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Ricardo Kotscho

Ricardo Kotscho é jornalista e integra o Jornalistas pela Democracia. Recebeu quatro vezes o Prêmio Esso de Jornalismo e é autor de vários livros.

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“Comigo unidade é o cacete": aonde Ciro quer chegar? Com o apoio de quem?

"Ciro parece olhar sempre pelo retrovisor para atacar adversários reais e imaginários, sem se preocupar com o futuro do país que está sendo destruído pelo bolsonarismo.É uma pena que ele continue parecendo uma biruta de aeroporto, sem norte nem rumo, pois é um dos homens públicos mais preparados do país", diz Ricado Kotscho, do Jornalistas pela Democracia

Ciro Gomes (Foto: REUTERS/Nacho Doce)
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Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia - Quanto mais leio entrevistas e declarações de Ciro Gomes menos consigo entender aonde ele quer chegar em 2022.

Terceiro colocado no primeiro turno em 2018, ele deu uma banana geral ao eleitorado e foi para Paris curtir mais uma derrota.

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Desde que voltou, recomeçou a campanha, viajando pelo país em busca de uma bandeira e de um discurso.

Bater em Lula e no PT foi a saída que encontrou para atrair holofotes e seguidores, mas este caminho já está congestionado.

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Olhando para a direita, vai bater de frente com o antipetismo de Bolsonaro, Doria e Moro, que também já estão em campanha.

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À esquerda, já queimou todas as pontes, sem conseguir um único partido aliado.

“Comigo unidade é o cacete. Unidade é na luta. E na luta em cima da mesa”, disparou ele, em entrevista ao Estadão desta terça-feira, no momento em que amplos setores da sociedade civil buscam um mínimo de união para formar uma ampla frente anti-bolsonarista.

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O que é uma “luta em cima da mesa”? Alguém pode me explicar?

Ao explicar o resultado da eleição passada pelo “antipetismo que era a força dominante”, Ciro afirma que “Bolsonaro interpretou de forma tosca o sentimento de medo do povo”.

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Medo do que, de quem? Qual foi o sentimento que levou o capitão à vitória? O medo ou o ódio das suas falanges?

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Enquanto isso, dois dos principais líderes da esquerda que sobraram do tsunami conservador de 2018 _ Fernando Haddad, do PT, e Flávio Dino, do PSB _ já começaram a construir uma aliança para 2022, com o apoio de Guilherme Boulos, do PSOL.

Ciro parece olhar sempre pelo retrovisor para atacar adversários reais e imaginários, sem se preocupar com o futuro do país que está sendo destruído pelo bolsonarismo.

É uma pena que ele continue parecendo uma biruta de aeroporto, sem norte nem rumo, pois é um dos homens públicos mais preparados do país.

Ao optar por ser mais um anti-petista juramentado, em lugar de assumir um papel de destaque numa frente popular contra o bolsonarismo, Ciro se move apenas pelo rancor.

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“Essa burocracia do PT e a estratégia que essa burocracia está fazendo em nome da direção imperial do Lula é certeza de derrota do campo progressista no Brasil agora e pelas próximas eleições”, profetiza o ex-ministro de Lula, jogando a toalha a mais de três anos da próxima disputa.

Ou então ele se auto-excluiu do campo progressista, sem definir qual será seu próximo destino.

Não posso acreditar que ele se lançará candidato só pelo PDT, sem formar aliança com ninguém, dono de um partido trabalhista sem bases sindicais nem populares, depois de ter passado por mais de meia dúzia de siglas nos últimos anos.

A onda antipetista que elegeu Bolsonaro já perdeu a força, e Ciro chegou atrasado.

Fazer discursos inflamados para plateias estudantis pode inflar o ego, mas não é suficiente para eleger ninguém.

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Por mais que Ciro não queira e por mais que tenha bronca do PT, não sem ter seus motivos, o fato é que agora seria hora de Ciro deixar de lado suas ambições pessoais e se incorporar num grande movimento suprapartidário de salvação do país.

Vou torcer por isso.

Ou não sobrará Brasil para ninguém em 2022, que ainda está muito longe.

Num país em que líderes escasseiam em todas as áreas, Ciro poderá se tornar um líder sem liderados, o que seria um desperdício.

Vida que segue.

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