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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Chega de ódio: Lula e FHC devem buscar a paz

Conselho de trancar numa sala os ex-presidentes Lula e FHC, a fim de se entenderem sobre uma solução contra as crises política e econômica do País, parece óbvia, escreve o jornalista Alex Solnik em artigo para o 247; "Mas quando penso nisso, faço um retrospecto mental dos últimos trinta anos e constato, perplexo, que desde que romperam enquanto tentavam fundar um partido de esquerda, em 1980, Lula e Fernando Henrique nunca mais se entenderam. Nem eles, nem seus partidos"; para o colunista, "eles podem até se trancar numa sala, podem até conversar durante vinte e duas horas, mas duvido que, a essa altura de suas vidas, ambos pavões e donos de suas verdades cheguem a um mínimo entendimento. No entanto, é disso que o país precisa para ser brecada a onda de ódio que se espalha"

Conselho de trancar numa sala os ex-presidentes Lula e FHC, a fim de se entenderem sobre uma solução contra as crises política e econômica do País, parece óbvia, escreve o jornalista Alex Solnik em artigo para o 247; "Mas quando penso nisso, faço um retrospecto mental dos últimos trinta anos e constato, perplexo, que desde que romperam enquanto tentavam fundar um partido de esquerda, em 1980, Lula e Fernando Henrique nunca mais se entenderam. Nem eles, nem seus partidos"; para o colunista, "eles podem até se trancar numa sala, podem até conversar durante vinte e duas horas, mas duvido que, a essa altura de suas vidas, ambos pavões e donos de suas verdades cheguem a um mínimo entendimento. No entanto, é disso que o país precisa para ser brecada a onda de ódio que se espalha" (Foto: Alex Solnik)
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Cada vez mais as pessoas que pensam estão discutindo saídas para a crise. Crise política, crise econômica, ambas, crise de representação, crise interna, crise externa, juros, erros, recessão, pibinho, Lava Jato, tem que pedir perdão, tem que cortar na carne são argumentos que se misturam no caldeirão onde está sendo preparada essa paella à brasileira.

Há um clima de ansiedade até entre personalidades experimentadas, que já atravessaram o Saara várias vezes. Algo precisa ser feito e logo, senão o caldo entorna. De cada dez soluções que pipocam ali e acolá, onze dão de barbada que é só Lula e Fernando Henrique se trancarem numa sala e fazerem algum tipo de acordo e pronto. Tudo resolvido.

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Eu também gostaria de ler nos jornais que os caciques do PT e do PSDB finalmente seguiram esse conselho que parece tão óbvio e que, no entanto, eles não adotam. Mas, quando penso nisso, faço um retrospecto mental dos últimos trinta anos e constato, perplexo que, desde que romperam enquanto tentavam fundar um partido de esquerda, em 1980, Lula e Fernando Henrique nunca mais se entenderam. Nem eles, nem seus partidos.

Eles não concordaram em mais nada daí em diante. Fernando Henrique aderiu a Tancredo, Lula foi contra. E ainda puniu petistas que foram a favor. Fernando Henrique apoiou a Constituinte, Lula não. Logo que Fernando Henrique se elegeu presidente Lula começou a campanha "Fora FHC". Fernando Henrique criou o Real, Lula achou ruim. Fernando Henrique aprovou a Lei da Responsabilidade Fiscal, Lula desaprovou. Fernando Henrique privatizou, Lula vaiou.

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Eles podem até se trancar numa sala, podem até conversar durante vinte e duas horas, mas duvido que, a essa altura de suas vidas, ambos pavões e donos de suas verdades cheguem a um mínimo entendimento.

No entanto, é disso que o país precisa para ser brecada a onda de ódio que se espalha, que começou com agressões verbais nas redes sociais, nos muros, nas palavras de ordem e agora chega às ruas, insuflada, principalmente por um boneco inflável gigante do Lula que agora já se multiplicou em muitos.

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Ainda que Lula e Fernando Henrique não consigam nunca mais se entender, seria legal se cada um deles, separadamente, dissesse ao seu respectivo público que o ódio entre as duas facções não vai resolver problema algum, e sim agravá-lo. Guardemos nosso instinto guerreiro para enfrentar algum inimigo externo, se houver.

Esse clima de guerra civil que começa a se instaurar é um tiro no nosso pé. Somente as instituições – o Executivo, o Legislativo e o Judiciário – detêm os instrumentos para encontrar os caminhos que nos levarão de volta a tempos melhores e não as ruas.

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