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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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Cerco a Bolsonaro vai sendo apertado com CPI da Covid

"Percebe-se, sem muita dificuldade, que as redes sociais já começaram a ser inundadas com uma enxurrada de mentiras para confundir a cabeça dos tolos e tentar salvar o mandato de Bolsonaro. A esta altura dos acontecimentos, porém, o seu afastamento parece irreversível. É só uma questão de tempo", escreve Ribamar Fonseca

(Foto: Isac Nóbrega/PR)
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Com a decisão da Suprema Corte, que confirmou a anulação das condenações de Lula pela Vara de Curitiba e a restauração dos seus direitos políticos,  não há mais como impedir o ex-presidente de concorrer às eleições presidenciais do próximo ano. Os perseguidores do lider petista não tem mais a quem recorrer, o que, no entanto,  não signfica  que se conformaram  com a derrota. Provavelmente vão continuar buscando um meio de tornar Lula inelegível novamente, talvez acelerando um dos muitos processos forjados por Sergio Moro. O impasse sobre o destino dos processos anulados, se Brasilia ou São Paulo, que será dirimido pelo plenário do Supremo, pode ser um sinal de que as forças contrárias a Lula não desistiram de retirá-lo da sucessão, vislumbrando talvez nessa mudança a possibilidade de encontrar outro juiz que também nutra ódio ou antipatia pelo ex-presidente, como Moro e o seu substituto na Vara de Curitiba. E resolva condená-lo de novo só para impedi-lo de concorrer no próximo pleito.

 Na verdade, esses processos sequer deveriam existir, pois todo mundo sabe, inclusive os ministros dos tribunais superiores,  que eles foram forjados pelo ex-juiz da Lava-Jato com objetivos políticos, para impedir Lula de voltar ao poder, conforme planejado pelo governo americano. Até hoje, embora tivessem revirado a vida do líder petista do avesso, não encontraram uma provinha sequer de que ele tenha roubado pelo menos dez centavos dos cofres públicos. Por isso não existe nenhuma acusação de roubo. Ele foi condenado sob a acusação de ter recebido propina em forma de obras no apartamento do Guarujá e no sitio de Atibaia, mas nenhum dos dois imóveis era dele. Não encontraram nenhuma prova da sua propriedade.  O ministro Gilmar Mendes chegou a dizer que Lula tinha direito a um julgamento justo, mas ele sequer devia ser julgado, pois não cometeu nenhum crime. Tudo armação de Moro. E os que defendem a sua inelegibilidade falam de crimes sem, contudo, citá-los, comportamento não admissível entre magistrados. 

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Ao votar contra a anulação das condenações de Lula, parecendo ter ficado senil de repente, o ministro Marco Aurélio Melo manifestou sua decepção porque os processos contra o ex-presidente voltariam à estaca zero, o que, para ele, era inadmissível. No entanto, ninguém precisa ser jurista para concluir que se as condenações foram anuladas por incompetência de jurisdição e o juiz que conduziu  os processos foi considerado parcial pela Corte Suprema, com a aprovação da sua suspeição, é óbvio que tudo voltaria à estaca zero. Na realidade, o correto mesmo, após o julgamento do STF,  era a anulação de todos os processos conduzidos por Moro, pois obviamente todos estão viciados desde a sua origem. A decisão da Segunda Turma, portanto,  tornou nula a determinação do ministro Fachin de mandar os processos para a Justiça de Brasilia. Desse modo, se pretendem impedir Lula novamente de concorrer à Presidência, usando o Judiciário como instrumento político,  deverão forjar novos processos, pois aqueles da Lava-Jato perderam a validade.  

O fato é que as forças que derrubaram Dilma e conduziram Lula à prisão, impedindo o ex-presidente de concorrer às eleições presidenciais de 2018 e permitindo a ascensão de Bolsonaro, já dão sinais de que não ficarão de braços cruzados esperando o líder petista voltar ao poder. Porta-vozes dessas forças, os jornalões brasileiros, entre eles o Globo e o Estado de São Paulo, já começaram uma gritaria desesperada contra a Suprema Corte por ter confirmado a anulação das condenações do ex-presidente e a recuperação dos seus direitos políticos. E com isso acabam reforçando a campanha de Bolsonaro contra o STF, desenvolvida pelos seus seguidores, na medida em que buscam desacreditar os seus julgamentos envolvendo Lula. No fundo, com esse comportamento, esses jornalões também estão atentando contra o estado democrático de direito, fazendo exatamente o que fazem aqueles que saem às ruas para pedir o fechamento do Supremo, embora de modo menos espalhafatoso. Só falta agora  pedirem também intervenção militar. 

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Enquanto isso, a situação política, tendo como fato novo a CPI da Pandemia, vai caminhando para o afastamento de Bolsonaro, que a cada dia se mostra  mais  isolado, sobretudo com a gradativa debandada dos evangélicos, até pouco tempo a sua principal base eleitoral. Acuado por todos os lados, ele disse recentemente que “só Deus me tira da cadeira presidencial”, o que evidencía o  temor de que sua queda pode estar muito próxima. O que ele precisa se conscientizar é que só foi eleito porque Deus permitiu, já que nada acontece sem a permissão do Criador. Sua queda, portanto, também só acontecerá com  a permissão de Deus que, a julgar pelo agravamento dos problemas, não deve estar nada satisfeito com o seu desempenho à frente do comando da Nação, onde milhares de pessoas morrem diariamente por conta do descontrole da pandemia. Será muito difícil para ele chegar ao final do mandato dentro desse panorama, porque tudo está dando errado, até a economia conduzida por Paulo Guedes, que já estaria com seus dias contados à frente do Ministério da Economia. Outro que não deve demorar muito no cargo é o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que até hoje não tomou nenhuma medida destinada a defender a Amazonia dos predadores. Muito pelo contrário, conforme denúncia do delegado da Policia Federal no Amazonas, busca defender os interesses dos madeireiros. 

De qualquer modo, o cerco a Bolsonaro está se fechando por todos os lados. Com esse panorama ele está mudando visivelmente de comportamento e, com um atraso de quase dois anos, começou a fazer campanha nos veículos de comunicação de massa incentivando a vacinação e o uso de máscaras. A coisa está ficando preta para ele, sobretudo  com a CPI da Pandemia controlada pela oposição, e o desespero começou a se manifestar através de fakenews, como a disseminada por uma jornalista bolsonarista de que Lula tem um plano para matar o Presidente. Só um imbecil com um feijão no lugar do cérebro pode acreditar em semelhante fake, pois o líder petista pensaria em matar Bolsonaro justo no momento em que lidera as pesquisas de intenção de votos e o capitão derrete na preferência do eleitorado?  Percebe-se, sem muita dificuldade, que as redes sociais já começaram a ser inundadas com uma enxurrada de mentiras para confundir a cabeça dos tolos e tentar salvar o mandato de Bolsonaro.  A esta altura dos acontecimentos, porém, o seu afastamento parece irreversível. É só uma questão de tempo.  

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