vinculados ao PayPal, Peter Thiel e Pierre Omidyar promoveram os interesses do império dos EUA e facilitaram o controle das narrativas do império, ou como a empresa impede palestinos de abrirem contas na plataforma. Omidyar é acusado de financiar diversas guerras híbridas pelo mundo, incluindo as manifestações no Brasil do “Não Vai Ter Copa” através da LuminateGroup. Segundo o jornalista Glenn Greenwald, ele deixou o Intercepter Internacional, veículo de propriedade de Omidyar, por ser impedido de publicar um artigo o qual denunciava a censura no caso Biden/Ucrânia, durante as eleições norte-americanas.

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A jornalista Caitlin Johnstone entrevistou o diretor-executivo do MintPress News, Mnar Adley sobre o bloqueio: “Paypal me banir e o MintPress é uma censura flagrante de jornalistas e meios de comunicação dissidentes. Na última década, o MintPress tem trabalhado sem remorso como uma agência de jornalismo de vigilância para expor os aproveitadores do estado de guerra permanente das guerras no Iraque, Afeganistão, Líbia, Somália, Sudão, Apartheid, ocupação israelense da Palestina e guerra genocida da Arábia Saudita no Iêmen, operações de mudança de regime na Síria, Ucrânia e Venezuela, onde as armas dos EUA inundaram essas nações para mergulhá-las em guerras civis devastadoras.Se você ler o conselho de qualquer um desses gigantes da tecnologia do Google, Twitter, Facebook e Paypal, eles parecem uma galeria de traficantes de guerra e sua agenda é clara: controlar o fluxo livre de informações e atingir as contas bancárias de qualquer pessoa que se atreve a questionar a narrativa oficial do Pentágono ou do Departamento de Estado. É ultrajante ouvir que gigantes da tecnologia, dirigidos por aqueles que lucram diretamente com a Nova Guerra Fria, incluindo a crise na Ucrânia, podem limitar a capacidade de qualquer jornalista de financiar seu trabalho.

Estamos vivendo em uma zona de exclusão intelectual onde a censura online do jornalismo dissidente se tornou a nova norma. O regime de sanções dos EUA que está tentando matar de fome Rússia, Venezuela, Zimbábue, Cuba e Irã e mais de 25% da população mundial está agora mirando seus próprios cidadãos com sua campanha de pressão máxima, então somos forçados a seguir a linha oficial do governo para sobreviver como jornalista na mídia alternativa hoje.

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Não importa a guerra travada contra nós, nos recusamos a ser encurralados e intimidados por gigantes da tecnologia que têm um relacionamento profundo com fabricantes de armas como Raytheon e Lockheed Martin, trabalham lado a lado com a OTAN e que lucram com o sangue de milhões de pessoas ao redor do mundo. O único caminho a seguir é que as pessoas se unam em uma frente mais ampla de não-partidarismo e financiem nossa própria mídia, porque somos mais que eles”.

Consortium News

Consortium News é um site jornalístico investigativo independente criado em 1995 por Robert Parry (1949 -2018) e tendo como editor-chefe Joe Lauria. Também teve seu Paypal cancelado sem aviso ou explicações.

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Ao entrar em contato com a plataforma e perguntar o que ocorreria com o saldo atual de US$ 9.348,14 na conta, recebeu o comunicado de que, após uma análise de 180 dias, o PayPal decidirá se o devolverá.

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Para Caitlin Johnstone, o uso de propaganda, censura e manipulação de algoritmos do Vale do Silício é a questão mais urgente do nosso tempo, porque é o que impede que a atenção seja atraída para todas as outras questões. É um tipo de controle totalmente novo do que qualquer coisa que já vimos antes. Não há pretensão de salvar vidas ou proteger a democracia desta vez, é apenas “precisamos controlar os pensamentos das pessoas. Depois de aceito pela sociedade que a desinformação deve ser restringida de cima para baixo, o governo e as instituições de tecnologia tomaram isso como licença para decidir o que é verdadeiro e falso em nosso nome. A censura é ruim porque a liberdade de expressão é como a sociedade se orienta em direção à verdade, corrige o curso quando está se desviando e responsabiliza o poder. Como a liberdade de expressão é projetada para controlar o poder do status quo, são exatamente as vozes que criticam o status quo que devem ser protegidas. Algumas dessas vozes serão intragáveis, mas a alternativa é permitir que um Ministério da Verdade decida qual dissidência é permitida, uma autoridade que será certamente abusada.

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