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Tereza Cruvinel

Colunista/comentarista do Brasil247, fundadora e ex-presidente da EBC/TV Brasil, ex-colunista de O Globo, JB, Correio Braziliense, RedeTV e outros veículos.

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Candidato, Temer atropela Maia e irrita clube do golpe

"Temer, ao embarcar no delírio da própria candidatura à reeleição, razão da intervenção militar eleitoreira no Rio, em busca de resultados fáceis conversíveis em votos, liquidou com a candidatura de Maia e com a de Meirelles e irritou outros membros da coalizão golpista, inclusive os tucanos de Geraldo Alckmin", analisa a jornalista Tereza Cruvinel em texto no seu blog; ela lembra que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), era o único candidato da 'turma do golpe' até então

"Temer, ao embarcar no delírio da própria candidatura à reeleição, razão da intervenção militar eleitoreira no Rio, em busca de resultados fáceis conversíveis em votos, liquidou com a candidatura de Maia e com a de Meirelles e irritou outros membros da coalizão golpista, inclusive os tucanos de Geraldo Alckmin", analisa a jornalista Tereza Cruvinel em texto no seu blog; ela lembra que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), era o único candidato da 'turma do golpe' até então (Foto: Tereza Cruvinel)
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Na semana passada o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, anunciou que seu partido, o DEM, teria candidato próprio a presidente e definiria sua posição em março. O único candidato demista que até então existia era ele, embora como lanterninha nas pesquisas, ao lado de Henrique Meirelles. Mas Temer, ao embarcar no delírio da própria candidatura à reeleição, razão da intervenção militar eleitoreira no Rio, em busca de resultados fáceis conversíveis em votos, liquidou com a candidatura de Maia e com a de Meirelles e irritou outros membros da coalizão golpista, inclusive os tucanos de Geraldo Alckmin.

Rodrigo Maia teve a reação mais forte e indicou que daqui para a frente não vai mais facilitar a vida de Temer na Câmara. Ele, que foi decisivo para a salvação da cabeça de Temer na votação das duas denúncias; ele, que viu o cavalo passar à sua frente mas não o montou, privando-se de articular a aprovação da denúncia para ficar com a cadeira presidencial; ele, que se tivesse assumido poderia disputar a reeleição no cargo...agora colheu ingratidão e deslealdade de Temer. Este sentimento não explicitado mas compreensível, e não o caso pontual da intervenção no Rio sem consulta-lo, é que explica o esperneio de Rodrigo Maia nesta  terça-feira, ao espinafrar a  pauta econômica alternativa do governo, composta por 15 projetos que tramitam na Câmara. Foi Meirelles que apresentou esta agenda na segunda-feira, numa ridícula tentativa de compensar o arquivamento da reforma previdenciária, que já estava derrotada por falta de votos. São medidas inócuas que, mesmo se aprovadas, não triscarão no formidável rombo das contas públicas.

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Os projetos, disse Rodrigo, não são do governo, como quis fazer crer o ministro. Já tramitam na Câmara, em sua maioria são de iniciativa parlamentar e serão pautados segundo a dinâmica da Casa. Quando o presidente da Câmara quiser.

“Do jeito que eles apresentaram é como se fosse a pauta do governo no Legislativo, e isso é um abuso”, disse Rodrigo, queixando-se da “falta de respeito” do governo para com o Congresso.       

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Espinafrou a inocuidade das medidas dizendo: “Esse é um café velho e frio que não atende como novidade a sociedade”. E num claro sinal de que não colocará nada do pacote em votação, arrematou: “O governo que apresente uma pauta econômica nova, porque (para)  a que está aqui, o tempo de discussão e votação é definido pela presidência da Câmara. Vamos respeitar a independência dos poderes. A apresentação de ontem (segunda-feira) foi um equívoco, foi um pouco de desrespeito ao Parlamento pois os projetos já estão aqui”. No Senado, o presidente Eunício Oliveira fez coro e também declarou que o Senado votará quando quiser as medidas elencadas pelo governo.

Com sua intervenção militar no Rio, temerária, populista e eleitoreira, Temer semeou discórdia entre os aliados. Meirelles enfiou a viola no saco, faltando apenas declarar que desistiu de ser candidato. Alckmin já passou recibo dizendo que nunca teve a pretensão de ser o candidato do governo. Todos eles sabem que é inglória a concorrência com quem disputa montado na máquina na Presidência. Ainda mais quando este alguém não tem o menor pudor em valer-se da coisa pública para atender aos próprios interesses, como fez Temer ao distribuir emendas, cargos e outras vantagens para aliciar deputados na votação das duas denúncias.

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O plano eleitoral de Temer, o Plano Mouco, pressupõe a suplantação dos demais candidatos da centro-direita golpista e a unificação do bloco em tordo de sua candidatura à reeleição. Já se viu que esta segunda variável pode não se confirmar.

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