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Crimeia e a reconfiguração da diplomacia mundial

Entre teorias de uma possível nova guerra fria, a única certeza até agora é de uma mudança no cenário diplomático, mas com inegável acentuação da divisão política entre Ocidente e Oriente

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Tradições são mutáveis, cultura é enraizada. Frente a maior guerra diplomática do governo Barack Obama, o presidente russo – Vladimir Putin - ascende como figura notória na política internacional e desfruta dentro de seu território de aprovação recorde. As ameaças econômicas das tensões entre EUA e Rússia apenas se intensificaram com o referendo que foi tomado conhecimento de seu resultado na noite de ontem. Entre teorias de uma possível nova guerra fria, a única certeza até agora é de uma mudança no cenário diplomático, mas com inegável acentuação da divisão política entre Ocidente e Oriente.

A decisão dos populares da Crimeia em optar pela anexação ao Estado russo dispensa profundas explicações, dado que quase 60% da população é considerada como russos étnicos; a cultura local é enraizada à Rússia. Todavia a grande 'derrota ocidental' levanta dúvidas pela coragem do mandatário russo em enfrentar toda a União Europeia e os Estados Unidos. O embate levou o presidente Vladimir Putin a bater recorde de popularidade, enquanto seu homólogo americano segue em trajetória cadente. Hoje, o ex-oficial do serviço secreto da União Soviética ganha musculatura na comunidade internacional como líder talvez mais forte que a maioria dos mandatários das tradicionais hegemonias políticas do Ocidente.

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Sabe-se que cerca de 30% do gás comprado pela União Europeia provém da Rússia, contudo, não temem as lideranças da comunidade europeia a cessão de oferta desta fonte de energia; há outro elo muito maior entre eles. O próprio Banco Central da Rússia estimou que por volta de US$ 38 bilhões que deixaram o país há dois anos, estão ligados a atividades ilegais, dinheiro este que encontra conforto e inquestionabilidade em bancos e investimentos imobiliários ao redor da Europa. Os Estados Unidos não mais controla os países europeus, a Alemanha é o único verdadeiro país autônomo no Continente e jamais seriam impostas por ambos quaisquer sanções a Rússia dado seu sempre precioso petróleo.

O Kremlin quer voltar a ser uma autoridade diplomática, não importando ter de se opor as superpotências político-econômicas. Suas principais táticas são o acolhimento e a vingança: recepciona aqueles mesmos países destratados pelo protagonista norte americano, e aos poucos usa represálias afim de punir as vezes que foi enganado recentemente pelo governo Obama, como caso mais próximo a questão Síria. Assim se reconfigura a ordem diplomática mundial.

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Perder a Ucrânia é inevitável, a Crimeia é o prêmio de consolação. Novamente, tradições mudam (uma maioria ucraniana anseia pela união ocidental), porém cultura vem de raízes – é impossível combater uma etnia majoritária como os crimenianos russos. Os mais afoitos falam em uma iminente nova guerra fria, ao passo que tanto americanos quanto russos tem colhido por via de sinais, garantias de lealdade de seus principais aliados, enquanto trocam ameaças de sanções. No entanto, até aqui apenas garante-se ser uma reedição dos velhos embates políticos entre Ocidente e Oriente via seus principais representantes.

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