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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Congresso pode saber o que os arapongas de Bolsonaro andam fazendo

Jornalista Moisés Mendes alerta, no momento em que a arapongagem de Bolsonaro faz dossiês de inimigos antifascistas, que o Congresso tem, desde 1999, uma Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI). "Segue o mesmo modelo básico da composição da comissão argentina", escreve

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Por Moisés Mendes, para o Jornalistas pela Democracia 

Se olharmos com atenção para as investigações que acontecem agora na Argentina, teremos alguns sinais de semelhanças – que não ocorrem por acaso – com as atuais suspeitas de ilegalidades no Brasil na área da arapongagem.

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Autoridades argentinas andam atrás de um personagem do esquema clandestino de espionagem montado por Maurício Macri, para que conte o que sabe do grupo que perseguiu líderes da esquerda e jornalistas argentinos durante os quatro anos de governo.

O sujeito é o ex-diretor jurídico da Agência Federal de Inteligência (AFI) Juan Sebastián De Stéfano, amigo de Macri. Mas não é procurado pela polícia, nem pelo Ministério Público ou pelo juiz federal que cuida do caso.

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Quem tenta fazer com que De Stéfano apresente-se e deponha é a Comissão Bicameral de Acompanhamento dos Organismos de Inteligência do Congresso. Senadores e deputados têm a prerrogativa do controle externo das atividades da área de inteligência do governo.

A comissão tem sido protagonista no esforço para que Ministério Público e Justiça desvendem o esquema de espionagem ilegal que agia dentro da AFI por ordem de Macri.

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Muitos dos delatores, que indicaram comparsas do grupo clandestino, depuseram à comissão. De Stéfano foi convocado, negou-se a depor e pode ser preso. Mais de 20 arapongas já foram encarcerados.

O Brasil precisa saber, nesse momento em que a arapongagem de Bolsonaro faz dossiês de inimigos antifascistas, que o Congresso também tem, desde 1999, uma Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI). Segue o mesmo modelo básico da composição da comissão argentina, com senadores (seis) e deputado federais (também seis).

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A função das comissões, lá e aqui, é a mesma: acompanhar as ações dos órgãos de inteligência, com poder de confrontar suas atividades com o que determina a Constituição.

A comissão brasileira – como informa o site oficial – faz “o controle externo das ações de Inteligência, de Contrainteligência e de outras a elas relacionadas, desenvolvidas no Brasil e no exterior”.

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Quem entrar no site, com link no pé desse texto, faz algumas descobertas interessantes. Essa é uma delas: o grupo de 12 parlamentares, presidido pelo senador Nelsinho Trad, do PSD do Mato Grosso do Sul, parece ser inoperante.

Diz o site que “a CCAI se reúne periodicamente e tem autonomia para convocar os dirigentes da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e de outros órgãos e entidades da Administração Pública Federal, especialmente os componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), para prestarem informações sobre sua atuação”.

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O que significa reunir-se periodicamente, se a última reunião com arquivo disponível no site é de uma audiência pública de 19 de outubro de 2017 com o general Sergio Westphalen Etchegoyen, então ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República?

O último arquivo de relatório de atividades que aparece no site é de 2015. A comissão poderia estar sem nada para fazer, nos últimos anos, mas tem agora o imbróglio do dossiê com os nomes de 579 servidores federais e estaduais identificados como antifascistas, elaborado pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi), do Ministério da Justiça.

São muitas as suspeitas de que a Seopi atua ilegalmente, não por ser um órgão até agora quase desconhecido e empoderado por Bolsonaro como parte do sistema de inteligência, mas por aparecer como uma espécie de polícia política do governo.

Parlamentares da Rede Sustentabilidade pediram que o Supremo investigue o dossiê e a legalidade das ações da Seopi, denunciadas na semana passada em reportagem do jornalista Rubens Valente, do UOL.

Mas a comissão mista do Congresso também pode agir, porque este é o seu objetivo: assegurar que as atividades dos organismos de inteligência “estejam em conformidade com a Constituição Federal e com as normas do ordenamento jurídico nacional”.

O senador Randolfe Rodrigues, da Rede, faz parte da comissão e poderia mobilizar o grupo para que autoridades do setor sejam ouvidas. Um colega de Randolfe no grupo pode ajudar. O vice-presidente da comissão é o deputado Eduardo Bolsonaro.

(Abaixo, o link da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência)

https://legis.senado.leg.br/comissoes/comissao?2&codcol=449

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