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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Condenado pelo power-point

Colunista do 247 Alex Solnik aponta a omissão do juiz Sérgio Moro, confirmada pelos desembargadores do TRF-4 na condenação do ex-presidente Lula; "Moro não interroga Vaccari, nem os desembargadores sentem falta de seu depoimento para montar o quebra-cabeças. De acordo com o estabelecido no ordenamento jurídico brasileiro, quem deveria ser condenado por corrupção passiva, nesse caso, deveria ter sido Vaccari", diz Solnik; "Se Léo Pinheiro usou dinheiro de propina para fazer as reformas no tríplex quem lavou dinheiro foi ele e não Lula – que não mandou reformar, nem usufruiu das reformas, pois nunca recebeu o tríplex", aponta

Colunista do 247 Alex Solnik aponta a omissão do juiz Sérgio Moro, confirmada pelos desembargadores do TRF-4 na condenação do ex-presidente Lula; "Moro não interroga Vaccari, nem os desembargadores sentem falta de seu depoimento para montar o quebra-cabeças. De acordo com o estabelecido no ordenamento jurídico brasileiro, quem deveria ser condenado por corrupção passiva, nesse caso, deveria ter sido Vaccari", diz Solnik; "Se Léo Pinheiro usou dinheiro de propina para fazer as reformas no tríplex quem lavou dinheiro foi ele e não Lula – que não mandou reformar, nem usufruiu das reformas, pois nunca recebeu o tríplex", aponta (Foto: Alex Solnik)
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  Já que os três doutos desembargadores da 8ª. Turma do TRF-4, encantados com o brilhantismo do juiz Sérgio Moro não conseguiram encontrar uma falha sequer em sua exótica sentença do caso do tríplex, condenando Lula a 12 anos de prisão em regime fechado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, tomo a liberdade de fazer uma revisão da revisão que considero esclarecedora.

   E com provas – não com suposições nem indícios.

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   Desde que as delações premiadas viraram carne de vaca, todos pudemos aprender o modus operandi dos políticos corruptos.

   Os empresários delatores sempre contam, em suas narrativas que o delatado pediu dinheiro, exigiu dinheiro, cobrou dinheiro em troca de algum favorecimento como um grande contrato com alguma estatal ou uma MP salvadora ou um perdão de dívidas.

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   Basta examinar os depoimentos de Joesley Batista que não se cansou de repetir que Michel Temer lhe pedia dinheiro constantemente, assim como Aécio Neves. Basta verificar o que os delatores contaram a respeito de Eduardo Cunha, que não só pedia, mas exigia, pressionava e chantageava.

   No caso do tríplex, porém, o principal delator, Léo Pinheiro, tido como amigo do ex-presidente, nunca se refere a Lula com esses argumentos. E, a se fiar em suas palavras, tinha intimidade para isso.

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   Ele jamais afirma que Lula pediu ou exigiu o tríplex – o que foi taxado de corrupção passiva assim mesmo, nem pediu ou exigiu as reformas, o que foi enquadrado na lavagem de dinheiro.

   Quem negociou o tríplex com ele, segundo Pinheiro foi o tesoureiro João Vaccari Neto. Seria óbvio, portanto, que Vaccari fosse ouvido para confirmar ou desmentir a delação.

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   No entanto, Moro não interroga Vaccari, nem os desembargadores sentem falta de seu depoimento para montar o quebra-cabeças.

   De acordo com o estabelecido no ordenamento jurídico brasileiro, quem deveria ser condenado por corrupção passiva, nesse caso, deveria ter sido Vaccari.

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   Enquanto ele não for interrogado – e os próprios desembargadores declararam que a palavra de co-réu é válida – o caso não pode ser dado como esclarecido.

   É o que deduziria, por exemplo, Sherlock Holmes.

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   Mas a condenação por lavagem de dinheiro é mais absurda ainda.

   Se Léo Pinheiro usou dinheiro de propina para fazer as reformas no tríplex quem lavou dinheiro foi ele e não Lula – que não mandou reformar, nem usufruiu das reformas, pois nunca recebeu o tríplex.

   Até mesmo o assistente de Holmes,  Sir Watson não teria dificuldade em concluir que tanto Moro quanto os desembargadores fundamentaram suas sentenças em uma única e singela “prova”: o power-point de Deltan Dalagnol.

  

 

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