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Carta Aberta ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso

Como político, todavia, sua entrevista reforça preconceitos, uma "excêntrica" xenofobia interna, já que o "xenos" não é estrangeiro, mas bem brasileiro, pobre, em especial nordestino

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Prezado ex-presidente Fernando Henrique Cardoso,

Como catarinense e, portanto, natural de um estado no qual a vitória de seu candidato foi tão marcante, me senti no direito de responder à sua entrevista pós-primeiro turno.

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Como sociólogo o senhor deveria saber que um argumento, para ser considerado válido, não pode simplesmente atacar quem o defende. Quando o senhor ataca, portanto, de "ignorantes" ou "mal-informados" os que defendem o projeto petista de país, o que o senhor produz é uma falácia. O senhor certamente não faltou a essas aulas de filosofia, mais precisamente de lógica, não é?

Como político, todavia, sua entrevista reforça preconceitos, uma "excêntrica" xenofobia interna, já que o "xenos" não é estrangeiro, mas bem brasileiro, pobre, em especial nordestino. Não sei de qual teoria sociológica ou antropológica o senhor se serve para tais afirmações, mas ousaria dizer que não possuem reconhecimento científico.

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Mas, como "social-democrata", me espanta ainda mais. Primeiro, porque o senhor, além de esquecer qualquer iniciativa de um estado de bem-estar social em seus oito anos neoliberais de governo, parece ter esquecido, também, o princípio básico da democracia, aquela que os Gregos nos ensinaram. Cada cidadão um voto, lembra? Não importa seu ofício, sua idade, sua origem e, diríamos hoje, gênero, raça, orientação sexual etc. Por que, então, o voto de um pobre é menos voto do que de um rico? Qual foi o tratado sobre democracia que o senhor leu e que não li, que garante essa distinção, porque eu desconheço. A democracia, "nobre" ex-presidente, é o regime do "qualquer um", lembra? Dos escolhidos à sorte pelos Gregos, já que não havia diferença entre "qualquer" Grego. Isonomia, lembra? Nome "chique", né? Certamente os Constantinos, Mervais e Azevedos que o veneram conhecem esse termo.

É, infelizmente o senhor esqueceu, ou finge esquecer para dar conta de municiar com falácias esse sentimento de rancor e de ódio que se dissemina, infelizmente, em mentes não tão brilhantes por esse país. Esses "ignorantes", que não moram nos grotões, mas bem perto de vossa senhoria, e que, infelizmente, não tiveram as mesmas oportunidades de estudo que o senhor, não sabem discernir bem um argumento de uma falácia, mas o senhor sabe, o que lhe torna mais responsável, como ensinou o nosso velho amigo Sócrates.

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Da próxima vez, ex-presidente, cuide melhor de seu conceito de "democracia". Nós que votamos em Dilma sabemos bem o que ele significa. Afinal, foi um "qualquer um" que iniciou esse processo de diminuição da desigualdade social, de extinção da fome e da miséria extrema, de pleno emprego. Um "qualquer um" que fez mais universidades e escolas técnicas que "qualquer outro" presidente. Nós sabemos bem o nome desse "qualquer um" e de sua sucessora. O senhor quer que eu lhe lembre? Foi um igual à maioria dos brasileiros, não um doutor, que nos aproximou mais do verdadeiro sentido de democracia, do sentido de "povo" aí presente. Não essa que vocês tentam oligarquizar, separando os "sábios" dos "ignorantes". Sabe, ex-presidente, essa expropriação da democracia é uma estratégia política já manjada, desde os Gregos. Talvez a "intelligentsia" que o acompanha não saiba. Seria mesmo esperar muito de quem pensa a democracia a partir de Veja, Folha, Globo e seus similares, não é?

Mas pode deixar. Nós, os "burros" e "mal-informados" eleitores de Dilma podemos relembrá-los, sempre. Nós continuaremos por aqui. A "raça" do PT continuará, mesmo que o instinto totalitário de muitos nos queiram ver eliminados. Nós lutamos pela democracia e a respeitamos. Por isso a vitória de seu candidato, se vier a acontecer, não será objeto de ódio e preconceito. Aceitaremos. Afinal, cada voto, vindo de onde vier e proferido por quem for, assim o quis. E a vontade do povo é soberana. "Ignorante" ou "sábia", pouco importa à democracia.

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Cordialmente,

Vinicius B. Vicenzi

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