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Daniel Quoist

Daniel Quoist, 55, é mestre em jornalismo e ativista dos direitos humanos

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Ciro no mundo da Egolatria desagregando como sempre…

Ciro é o incendiário rejeitado pela Esquerda e nutrido com desconfiança pela Direita. Políticos assim caem no ostracismo muito rapidamente

Ciro Gomes (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
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Ciro é um falastrão que ama ouvir a si mesmo, adora o som de sua voz, um ególatra tarimbado. Suas falas são sempre excessivamente de auto louvação e o uso do pronome EU é sua maior marca. Mostra-se provinciano ao respaldar suas ideias - algumas realmente boas - em sua experiência política no Ceará, onde foi governador há mais de 20 anos passados.

Na sabatina do Jornal Nacional na última terça-feira, o Ceará foi mencionado inúmeras vezes e sempre de forma autoelogiosa, autoreferente. Parecia nos apresentar uma Shangri-lá tardia e que passava despercebida por todos os brasileiros. O ponto predominante foi a sensação de que Ciro era candidato sim, mas não à Presidência da República e sim, ao Governo do Estado do Ceará.

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Fez bem em repisar o nome do Ceará no jornal de maior audiência da televisão brasileira, em horário nobre e por tempo tão alargado (40 minutos), é que o Capitão cearense ameaça levar o Ceará para as hostes reacionárias e truculentas do Jair Bolsonaro. Muito do avanço do candidato de extrema direita no Ceará se deve à ação tresloucada e voluntariosa de Ciro em, ao se contrapor a Lula, desejar romper a aliança que seu grupo político mantinha há vários pleitos com o PT. Nisso conseguiu abrir fendas em sua irmandade sanguínea. Nem o prefeito de Sobral Ivo Gomes nem o senador Cid Gomes aprovaram tal rompimento.

Desde o final do segundo turno em 2018 que Ciro Gomes vem atacando Lula e o PT. Sente-se preterido por Lula quando este encaminhou Dilma Rousseff para a reeleição em 2014. E Ciro sabe cultivar como ninguém um ressentimento, uma mágoa. Nos 580 dias em que Lula esteve preso arbitrariamente em Curitiba devido aos desmandos da dupla Moro/Dalangnol para torná-lo inelegível no pleito de 2018, Ciro Gomes não teve a compostura e civilidade de ir visitar aquele que lhe propiciou meios para ter projeção nacional, alçando-o da posição de líder político provinciano para político com envergadura nacional, ao torná-lo um de seus principais ministros. Grande parte da rejeição das esquerdas a Ciro Gomes tem a ver com essa sua ingratidão desmedida para com Lula e também por seus costumeiros ataques a ele e ao PT, atuando muitas vezes como linha auxiliar do Bolsonarismo-raíz, produzindo fake news a cada entrevista, a cada tuite, a cada post em redes sociais. E se existe algo imperdoável na política é a tal ingratidão, principalmente aquelas escancaradas, como é o caso. 

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Voltemos à sua atuação no JN. Ciro fez o que sabe fazer melhor: despejar números, valores, quantidades, como se fosse uma planilha de Excel em forma humana. Isso lhe concede certa aura de capacidade intelectual, mas também o torna um político de fala empolada, desses que parece falar para si mesmo, para classes média alta e alta e não passa disso. E nem quero falar no tal "enforcement"  e nem da onda plebiscitária que Ciro defende para preencher o vazio de sua completa desarticulação para compor quadros políticos. Esquece que plebiscitos são uma forma de anular a ação dos parlamentares, de aniquilar o Poder Legislativo, ante sala da anarquia e dos experimentos ditatoriais. 

Apresentou-se com o figurino que mais gosta, o do conciliador nacional, o antipolarização, o antiextremismo. Oras, nada mais falso que isso. Ciro detona Lula e Bolsonaro, sempre uns graus a mais quando se refere a Lula, porque o líder petista carrega os ressentimentos do mundo todo, enquanto em relação ao Inominável do Planalto mantém apenas as aparências que lhe faça sustentar o discurso antipolarização. Como poderá ser conciliador se os  ataca com certa virulência os atuais candidatos mais cotados para vencer essas eleições presidenciais? Por que cargas d'água os eleitores dos dois dariam algum crédito a Ciro, alguma moral a Ciro?

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Bem fez Lula ao decidir deixar Ciro falando sozinho. "Não tenho tempo para as bobagens do Ciro."

No cozido geral temos que reconhecer que Ciro Gomes não consegue agregar nem unir. Seu ofício é desagregar: não fechou aliança com nenhum dos 31 partidos políticos, abriu tiroteio insano contra tudo que não fosse seu ou de sua lavra, ou de suas ideias. Resultou nisso: 52 segundos de tempo na TV, fama de desequilibrado, destemperado, maluco da vizinhança. 

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No fundo mesmo, ele luta para ser uma espécie de "sub-líder" da oposição a Lula a partir de janeiro de 2023. Resumindo: Ciro é o incendiário rejeitado pela Esquerda e nutrido com desconfiança pela Direita. Políticos assim caem no ostracismo muito rapidamente.

Muito diferente de seus eleitores que já percebem em que canoa furada embarcaram e planejam, sabiamente, aderir a Lula já neste 2 de outubro próximo, liquidando assim as pretensões dos golpistas, milicianos e cafajestes e mantendo o estado democrático de Direito no Brasil.

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