Cobrar de quem: do Lula?

Pois em primeiro lugar e acima de tudo é precisamente aos eleitores que deve ser apresentada a cobrança pelo que estamos vivendo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa no Palácio do Planalto da Reunião ministerial dos 100 dias de governo - 10.04.2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa no Palácio do Planalto da Reunião ministerial dos 100 dias de governo - 10.04.2023 (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)


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 Pois é: Lula completou cem dias na presidência da República. E como é de praxe entre nós, todo mundo (ou quase) tratou de fazer o balanço do que aconteceu nesse período. E fazendo a cobrança correspondente, claro.

 No caso específico, nada mais natural que as dimensões oceânicas da expectativa generalizada. E isso não apenas pelo tamanho da ruína que o presidente anterior deixou como herança, mas pela própria trajetória de Lula, com ênfase em suas duas passagens consecutivas pela mesma presidência que agora ocupa.

 Confesso, porém, que meu balanço é outro, e outra a minha cobrança.  

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 Sim, foram cem dias de Lula na presidência, mas também de Jair Messias fora dela. E eu continuo assombrado com duas coisas.  

 A primeira: a quantidade de votos que ele teve nas eleições do ano passado, depois de tudo de tenebroso e asqueroso que fez.  

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 A segunda: o atual Congresso, eleito no ano passado, sem sombra de dúvida o mais abjeto desde a retomada da democracia, já lá se vão quase quarenta anos.

 Cobrar de Lula promessas de campanha que ele ainda não cumpriu no escasso prazo de cem dias é de uma injustiça escalofriante.

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 Com semelhante Congresso, o que resta a ele a não ser negociar, negociar e negociar, cedendo ao máximo, sempre dentro de limites impostos pela decência?

 Quem deve ser cobrado é o eleitorado.  

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 Está claro que a ação de um juiz desonesto e de um procurador igualmente canalha, com o apoio irrestrito dos meios hegemônicos de comunicação, serviu para demonizar a política e imbecilizar eleitores país afora.  

 Mas será que o que o eleito, Jair Messias, fez não basta para espantar para sempre a nuvem do bolsonarismo?

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 Está igualmente claro que a amnésia e a ignorância que encobrem a maioria dos brasileiros ajudaram não apenas a colocar um desequilibrado sem remédio na poltrona presidencial, mas a reunir – e isso depois de quatro anos de destruição nacional – o maior punhado de aberrações da história recente do Congresso.  

 Só essa amnésia e essa ignorância explicam que gentalha como Damares Alves, Hamilton Mourão, Sergio Moro, Deltan Dallagnol et caterva tenham se juntado ao lixo que já havia lá.

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 Pois em primeiro lugar e acima de tudo é precisamente aos eleitores que deve ser apresentada a cobrança pelo que estamos vivendo.   

 Passamos já de cem dias com Lula e sem Jair Messias.

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 Quando teremos dias sem bolsonarismo? Ou será que ele sempre esteve por aí, meio adormecido, até ser despertado pela grande mídia e seu apoio irrestrito à Lava Jato e suas manipulações escandalosamente desonestas?

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