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Jeferson Miola

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Classe dominante faz festança no Congresso enquanto povo é exterminado

"As estimativas mais baixas estimam que com esta PEC o Banco Central fará um socorro indecente de mais de R$ 600 bilhões a bancos e especuladores do mercado. Com isso, os especuladores poderão desovar os títulos podres das suas carteiras nos cofres do BC", escreve o colunista Jeferson Miola

(Foto: Reuters)
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Se crise é oportunidade, uma catástrofe pode ser aproveitada como uma oportunidade preciosa; como uma chance de ouro.

1. Consciente disso, a classe dominante aproveita a calamidade sanitária do coronavírus para executar o mais ambicioso e vultuoso assalto ao cofre do Banco Central do Brasil através da PEC 10/2020, que cria o “orçamento de guerrafake [aqui e aqui]

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As estimativas mais baixas estimam que com esta PEC o Banco Central fará um socorro indecente de mais de R$ 600 bilhões a bancos e especuladores do mercado. Com isso, os especuladores poderão desovar os títulos podres das suas carteiras nos cofres do BC.

A PEC autorizou, inclusive, o BC comprar títulos podres no obscuro mercado secundário, um mecanismo secreto de negociação em que o operador do BC pode pagar ao especulador corrupto 100 reais por um título bichado que vale menos que 5 reais!

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2. Em simultâneo ao ataque do poder financeiro, a pandemia também é oportunidade para o capital realizar, através da Medida Provisória 936, o mais nefasto plano de reestruturação produtiva baseado no desemprego em massa. Uma MP sob medida para propiciar ao capital o aumento da exploração e da taxa de lucro e a diminuição geral do valor dos salários.

Esta MP covarde e cruel proposta por Bolsonaro no momento que o povo trabalhador mais precisa de amparo e proteção do governo, autoriza redução de salários e demissões em massa.

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Para garantir a absoluta supremacia do capital sobre o trabalho, a MP retira os sindicatos das negociações e privilegia o “entendimento” direto, individual, entre patrão e trabalhador.

3. Além da PEC para a especulação e da MP para o capital, o Congresso aproveita para ressuscitar o austericida Projeto de Lei nº 149, apelidado de Plano Mansueto, que foi proposto ainda em 2019 – portanto, que não tem nenhuma razão de tramitar no legislativo neste contexto dramático, de urgência social e sanitária.

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O Plano Mansueto é uma espécie de arremate destrutivo: promove o endividamento brutal dos Estados e Municípios; obriga a privatização de estatais, principalmente de água e saneamento; e obriga a redução de investimentos sociais e dos serviços públicos municipais e estaduais.

4. Neste momento em que o país se confronta com a ameaça iminente de viver uma catástrofe humanitária, a classe dominante é uníssona na execução do programa bolsonarista ultraliberal, de caráter anti-nação e anti-povo que destrói direitos do povo e promove o saqueio do Brasil.

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Esta elite monstruosa está em guerra. A guerra da elite não é contra o COVID-19, mas é uma guerra contra a soberania do Brasil e contra o povo brasileiro.

Os ministros bolsonaristas Paulo Guedes, Roberto Campos Neto e Sérgio Moro não falam para a maioria do povo brasileiro, mas concedem entrevistas exclusivas para acalmar e orientar os clientes da XP Investimentos, empresa investigada nos EUA por fraude contábil.

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5. Enquanto a elite se refestela no banquete em que o Brasil é devorado, mais de 110 milhões de brasileiros submetidos à barbárie estão ameaçados de extermínio pelo desamparo, pelo desemprego, pela precarização, pela fome e miséria, pelo atraso no pagamento da renda mínima e pelo desinvestimento do SUS depois do golpe de 2016.

6. A esquerda, os progressistas e aqueles setores que se opõem à barbárie e defendem a vida humana não podem ser cúmplices de qualquer decisão do Congresso Nacional neste período que não tenha exclusivamente por objetivos [i] conter as ameaças do genocida Bolsonaro, [ii] criar condições para a deposição deste facínora, e [iii] aprovar políticas e medidas emergenciais para proteger e salvar a vida humana.

É um dever político e humanitário dos deputados e senadores do espectro democrático e popular denunciarem e se recusarem a participar de sessões da Câmara e do Senado que tenham na pauta projetos que não guardem relação com a prioridade urgente e exclusiva para o momento, que é evitar que o país viva uma catástrofe humanitária de dimensões imponderáveis.

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