Ciro Gomes ainda tem chance de herdar os votos de Lula caso o ex-presidente seja proibido de concorrer em 2018
Embora Ciro Gomes busque, sim, alianças com centro e com certa direita que ele vê alinhada com o golpe de Temer, há também um alinhamento com o que o Brasil precisa neste momento. Se Ciro não criar rusgas desnecessárias e, quem sabe, visitar Lula na prisão, outubro pode reservar uma boa surpresa para ele
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Os fãs de Ciro não gostam muito do que eu escrevo sobre ele. Chamei-o de "Macron brasileiro", pela tática eleitoral de mostrar uma coisa e defender outra. Nas eleições presidenciais francesas, Emmanuela Macron venceu a disputa se vendendo como "centro social-democrata" e entregando um governo neoliberal de direita. Ciro, pelo que tudo indicava, vendia uma proposta de centro-esquerda e, na prática, dava sinais de que seria um presidente de centro-direita, caso vença a disputa de outubro.
Na prática, os sinais ainda não desapareceram. Ciro Gomes ainda dá acenos significativos para PSB e PP. No caso do partido de Paulo Maluf, a Folha de S.Paulo indicou que o empresário da CSN e da Fiesp Benjamin Steinbruch poderia ser seu vice.
Nacionalista nas convicções, Steinbruch poder ser um ótimo "José Alencar de Ciro", assim como ocorreu com Lula ao acenar para a direita, mas desvia das ideias mais esquerdistas.
Mesmo com todas essas pontuações, maio trouxe uma pesquisa que aponta Ciro Gomes como o mais provável herdeiro dos votos de Lula.
A CNT/MDA aponta que, num cenário com o ex-presidente concorrendo, Ciro aparece com 5% das intenções de voto. Num cenário sem Lula, o percentual sobe para 9%.
Ultrapassou, de maneira clara, Geraldo Alckmin. Até agora, o tucano é nome mais bem cotado pela direita não-bolsonarista.
Numa entrevista ao jornalista Fernando Morais do blog Nocaute, Ciro Gomes fez uma interessante reflexão sobre a briga de mídia que existe no Brasil com a entrada de agentes internacionais. "Pode ser que, no futuro, a gente tenha que defender a Globo contra outros atores do mercado", pontuou.
Para a TV Folha, o pré-candidato do PDT ressaltou que o jornalismo da Globo é "deplorável" e que o PT não está errado em criticar a grande mídia. Na sabatina de hoje dada para a Folha, o UOL e o SBT, Ciro aproveitou para cravar que Jair Bolsonaro é um fascista, totalitário e que sua presidência seria um desastre.
Embora Ciro Gomes busque, sim, alianças com centro e com certa direita que ele vê alinhada com o golpe de Temer, há também um alinhamento com o que o Brasil precisa neste momento.
Se Ciro não criar rusgas desnecessárias e, quem sabe, visitar Lula na prisão, outubro pode reservar uma boa surpresa para ele.
Mas isso não será conquistado, certamente, em frases de efeito.
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