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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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China e Índia protagonizam disputa Dória-Bolsonaro-2022

Se Dória iniciar a vacinação antes de Bolsonaro, vira candidato forte ao Planalto, na hora; já Bolsonaro, mesmo iniciando a vacinação, não com a vacina indiana, se esta demorar a chegar, ´mas com a chinesa, contratada por Dória, estará perdendo a parada, por ter que pegar carona na garupa do governador paulista; no imaginário popular, Dória levaria o páreo na disputa semelhante a uma corrida de cavalos, no hipódromo.

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Pedido desesperado de Bolsonaro ao governo da Índia para enviar logo 2 milhões de vacinas da Astrazeneca-Oxford-Fiocruz, para não perder corrida da vacinação para Dória, que já tem em mãos a Coronavac-Butantã, contratada da China, mostra que a corrida presidencial foi antecipada pela pandemia. A expansão dos casos de Covid-19, que, no ano passado, Bolsonaro chamou de gripezinha etc, deixa-o, completamente, apavorado, especialmente, no instante em que as contaminações aumentam, de forma incontrolável, e as mortes, idem.

O capitão presidente caiu na real. Tentou até sequestrar material farmacêutico adquiridos por Dória, com antecedência; foi barrado pelo ministro do STF, Ricardo Lewandowisk; precavido, o governador paulista tem em estoque agulhas e seringas, para começar, já, no próximo dia 20, as vacinações, se a Anvisa, no início da próxima semana, autorizá-las, em regime de emergência; portanto, de um lado, China-Dória-Coronavac-Butantã, na pole position, com tudo em cima, vacina-seringa-agulha; de outro Índia-Bolsonaro-Astrazeneca-Oxford-Fiocruz, com vacina, mas sem seringa e agulha.

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O receio do Planalto, agora, é não ter, rapidamente, as importações da Índia, enquanto Dória já tem o produto e o dedo no gatilho; quem vacinar primeiro terá mais chance de ir para o pódium, em 2022; o ministro Pazzuelo, da Saúde, se derrama em explicações, para justificar porque dormiu no ponto; entrou em choque com a Pfizer, acusando-a de não ter sido prestativa; recebeu em troca,  da Pfizer resposta dura, coice diplomático-comercial; já em junho, diz a empresa, teria apresentado proposta ao governo Bolsonaro; envolvido, naquele momento, pela obscuridade ideológica fundamentalista medievalista de que o vírus era coisa menor, Bolsonaro deixou o assunto prá lá; enrolou e, consequentemente, acumulou passivo com a população, que, agora, desesperada, cobra a vacina-seringa-agulha, urgente.

Caiu por terra, por ser inconsequente e nada inteligente, toda a argumentação negacionista bolsonarista; se insistir nela, o capitão presidente será, dessa vez, varrido, politicamente; no Congresso, a posição intolerante dele já preocupa e prejudica seus candidatos às presidências da Câmara e do Senado; todos, como a população, querem vacina já; os próprios bolsonaristas mudam de posição; descobrem que podem morrer e, efetivamente, estão morrendo, e que, portanto, não abrem mão de vacinar; os pró-vacinas ganham dimensão extraordinária com o avanço da pandemia, que já matou mais de 200 mil e segue em escalada mortífera incontrolável, enquanto não chegar a vacina.

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O negacionismo já está perdendo de lavada para o pragmatismo racional popular que encarnou na esperteza política de Dória; sem dúvida, ele e diversos outros governadores e prefeitos, ganham credibilidade popular, enquanto Bolsonaro vê aumentar de 42% para 56% rejeição da população às suas atitudes fundamentalistas anti-vacina; essencialmente, portanto, forma-se pano de fundo de guerra comercial na corrida às vacinas chinesas e anglo-saxônicas, estas fabricadas por empresas americanas e inglesas, na Índia.

Com a falta de prestatividade e espírito de precaução do governo federal, que passa a ser visto como incompetente pelo sentimento popular, Bolsonaro, sem espírito prático, se vê dependente dos indianos, enquanto João Dória está a cavaleiro na relação com os chineses, que lhe cobrem a tempo e a hora, como fizeram com a Argentina, Bolívia e Venezuela, onde a vacinação já está em ritmo quente; o presidente capitão, nesse momento, está, diante dos fabricantes, desmoralizado; não encontrará vacina na Inglaterra, nem nos Estados Unidos, onde a produção está comprometida com mercado interno; a prioridade do governo americano e inglês, em primeiríssimo lugar, é atender a população inglesa e americana.

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A oferta do produto é inferior à demanda; esse desequilíbrio eleva pressão da demanda, que, naturalmente, aumenta os preços das vacinas e dos equipamentos necessários a sua aplicação, agulhas e seringas; empresário experiente, antes de ser político, Dória correu para fazer estoques e está, portanto, mais seguro, relativamente; Bolsonaro, imprevidente, negacionista e incompetente, corre atrás do prejuízo; ficou, até agora, regateando preço, no momento em que essa é a estratégia mais inconveniente; chegou a falar que os vendedores têm que procurá-lo, se quiserem vender, e não ele ir atrás das ofertas; mostrou-se ignorante em matéria de economia,

Assim, se Dória iniciar a vacinação antes de Bolsonaro, vira candidato forte ao Planalto, na hora; já Bolsonaro, mesmo iniciando a vacinação, não com a vacina indiana, se esta demorar a chegar, ´mas com a chinesa, contratada por Dória, estará perdendo a parada, por ter que pegar carona na garupa do governador paulista; no imaginário popular, Dória levaria o páreo na disputa semelhante a uma corrida de cavalos, no hipódromo.

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