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José Reinaldo Carvalho

Jornalista, editor internacional do Brasil 247 e da página Resistência: http://www.resistencia.cc

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China e Rússia: Pilar da construção do mundo multipolar

Os dois gigantes consolidaram a parceria estratégica, enquanto EUA e aliados pressionam em sentido contrário

Lavrov e Xi Jinping (Foto: Xinhua )
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Por José Reinaldo Carvalho - O genocídio perpetrado por Israel na Faixa de Gaza prossegue martirizando o povo palestino, a América Latina vive episódios de militarização e violação do direito internacional, com os nefastos acontecimentos no Equador envolvendo a invasão da embaixada mexicana em Quito e a prisão do ex-vice-presidente Jorge Glas. A ofensiva da extrema direita no mundo ganhou novos contornos com a interferência direta do bilionário Elon Musk mancomunado com o bolsonarismo na orquestração de mais uma agressão à democracia no Brasil em conexão com parceiros internacionais. Mas do ponto de vista das tendências geopolíticas estruturantes o grande acontecimento da semana foi a visita do chanceler russo Sergey Lavrov à China, onde se encontrou com seu homólogo Wang Yi e com o presidente Xi Jinping, que é também o secretário-geral do Partido Comunista da China.

A visita do chanceler russo Sergey Lavrov à China não apenas solidifica os laços entre duas potências emergentes, mas também evidencia o papel central desses países nas dinâmicas geopolíticas atuais. O encontro do chanceler russo com o Líder chinês demonstra que a China continuará a desenvolver a parceria estratégica com a Rússia, apesar das pressões das potências imperialistas ocidentais. As relações China-Rússia constituem o pilar central da construção do mundo multipolar, um dos principais eixos para manter o equilíbrio estratégico global. 

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A parceria entre China e Rússia tem sido alvo de crescente atenção e especulação, especialmente à luz das pressões vindas dos Estados Unidos. Com Lavrov se encontrando com o presidente chinês Xi Jinping e outros autoridades, torna-se evidente que a cooperação bilateral abrange uma ampla gama de questões, desde o desenvolvimento de laços comerciais até o enfrentamento do terrorismo internacional. E isto pesa na balança das relações internacionais. Leve-se em conta que a China e a Rússia compartilham espaços estratégicos nos quais coordenam suas posições, como o Brics e a Organização de Cooperação de Xangai (OCX). 

De grande relevância é a referência ao papel do Sul Global como força aliada na construção do mundo multipolar, com seus interesses próprios nas esferas do desenvolvimento, o que torna inevitável o crescimento da luta por mudanças na ordem econômica e na governança global. 

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O papel da parceria entre os dois gigantes é também exercido na ONU, onde são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, assumem responsabilidades compartilhadas na defesa do multilateralismo genuíno contribuindo para a democratização das relações internacionais e a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade.

Nos corredores da diplomacia mundial, movimentos e encontros recentes entre China, Rússia e Estados Unidos têm chamado a atenção para os intrincados equilíbrios e rivalidades que definem o cenário político global. A visita de Lavrov à China ocorre em um momento de intensa interação trilateral, com a presença simultânea da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, em solo chinês. Yellen alertou sobre possíveis consequências para empresas chinesas que apoiassem a guerra da Rússia na Ucrânia, destacando as tensões entre Washington, Moscou e Pequim. E fez reivindicações explícitas de que o país socialista asiático reduza o ímpeto do seu desenvolvimento econômico, que seria o fator gerador das dificuldades econômicas dos EUA.

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As respostas da China a essas pressões dos EUA foram claras. O Ministério das Relações Exteriores chinês reiterou seu compromisso com a mediação e a não interferência em assuntos internos de outros países. Além disso, enfatizou que a China não permitirá que suas relações com a Rússia sejam prejudicadas por interferências externas, prontificando-se a tomar medidas para salvaguardar seus interesses. Quanto às pressões econômicas, para a China vale o seu compromisso original com o princípio de que o desenvolvimento econômico é um direito inalienável do povo chinês. 

A complexidade das relações trilaterais entre China, Rússia e Estados Unidos é evidente. Enquanto a China busca manter uma posição flexível, favorecendo seus próprios interesses nacionais, as dinâmicas entre EUA e Rússia estão cada vez mais polarizadas. A China, por sua vez, busca manter um equilíbrio delicado. A recente conversa telefônica entre Xi Jinping e Joe Biden reflete essa busca por estabilidade nas relações bilaterais. Ao mesmo tempo, ambos os líderes buscaram demarcar terreno, reconhecendo divergências, mas também procurando maneiras de avançar sem comprometer seus próprios interesses e posições.

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Assim, além de constatar que a parceria estratégica entre a China e a Rússia representa o pilar da luta por uma nova ordem, é necessário também destacar que na relação trilateral - o que inclui os Estados Unidos - desenvolvem-se esforços por entendimentos e convergências pontuais simultaneamente a divergências antagônicas, rivalidades e confrontos. 

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