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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Como Lula lavou dinheiro que não recebeu?

"O MPF afirma que a contrapartida da OAS a Lula pelos contratos na Petrobras foi o oferecimento de um triplex no Guarujá, sua reforma e mais a reforma de um sitio em Atibaia. A soma desses favores daria os 3,7 milhões. Os fatos, no entanto, insistem em contrariar as acusações. Se não há nenhuma escritura em nome de Lula ou de sua mulher referente ao triplex, o triplex nunca foi seu. Ainda que tenha havido em algum momento alguma intenção de o triplex ser seu, isso nunca se consubstanciou", diz o colunista Alex Solnik; "Lula nunca o usufruiu. Se não usufruiu, não auferiu dinheiro com ele. Então, como pôde ter lavado um dinheiro que nem recebeu nem usufruiu?"

Lula (Foto: Alex Solnik)
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De acordo com uma das várias versões que circularam na imprensa, nos últimos dias, o interrogatório de hoje versaria a respeito de 3,7 milhões de reais que Lula teria recebido em troca de favorecer a OAS na obtenção de contratos com a Petrobrás, em forma de um tríplex no Guarujá e a reforma de um sitio em Atibaia, razão pela qual está sendo acusado de corrupção e de lavagem de dinheiro.

   Não consigo entender como o MPF acusa Lula de fazer isso, quando já sabemos – o MPF e a torcida do Flamengo - com base em depoimentos de outros ex-diretores da Petrobrás e ex-presidentes de empreiteiras que o esquema funcionava em forma de cartel.

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   Muito antes do governo Lula.

   Ou seja, o sistema independia de interferências de quem quer que fosse, estava programado em comum acordo entre empreiteiras e diretores da Petrobrás.

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  Uma empreiteira ganhava um contrato e a sua “concorrente” levava o seguinte.

   Acusar Lula de receber favores em troca desse tipo de favorecimento não faz sentido.

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   Não eram assim que o esquema funcionava.

   Depois, a questão da lavagem de dinheiro.

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   O MPF afirma que a contrapartida da OAS a Lula pelos contratos na Petrobrás foi o oferecimento de um tríplex no Guarujá, sua reforma e mais a reforma de um sitio em Atibaia.

   A soma desses favores daria os 3,7 milhões.

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 Os fatos, no entanto, insistem em contrariar as acusações.

   Se não há nenhuma escritura em nome de Lula ou de sua mulher referente ao tríplex, o tríplex nunca foi seu. Ainda que tenha havido em algum momento alguma intenção de o tríplex ser seu, isso nunca se consubstanciou.

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   Lula nunca o usufruiu.

   Se não usufruiu, não auferiu dinheiro com ele.

   Então, como pôde ter lavado um dinheiro que nem recebeu nem usufruiu?

   É uma teoria absurda.

    O caso do sítio, igualmente absurdo não era o foco de hoje.

  Esse foi o interrogatório mais vigiado da nossa história.

   A julgar pelas perguntas do juiz Sérgio Moro e de outros procuradores, o MPF não conseguiu apresentar uma só prova de que o tríplex é ou foi de Lula.

   Nem de que o armazenamento de seus pertences presidenciais envolve algum crime.

   Para o que serviu então?

 Serviu para levantar ilações que não provam absolutamente nada, como a mais comentada na Globo News nessa noite: a confirmação de Lula do encontro com Renato Duque no hangar de Congonhas.

  Franzindo a testa, o comentarista Gerson Camarotti perguntou: “Por que um ex-presidente da República se encontra com um ex-diretor da Petrobrás”?

   É somente uma pergunta que fica no ar, mas assim ele coloca em dúvida a resposta de Lula, que disse que procurou Duque depois de saber pelo noticiário que ele teria conta no exterior, para lhe perguntar se era verdade. E que ele disse que não.

   "Ah, mas quem marcou o encontro foi Vaccari".

   São especulações que não servem ao processo. 

  O interrogatório vai gerar uma infinidade de fofocas e diz-que-me-diz-que, manchetes escandalosas, mas do ponto de vista jurídico não vai acrescentar nada.

   A única coisa que ficou clara é que o MPF não tem provas de que Lula recebeu 3,7 milhões de propina, nem de corrupção nem de lavagem de dinheiro.

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