Catalunya
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Nesta sexta-feira, 21 de maio, o Parlamento da Catalunya investiu o candidato da independentista ERC (Esquerra Republicana de Catalunya), Pere Aragonès, como Presidente da Generalitat, com 74 votos a favor de ERC, Junts e CUP e 61 votos contrários de PSC, Vox, Comuns, Ciudadanos e PP. Da mesma forma como se vê no resto da España, uma maioria absoluta, tanto da direita como da esquerda, está longe de ser uma realidade.
A Catalunya está com o governo em funções desde o dia 28 de setembro de 2020, devido à inabilitação do anterior Presidente, Quim Torra, e neste período Aragonès, que era seu vice, já tinha assumido as funções de presidente, sem limitações. Isto ocorre a cinco dias do prazo limite para a investidura, que, se não ocorresse, desembocaria em novas eleições.
Para mim, há um sabor agridoce nesta questão. É a primeira vez que a ERC vai, de verdade, governar Catalunya (sou consciente que Josep Tarradellas, também da ERC, foi também Presidente, mas ele governou afastando-se totalmente do Partido, e parecia mais um presidente sem partido), mas não o fará com tranquilidade. Pactou com o Partido JuntsXCAT, de direita, também independentista.
O independentismo, aqui, falou mais alto que a ideologia política. Havia outra possibilidade, de esquerdas, que seria um pacto da ERC com o PSC (Partido Socialista da Catalunya, o PSOE lá), mas já antes das eleições, todos os independentistas já haviam firmado um documento em que nunca iriam pactar com o candidato socialista, Salvador Illa (que deixou o Ministério da Saúde para ir disputar as eleições na Catalunya). Illa ganhou, mas não levou.
No Parlamentarismo, os pactos determinam os governos. Assim, se os grupos que perderam as eleições se unem e somam mais deputados que o grupo vencedor, aqueles governarão.
Assim, temos um pacto com direita e esquerda, em que a direita terá o poder, por exemplo, nas Secretarias de Justiça e Economia. Vamos ver até quando dura.
Não gosto desta situação e acho que há mais a perder, como esquerda, que a ganhar. Não vejo com bons olhos nenhum pacto com a direita. Não consigo. Como sempre diz o Xixo (Wilson Ramos FIlho), devo também ser esquisito.
*Para quem não é da España, aquí segue um resumo das siglas e posições políticas de cada partido citado no texto:
- ERC (Esquerra Republicana de Catalunya) – Partido de esquerda, independentista, republicano.
- JuntsXCAT (Junts per Catalunya) – Partido de direita, independentista, republicano.
- CUP (Candidatura d'Unitat Popular) – Partido de extrema esquerda, independentista, anti-capitalista, republicano.
- PSC (Partit dels Socialistes de Catalunya) – Partido de esquerda, socialdemocrata, federalista. Associado ao PSOE (Partido Socialista Obrero Español, de esquerda, socialista).
- VOX – Partido de extrema direita, nacionalista, monárquico, com perigosos flertes com o fascismo.
- ELS COMUNS (Catalunya em Comú) – Partido de esquerda, socialdemocrata, catalanista.
- CIUDADANOS – Parido de direita, liberal, pró-europeu, centro globalista.
- PP (Partido Popular) – Partido de Direita, conservador, nacionalista, Monárquico, democrata-cristiano.
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