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Jeferson Miola

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Conspiração militar, pistolagem política e cumplicidade das instituições

"Comandantes militares sabem que estão jogando o país numa espiral de violência e de assassinatos de opositores por bolsonaristas armados", diz Jeferson Miola

(Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Jeferson Miola

O comportamento das cúpulas partidarizadas das Forças Armadas brasileiras não é o esperável de comandos profissionais, legalistas e leais à Constituição.

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Os comandantes militares sabem disso. Eles também sabem perfeitamente o que estão fazendo, mas perigosamente continuam se distanciando da legalidade e da institucionalidade.

Não são só os setores democráticos brasileiros que vêm alertando sobre a postura antiprofissional e conspirativa dos chefes militares que, ao interferirem na política, agem como milícias fardadas.

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O mundo inteiro também já percebeu que eles ameaçam a democracia, intimidam as instituições civis e planejam replicar no Brasil um processo semelhante ao ocorrido em 6 de janeiro de 2021 nos EUA, a invasão do Capitólio.

Com uma diferença trágica: enquanto nos EUA as Forças Armadas não endossaram a investida criminosa da matilha de Trump, no Brasil os comandos militares não só desejam como estimulam o tumulto e a ação de hordas armadas que tiveram enormes facilidades para adquirir arsenal bélico devido à flexibilização, pelo Exército, das normas de porte e posse de armas e munições.

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Num cenário de caos planejado combinado com a omissão das polícias militares, as Forças Armadas deverão pretextar uma operação de Garantia da Lei e da Ordem para fechar o regime.

Está muito claro que o argumento de “cooperação técnica com o TSE” é mera dissimulação retórica. Por trás desse discurso oportunista se escamoteia o plano de sabotar a eleição, causar caos institucional e promover um cenário de brutal violência.

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O absurdo e despropositado convite do TSE para militares integrarem a Comissão de Transparência Eleitoral foi hipocritamente aproveitado por eles para legitimarem a intromissão indevida no processo eleitoral. Era a brecha que planejavam. E ganharam na bandeja.

O ativismo político e a ameaça das instituições pelos militares vêm de longe; muito antes do famoso tweet do general Villas Bôas, de 3 de abril de 2018, que foi decidido coletivamente pelo Alto Comando do Exército, uma espécie de “comitê central”.

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Em 2015/2016, Villas Bôas e Etchegoyen, generais que respectivamente comandavam o Exército e o Estado Maior do Exército, conspiraram com o usurpador Temer a derrubada da presidente Dilma. E antes disso, em 29 de novembro de 2014, os comandos auspiciaram o lançamento da candidatura do Bolsonaro para a eleição de 2018 no pátio da AMAN.

Os comandantes militares sabem que estão jogando o país numa espiral descontrolada de violência e de assassinatos de opositores por bolsonaristas ensandecidos e armados. Assim como Bolsonaro, são responsáveis diretos pela bandidagem política que toma conta do país.

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Os graves sinais de descontrole estão no ar. Nos últimos dias, apoiadores extremistas do governo militar, incensados pela retórica oficial de ódio, violência e intolerância, acossaram o juiz que determinou a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, atentaram com bomba contra o comício do Lula no Rio e assassinaram o dirigente do PT de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda.

Estes atos, apesar de terroristas, são minimizados, naturalizados e até banalizados. Passam a conformar uma nova normalidade política e institucional de um país progressivamente dominado pela pistolagem política – a oficial e a paraestatal.

Um ministro do STF “disse reservadamente que o caso [assassinato do petista] preocupa, mas defendeu que é preciso ter calma e esperar o resultado das investigações” [sic] [FSP, 11/7].

Além do Bolsonaro, dos generais e das cúpulas partidarizadas das Forças Armadas, o Congresso, a Procuradoria-Geral da República e o STF também têm de ser acusados e responsabilizados por esta realidade trágica do Brasil.

Independentemente do motivo: se por tibieza, covardia ou medo; se por venalidade e corrupção; ou se por colaboracionismo com o fascismo, o fato concreto é que o Congresso, a PGR e o STF estão se omitindo diante dos inúmeros crimes de responsabilidade e crimes comuns cometidos por Bolsonaro e pelos militares.

E, ao descumprirem suas obrigações constitucionais, estas instituições são no mínimo cúmplices; isso se não forem igualmente culpadas pela tragédia.

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