Cuidado com o anzol, presidente!
Com o governo na contramão dos interesses do capital, Lula precisa ficar mais atento ao que fala

O governo Lula está com um pé na armadilha montada pelos bolsonaristas que ainda estão em postos estratégicos da administração pública, como Polícia Federal e Ministério Público. O Congresso Nacional contaminado por ‘damares’ e ‘dallagnois’ e com apoio da velha e decrépita imprensa golpista, dimensionam a difícil travessia de Lula.
Com todos os contras, a equipe do presidente parece que ainda não percebeu o poder de destruição das palavras extraídas do contexto, ou, pior ainda, uma frase inteira mal colocada dentro do contexto.
O presidente Lula sempre se colocou em uma posição altruísta em relação à sua injusta prisão. Em entrevistas, dizia que não alimentava mágoas contra seus algozes, que pensava em retornar à Presidência porque o povo havia retornado para o estado de miséria e que ele sabia como retomar o caminho do desenvolvimento.
Nesse início de governo, muitas ações assertivas foram executadas, projetos recuperados, a imagem do país sendo enxaguada, mas alguns pontos ainda estão emperrados.
O Ministro da Justiça, Flávio Dino, atacou a atuação de políticos e autoridades na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco, afirmando que a Polícia Federal e a Justiça Federal abririam uma nova linha de investigação. Mais de um mês, e nenhum avanço do caso que continua sem resposta.
O escândalo das joias com vídeos de ministros e assessores tentando recuperar o produto contrabandeado, parecia a cereja do bolo para o pedido de prisão do genocida foragido, mas parece que estacionou em algum obstáculo remanescente do seu governo.
Com o governo na contramão dos interesses do capital, que sustenta uma taxa se juros indecente, que serve de âncora para que a economia não navegue e, como consequência, o desenvolvimento, Lula precisa ficar mais atento ao que fala.
Com pequenos deslizes na comunicação do presidente, a extrema direita está construindo narrativas, como a supervalorização de uma ameaça que o senador Sérgio Moro supostamente recebeu do PCC em janeiro, mas que ganhou um novo capítulo quando Lula escorregou e disse que queria “foder o Moro”.
Lula, cuidado com o anzol. Eu também quero que Moro, Dallagnol, Gabriela Hardt, a turma do TRF-4 e a familícia se f*, mas eu não sou presidente.
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