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Eleonora Menicucci

Ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Governo Dilma. Professora titular em Saúde Coletiva da UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo

2 artigos

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Como o golpe em curso impacta na vida das mulheres

A relação entre o patriarcado e o ultra liberalismo econômico se mostra com muito vigor no atual contexto golpista fascista, altamente explicitado pelo fundamentalismo do congresso nacional, em especial da câmara dos deputados

A relação entre o patriarcado e o ultra liberalismo econômico se mostra com muito vigor no atual contexto golpista fascista, altamente explicitado pelo fundamentalismo do congresso nacional, em especial da câmara dos deputados (Foto: Eleonora Menicucci)
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As diversas formas de participação das mulheres representam a diversidade das brasileiras.

Vale destacar aqui as ONGs feministas, tanto as mais antigas como as novas formas de participação das jovens feministas, como # Agora é que são elas, Partida feminista, Vadias, entre outras tantas.

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A Marcha das Mulheres Negras em Brasília de caráter nacional explicitou e escancarou para toda a sociedade a submissão exploração e escravização imposta secularmente e que elas tem rompido com luta ao darem um basta a esta situação.

Assim também se apresentou em sua quinta edição, em Brasília a Marcha das Margaridas que trazem de três em três anos toda a situação das mulheres do campo da floresta e das águas para que a sociedade as veja, como, além de sujeitos de direitos, responsáveis pela produção de todos os alimentos que chegam as mesas das pessoas nas cidades.

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São mulheres rompendo com as formas tradicionais de participação política redesenhando novas estratégias e pautando a sociedade brasileira contra o fundamentalismo patriarcal.

O cenário político hoje no Brasil nos remete a uma pergunta crucial e estruturante sobre o protagonismo das mulheres nas diferentes cenas políticas: na vigência de um golpe patriarcal, machista, sexista, capitalista, fundamentalista, mediático e parlamentar que retirou da presidência da República a primeira mulher eleita e reeleita com mais de 54 milhões de votos, como ficam os direitos conquistados e a cidadania das mulheres?

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Os articuladores desse golpe em vigência são aparentemente ocultos, mas quem são eles? São homens brancos, ricos, violentos e vorazes que se explicitaram como estruturantes do patriarcado brasileiro que une gênero, raça e classe.

Desmontam as políticas sociais que sustentam a vida cotidiana, eliminam direitos civis, sociais e trabalhistas que garantem a cidadania e privatizam com a maior velocidade já vista todos os bens públicos.

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A relação entre o patriarcado e o ultra liberalismo econômico se mostra com muito vigor no atual contexto golpista fascista, altamente explicitado pelo fundamentalismo do congresso nacional em especial da câmara dos deputados.

Faz-se necessário lembrar com muita ênfase que esse golpe, teve seu inicio com as manifestações de 2013 quando o capital que rege os envolvidos no golpe e a FIESP, aproveitaram e financiaram as manifestações de direita, conhecidas como dos e das " [email protected] "e com a violência sexual explicitamente contra nossa Presidenta na abertura da Copa do Mundo em 2014, quando mandaram a Presidenta " tomar no cu".

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Vieram as eleições, a vitória da Dilma e as milhares de ações tentando impugnar as eleições, repetindo o que Lacerda disse em relação a Getúlio:" se candilar não ganha, se ganhar não toma posse, se tomar posse não governa" e vimos à história se repetir, e de nossa parte perplexa, demos poucas respostas para a sociedade, uma vez que fomos [email protected] a cotidianamente defender a Presidenta e o nosso governo.

Perguntamos como pode impactar na vida das brasileiras e brasileiros, principalmente na das mulheres o golpe em vigência com todas essas características elencadas.

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O impacto maior sem dúvida alguma se dá no cotidiano da vida das mulheres com reflexos para toda a sociedade.

É necessário reafirmar que a autonomia das mulheres tem que ser garantida com políticas públicas que o governo da Presidenta Dilma priorizou: que é viver numa sociedade onde cada um e cada uma das pessoas exerçam o direito de ir e vir sem estar exposta a qualquer tipo de violência, discriminação e preconceitos.

Assim combatemos com firmeza a cultura patriarcal da violência e do estupro, em nossa sociedade desde os tempos da colonização.

Os governos Lula e Dilma sancionaram importantes marcos legais como a Lei Maria da Penha e sua implementação com o Programa Mulher viver sem Violência e a Lei do Feminicídio, que torna crime hediondo o estupro e altera paradigmaticamente no Código Penal a tipificação da morte de mulher por sua condição de mulher como feminicido e não homicídio.

Também a luta contra a homofobia, lesbofobia e transfobia que tem ceifado milhares de vidas que a atual legislatura na câmara federal com seu conservadorismo fundamentalista não possibilita aprovar nem uma ação que impeça essas barbaridades, ao contrário as instiga e incentiva.

As mulheres devem permanecer em alerta e em luta contra os retrocessos nas políticas do governo golpista: transformar a Secretaria de Políticas para as Mulheres em ´puxadinho" no Ministério da Justiça e criar um departamento de mulheres na Polícia Federal, significa a volta às trevas dos anos 70 quando todas as ações para o enfrentamento a violência contra as mulheres eram tratadas como caso de polícia.

Outro aspecto é nomear uma mulher para a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, que além de envolvida em esquema de corrupção, declarou ser contra o aborto nos casos legais, como gravidez decorrente de estupro.

Idade das trevas, fundamentalista onde a opinião e religião interferem na gestão das políticas. E para onde vão as mulheres estupradas, violentadas e massacradas.

Hoje temos políticas avançadas como o Mulher Viver sem Violência que tem como paradigma para ação, acolhimento, cuidado e a abertura de portas para o acesso aos mercados de trabalho, que possibilitam a mulher romper o ciclo da violência, conquistar sua autonomia e se libertar.

Temos também o Programa Pró-equidade de gênero e raça que com a adesão de grandes empresas busca construir boas práticas de gênero e raça que rompem com as discriminações e preconceitos no âmbito das organizações do trabalho.

Quero reforçar que não aceitaremos nenhuma perda de direitos, em especial com os direitos sexuais e reprodutivos que ainda temos muito que avançar.

São mulheres redesenhando as formas tradicionais de participação política e pautando a sociedade brasileira contra o fundamentalismo patriarcal golpista e mediático.

Na resistência contra a efetivação do golpe, as mulheres tem assumido um protagonismo fundamental. Estão nas ruas, nas cidades, no campo, na floresta e em todos os lugares, porque sabem o que significou ter direitos de ir e vir acesso às oportunidades, cidadania.

E sabem também o que pode transformar nossa democracia num sistema fascista onde todos os direitos conquistados são rompidos com a imposição da cultura do medo.

Os movimentos feministas e de mulheres tem levado uma luta intensa por uma reforma do sistema político, tendo um dos pontos principais à lista paritária de gênero estruturante da democratização desse sistema. Tal defesa implica como disse Àvila(16) " superação do caráter hierárquico dos partidos políticos e da mercantilização dos processos eleitorais "

Não há sociedade democrática sem equidade de gênero.

Quero terminar reafirmando enfaticamente que nesse momento os movimentos sociais do campo e da cidade se mobilizam, resistem e lutam contra o golpe e em especial o movimento feminista e de mulheres enquanto sujeito político estruturante das lutas pela democracia.

O feminismo mostra sua criatividade, sua força e capacidade de resistência radical em defesa do mandato da primeira mulher eleita e reeleita Presidenta da República do Brasil.

É um confronto com o patriarcado incontornável para resgatar o mandato da presidenta Dilma Rousseff, com afirmação de uma agenda política e social voltada para a superação das desigualdades sociais e garantias de to dos os direitos individuais, civis, sociais, econômicos, culturais.

As mulheres estão seguras dessa resistência e reafirmam a importância dos instrumentos institucionais que garantam seu protagonismo no âmbito do executivo.

Eu e minha geração que viveu o golpe de 1964, conhecemos as barbaridades sofridas pelas torturas e sabemos que o golpe de hoje se apresenta como muito perigoso pela sua forma dissimulada e fascista: entrando o dia inteiro nas casas das pessoas pelas TV s com informações seletivas e distorcidas.

Juntas somos milhões de mulheres resistentes dizendo Não ao golpe, volta Dilma e fora Temer.

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