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Tereza Cruvinel

Colunista/comentarista do Brasil247, fundadora e ex-presidente da EBC/TV Brasil, ex-colunista de O Globo, JB, Correio Braziliense, RedeTV e outros veículos.

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Crise política sepulta anistia ao caixa 2

"Geddel caiu mas Michel Temer e seu governo ficaram gravemente feridos e o 'fim do mundo' talvez tenha ficado mais próximo. Afora o desgaste de um pedido de impeachment da oposição, ainda que desprovido de 'condições políticas' para prosperar, afora a possibilidade de Temer ser incluído num pedido de investigação da PGR,  a sangria moral e as repercussões negativas do caso para a economia reduzem as chances de seus aliados aprovarem, e de ele sancionar, a anistia ao caixa dois em casos ocorridos antes da criminalização da prática", diz a colunista Tereza Cruvinel; sabendo que não reúne mais condições políticas para cacifar um salvamento de mais mais de 200 políticos corruptos atingidos pelas delações, Temer já mandou avisar que não sancionaria o perdão ao caixa dois

Temer durante evento no Palácio do Planalto. 22/9/2016. REUTERS/Ueslei Marcelino (Foto: Tereza Cruvinel)
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Geddel caiu mas Michel Temer e seu governo ficaram gravemente feridos e o “fim do mundo” talvez tenha ficado mais próximo. Afora o desgaste de um pedido de impeachment da oposição, ainda que desprovido de “condições políticas” para prosperar, afora a possibilidade de Temer ser incluído num pedido de investigação da PGR,  a sangria moral e as repercussões negativas do caso para a economia reduzem as chances de seus  aliados aprovarem, e de ele sancionar, a anistia ao caixa dois em casos ocorridos antes da criminalização da prática. Com o tombo levado pelo governo no caso Geddel e a proximidade da delação da Odebrecht, o desespero toma conta dos integrantes da base governista que passaram a semana articulando a aprovação da medida.

Graças a Geddel, o Ministério Público pode levar a melhor no cabo de guerra que travou com o Congresso ao longo da semana.  Estando tudo preparado para a votação da emenda na quinta-feira, o súbito adiamento para terça-feira próxima,  atribuído às pressões externas, como a nota do juiz Sérgio Moro, em verdade foi decidido porque o Palácio já sabia da bomba que fora armada pelo ex-ministro Marcelo Calero com seu depoimento à Polícia Federal, e com suas gravações. Temer e seus articuladores concluíram que não era hora para aquela ousadia, que agora pode ter sido definitivamente comprometida. Na terça-feira, ninguém sabe como estará a temperatura política. Os congressistas queriam votar a anistia sem deixar impressões digitais, em votação simbólica ou voto não-nominal. Mas Temer teria que dispor de um mínimo de moral para sancionar a lei. Agora, parece difícil que ela possa fazer isso. Votar sem garantia de sanção não adiantará nada.

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O desespero para votar logo a tal anistia era para que ela ocorresse antes da delação da Odebrecht. Pois quando começarem a aparecer os nomes dos mais de 100 parlamentares que devem ser delatados, nenhum deles poderá, por determinação constitucional, participar de tal votação. Nenhum parlamentar pode votar matéria que o beneficie diretamente. Então, se Inês não está morta, está morimbunda.

E assim segue o Brasil, sangrando, perdendo empregos, com a economia se desmilinguindo, sem norte e sem rumo, às voltas com o governo “ruim mas é o que temos”, segundo FHC, à espera de que algo aconteça. Algo que ponha fim a esta anomalia política, jurídica e econômica instaurada pelo golpe parlamentar.

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Sabendo que não reúne mais condições políticas para cacifar um salvamento de mais mais de 200 políticos corruptos atingidos pelas delações, Temer já mandou avisar que não sancionaria o perdão ao caixa dois.

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