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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Criminalização das drogas favorece fabricantes de armas e interesse de Pacheco em atrair narco-evangélicos a sua campanha em MG

Certamente, por meio dos evangélicos, Pacheco obterá, também, o apoio financeiro dos aliados deles

Rodrigo Pacheco (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)
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Só tem uma explicação plausível para a decisão do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de encaminhar Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que criminaliza a maconha que a Constituição já descriminaliza: puxar saco dos evangélicos para obter deles apoio à sua campanha eleitoral para o governo de Minas Gerais em 2026. Os demais senadores visam o mesmo objetivo. Ao mesmo tempo, indiretamente, essa nova legislação, se aprovada, estimula fabricação de armas em nome do combate à expansão do tráfico e da perseguição a sua maior vítima: jovens, pobres e negros.

Certamente, por meio dos evangélicos, Pacheco obterá, também, o apoio financeiro dos aliados deles, ou seja, de Israel, do sionismo, que está matando palestinos em Gaza em verdadeiro genocídio, como denuncia sistematicamente o presidente Lula.

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O assunto já estava, praticamente, resolvido no Legislativo.

A descriminalização estava decidida constitucionalmente, faltava, apenas, regulamentação do tema, que se encontrava engavetado por falta de proatividade parlamentar.

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Os políticos irresponsáveis jamais tiveram audácia para encarar o grande problema de que o tráfico de drogas decorre da criminalização delas.

Legalizar é combater o crime, simplesmente.

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Se a descriminalização estava resolvida, constitucionalmente, a ausência da regulamentação quanto ao porte e uso da maconha serviu, tão somente, para fomentar a ação dos traficantes, como se a criminalização ainda vigorasse, atuando no vácuo da fuga parlamentar quanto a enfrentar o assunto e resolvê-lo.

A inação política prolonga a criminalidade e o envolvimento no crime, especialmente, dos jovens, negros e pobres, os que sofrem a ação racista da polícia para prendê-los e deixá-los mofando na cadeia.

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Negócio lucrativo - Potencializa-se, dessa forma, a criminalidade e favorecimento dos empresários interessados na privatização dos presídios, onde faturam na corrupção da burocracia estatal, especialmente, que estimula, indiretamente, dobradinha com os chefes do tráfico, no trabalho de arregimentar exército de traficantes.

Quanto mais presos – jovens, negros e pobres –, maior o faturamento, maiores lucros etc.

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Essa dinâmica da ação do tráfico, por sua vez, induz a segurança pública, composta, geralmente, de policiais despreparados para o exercício da profissão, a praticar barbaridades no julgamento relativo à ação de abordagem dos jovens atraídos para comercializar a droga.

Neste trabalho arriscadíssimo, os marginalizados desempregados e socialmente excluídos pelo modelo econômico concentrador de renda faturam alto até que a morte precoce os alcança.

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Nessa tarefa, são muito mais bem remunerados do que submeter-se ao emprego no cenário da reforma trabalhista neoliberal que destrói salários e poder de compra da população, acelerando miserabilidade e subconsumismo nacional.

Assim, se a vítima – preta, pobre e jovem – cai nas garras dos policiais, sofrem tratamento cruel, racista, justamente devido a sua aparência.

Seja qual for a quantidade com a qual for pego pelos defensores da lei, se for preto, pobre e jovem, logo é tachado não de consumidor, mas de traficante.

Ao contrário, se for branco, o tratamento é diferente: passa a ser visto, aparentemente, não como traficante, mas usuário.

Estratégia fascista armamentista - Nesse sentido, o Congresso jamais havia enfrentado essa questão para determinar os critérios de igualdade de tratamento, sabendo-se dispor o Legislativo de uma consciência política média favorável ao tratamento desigual, no contexto do capitalismo tupiniquim, essencialmente, concentrador de renda e promotor da desigualdade social.

Depois do golpe neoliberal de 2016, especialmente, quando subiu ao poder a mentalidade ultraconservadora, privatista, politicamente, fascista, como ficou acentuada a governabilidade sob o ex-presidente Bolsonaro, tudo ficou muito pior para os pobres, pretos e jovens.

A descriminalização das drogas, em especial, da maconha, começou a ser combatida, embora, constitucionalmente, assegurada, quanto mais a ação proativa bolsonarista se ampliou, principalmente, no sentido de legalizar o armamentismo social.

Os critérios para identificação dos marginais justificaram a liberdade policial para matar suspeitos pelo simples fato de os homens da lei sentirem a sensação da sua própria insegurança como determinante para puxar o gatilho em nome da salvação de si mesmo no exercício profissional, assegurada legalmente.

Retrato puro do fascismo tupiniquim.

A multiplicação das academias de tiro ao alvo saciou a sede da irracionalidade bolsonarista para espalhar país afora desejo de consumo da cidadania, insegura diante do discurso fascista de ódio, por armas, como se vivesse num eterno faroeste.

A criminalização das drogas, portanto, tem por trás o interesse dos fabricantes de armas que apostam na insegurança cidadã para se armar estimulada pela legislação fascista.

Fascismo narco-evangélico - Não é à toa que o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes concluiu que a criminalização das drogas, como quer o Senado, puxado pelo projeto de lei de autoria de Rodrigo Pacheco, arregimenta a seu favor os evangélicos, numa versão religiosa e criminosa de narco evangélicos.

Por isso, a decisão do STF de acelerar a regulamentação da descriminalização, que se encontrava na gaveta do Legislativo por falta de proatividade política deixou o Senado em pé de guerra, ao acusar a corte maior de Justiça de interferir nos assuntos do Congresso.

Os juízes fizeram isso, chegando a uma votação parcial de 5x3 em favor da regulamentação da posse e do porte de maconha, porque os senadores e deputados estavam empurrando interminavelmente o assunto – criminalização x descriminalização – com a barriga.

Essa postura irresponsável do Legislativo provoca prejuízo crescente para toda a sociedade em termos de avanço da criminalidade e da violência.

O que o Senado, dominado pela direita fascista, quer ao radicalizar pela criminalização total do consumo e do porte da droga é, nada mais nada menos, favorecer os que ganham rios de dinheiro com ela.

Mercantilização eleitoral - A expansão do comércio de armas para combater o crime de portar e consumir maconha é apenas uma consequência natural desse embate político Legislativo x Judiciário que, como disse Gilmar Mendes, potencializa o narcotráfico altamente lucrativo.

Ao mesmo tempo, favorece interesse dos evangélicos, apoiados pelo sionismo, ao pegarem carona para atuar politicamente na campanha eleitoral de 2024 e 2026.

Os senadores bolsonaristas, portanto, estão, em sua maioria, todos embarcados na PEC da criminalização da maconha que acelera o armamentismo social que Lula busca reverter.

O titular do Planalto tem atuado nessa linha em nome do fortalecimento da democracia, para combater a tendência golpista fascista que se materializou em 8 de janeiro de 2023.

O risco do avanço do fascismo é alto: a direita possui ampla maioria no Senado e na Câmara, dominada pelos evangélicos, à cata de candidatos, como Pacheco – e muitos outros – para disputa eleitoral nas próximas eleições.

O objeto maior é indisfarçável: quer a direita fascista continuar dominando o Legislativo e esvaziando o Executivo presidencialista.

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