Carta ao Boulos, dos brasileiros
O poema nesta coluna é uma semântica que não para em Guilherme Boulos, candidato a prefeito da cidade São Paulo, no entanto, pretende ser um grito de Esperança a reverberar por todo o Brasil
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O poema abaixo é uma semântica que não para em Guilherme Boulos, candidato a prefeito da cidade São Paulo, no entanto, pretende ser um grito de Esperança a reverberar por todo o Brasil.
São Paulo é um cenário. Boulos um ator. A conjuntura é um roteiro tragicômico. Tudo isso é prospecção para um Brasil tão maior, envergonhado, acoado, tímido, constrangido pelo fascismo, todavia, pela fragilidade da cognição social da coletividade brasileira, um entorpecimento da resistência tão necessária. Não se trata de considerar São Paulo como o próprio Brasil, entretanto, de avocar símbolos, seja neste município, o maior do País, seja em Arraias no Tocantins, que, com seus 11 mil habitantes, guarda a média populacional de 70% dos cantões de nossa terra. Também não se trata de considerar o pleito eleitoral e a institucionalidade conquistada como únicos eventos essenciais para o pertencimento democrático e civilizatório de nossa sociedade. A ideia é tão somente pensar com o poema que a potencial vitória eleitoral de Boulos e Erundina na capital paulista pretende ser uma fissura muito forte na “barragem do fascismo” que represa nossa liberdade, de todos os brasileiros, e nossos direitos, relegados ao limbo. E, neste caso, queremos o rompimento desta barragem e o deslizar correntezas adiante das utopias emergentes. Vamos ao poema [que leva o mesmo título desta crônica: “Carta ao Boulos, dos brasileiros”]
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Boulos,
Assisti agora no tique-toque
[ das redes
[ das sedes sociais
Sua conversa com o Mário.
Fui tomado por uma convulsão
[ de cativante emoção.
A Esperança, nosso estoque,
Desde que o fascismo saiu do armário,
Faz tempo acabou.
Sobrou fagulha,
Faíscas de utopia.
Tardia,
Ardia em dor ao ver o pobre
[ tanto sofrer,
Morrer no descaso
Do vaso em descarga
[ que essa pequena elite
[ com artrite
[ tão egoísta dá...
As castas degredadas de Portugal,
Tornou esse País o mais desigual.
E lá se vão 500 anos
[ - triste colonial.
Negro é porrada;
Mulher subjugada;
Lavrador, nem mais enxada;
Favelado sem nada;
Classe trabalhadora espoliada;
Sociedade: neo-escravizada!
Mas o Mário tem razão:
Algo em ti é estranho.
Fala meio fanho?
Não!
É teu olhar: espelha pureza,
Natureza solidária,
Visionária inteligência,
Decência em bondade,
Liberdade possível em tua proposta:
A aposta de um mundo realmente
[ generoso.
Mário, Carvalho, eu e os brasileiros,
Como o orvalho da manhã
Que molha a folha seca,
Ou feito a agulha no palheiro,
Botamos fé em ti,
[ Boulos,
Porque se para viver,
É preciso Esperançar a carência,
Você fez brotar a resistência,
O acreditar numa nova resiliência,
E motivar nesse povo outro tipo de
[ existência!
Você é diferente:
[ gente diferenciada!
A veemência.
Segue o teu caminho, camarada,
Que seguimos as boas
[ lágrimas em latência...
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