Coisas do Supremo
Justiça seja feita à capacidade de trabalho do nosso guardião Supremo. Quando necessário, suas portas foram devidamente abertas duas vezes, em plena madrugada para uma ação elogiável: Libertar um ilustre representante de nossa elite, condenado, vejam vocês, por um juizinho de primeira instância. Onde já se viu!
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Era uma vez uma Suprema Corte com a suprema autoridade de julgar os habitantes de um imenso país. Julgava pessoas do povo, da elite, da política
E tudo corria às maravilhas quando de repente, em meio à calmaria da rotina judiciária, um vendaval político invadiu o país e as fortes ventanias expuseram as supremas fragilidades daquela Suprema entidade.
E as críticas brotaram em profusão depois de mais uma vez livrar a cara do político de muitos aeroportos e propinas.
Mas, vamos com calma, precisamos ouvir a sabedoria do povo que vive a repetir que errar é humano. E olhe que lá são 11 humanos com muita manga pra errar
Portanto, nada de censuras àquela cochilada de 4 meses no processo do condutor-mor do golpe, que só foi julgado e condenado, aí sim, depois da rapaziada da Câmara, devidamente subsidiada com a lenha da FIESP e o querosene da JBS incinerar 54 milhões de votos.
E justiça seja feita à capacidade de trabalho do nosso guardião Supremo. Quando necessário, suas portas foram devidamente abertas duas vezes, em plena madrugada para uma ação elogiável: Libertar um ilustre representante de nossa elite, condenado, vejam vocês, por um juizinho de primeira instância. Onde já se viu!
Por falar em juiz de primeira instância, vale lembrar o mais famoso deles que, sem dar a mínima para o Supremo aboletou-se nas suas prerrogativas e grampeou a presidenta. Achou pouco e ainda praticou a violência jurídica de liberar a gravação, já arquivada, para a imprensa.
Aquela Suprema Casa, considerando a nobreza da ação - impedir o ex-presidente de ser Ministro, passou a mão na cabeça do juiz e ficou por isso mesmo. Aliás, a própria Corte Suprema complementou o ato, impossibilitando a posse do ex-presidente na esplanada dos ministérios
Nessa mesma linha, o gato angorá, vulgo Moreira Franco, virou réu nas delações Odebrechtianas e o nosso Supremo, mais uma vez foi chamado pra decidir o seu destino como ministro. 'Esqueceu' nobremente o caso do torneiro mecânico e dessa vez, conforme recomenda a justiça, pôs a venda nos olhos e não enxergou as propinas da construtora. (Fica a curiosidade de como deverá ser a convivência de um legítimo representante do mundo felino, em meio a tantos ratos)
Fale-se também do seu lado romântico. Foi de um gabinete da Corte Suprema que foi redigida uma sentença 'contra' o mesmo senador que, conforme a acidez de um amigo, "tava mais pra declaração de carinho"
E esse senador, vamos admitir, não se tem notícia na história recente da justiça brasileira de um político com tanto prestígio naquela Suprema Casa. Por muito e muito menos o seu colega do outro lado da linha política, sem qualquer conversa, foi sumariamente preso
A elite brasileira tem sua genética fincada nos senhores escravocratas que extraíram até a última gota de suor de nossos irmãos africanos.
Ela é também o substrato de políticas econômicas que determinaram a pornográfica concentração de renda do país.
Com o conservadorismo tacanho na cabeça e as riquezas do país nas mãos, as garras de seu poder atingem com força o mundo político e invadem com desenvoltura o poder judiciário
Essa realidade esteve presente na libertação do banqueiro, no prestígio do senador, na discriminação do torneiro mecânico, no golpe de 2016
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