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Henrique Vital Brazil Simonard

Coordenador nacional dos Comitês de Luta e da Aliança da Juventude Revolucionária - AJR

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D. João VI e D. Pedro I, e os ataques à nossa história

Está na moda atacar a história do Brasil sem conhecê-la

D. Pedro I (Foto: Domínio público)
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Por Henrique Simonard, candidato a Deputado Federal pelo PCO no RJ

Virou moda atacar a história brasileira. Aqueles que nada fazem contra os “colonizadores” modernos lutam contra espantalhos de centenas de anos atrás. Queimaram a estátua de Borba Gato por ser um escravizador de índio, mas o bandeirante era mais índio que português e vinha de uma geração mais preocupada com ouro e esmeraldas do que com mão de obra indígena. Queimaram também Pero Vaz de Caminha quando o alvo era Pedro Álvares Cabral (não souberam distinguir). O pobre literato, que inaugurou a literatura brasileira, cometeu o enorme crime de escrever uma carta. Seu compadre, Cabral, cometeu crime maior ainda, descobriu o Brasil.

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Atacar a história brasileira é um ato histérico, não adianta, o que já aconteceu não mudará. O pior é que quem profere os ataques não conhece a nossa história e, por isso, a luta que diz levar adiante também é estéril.

Não sabem a importância dos bandeirantes, responsáveis pelo tamanho do território brasileiro. Sem eles, seríamos apenas uma pequena banda litorânea, e não o gigante da América do Sul. O Brasil é uma Rússia, uma China na América do Sul. Os bandeirantes, que adentraram o território brasileiro, andando distâncias gigantescas para desbravar o território, eram legitimamente brasileiros, filhos de índios com portugueses, por isso conheciam o território tão bem e se deslocavam com tanta facilidade, herdaram as técnicas indígenas de trilhar a mata fechada.

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Dom João VI e Dom Pedro I

Para de fato entender a história não podemos olhar os acontecimentos do passado com a moral de hoje, e muito menos interpretá-los sem entender qual papel cada acontecimento ou personagem teve no desenvolvimento da história universal. A burguesia, hoje, é uma classe decadente e retrógrada, mas do final da era medieval até o início do século XIX, foi uma era revolucionária cuja contribuição para o desenvolvimento da humanidade é inestimável: pôs fim ao feudalismo. Essa análise também deve ser feita com figuras históricas e não apenas com classes. Já na época de Dom João, a nobreza era uma classe social que via seus últimos dias, graças a Napoleão a burguesia francesa levava a revolução para toda a Europa. Contudo, Dom João VI teve um papel importantíssimo para a história brasileira.

Sua vinda ao Brasil e a elevação do nosso País à metrópole contribuíram para que o Brasil seja até hoje o país mais desenvolvido da América Latina. O rei saiu de uma pequena faixa litorânea do disputadíssimo território europeu e transferiu o Estado português para um território novo e enorme. Se, em Portugal, estava preso entre os franceses e os ingleses, no Brasil agora se tornava uma ameaça para os dois. A elevação do Brasil à metrópole fez com que nossa economia e também nossa cultura florescessem.

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Seu filho, Dom Pedro I, foi ainda mais importante para o Brasil. Quando Dom João foi forçado a voltar para Portugal devido aos revolucionários do Porto, o risco de perder o Brasil era muito grande, e pior, do país se dividir entre vários estados. O rei português tentou adiar ao máximo sua volta para a Europa, até encontrar como solução deixar seu primogênito, Pedro, como regente.

Pedro ficou no país onde praticamente cresceu, estava aqui já há mais de uma década. Após a revolta do Porto a situação brasileira não era simples, várias províncias tentaram se separar e alçaram o título de províncias independentes, o país estava enfraquecido. Vale ressaltar que o príncipe regente tinha as ideias de seu tempo, era próximo dos oficiais e liderava-os aqui no Brasil. O exército na época tinha ideais constitucionalistas, assim como os revoltosos do Porto, e ao invés de ser ultrapassado pelos acontecimentos, D. Pedro I esteve à frente, liderou os oficiais no motim da Praça do Rocio que fez o rei aderir à constituição da Revolução Liberal do Porto.

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A família real, com exceção de Pedro I, voltou em 1821 para Portugal, um ano depois os constitucionalistas pressionavam para a volta do Brasil à sua posição de colônia. Não era possível voltar atrás, o Brasil era uma potência emergente no panorama mundial e submetê-lo à condição de colônia significaria um retrocesso. As revoltas que aconteceram antes da vinda da família real aconteceriam novamente e o país poderia se dividir. Dom Pedro I proclamou a independência do Brasil, e longe de ser a farsa como apontam os identitários e os jornais da burguesia, querendo diminuir a história do nosso País, Dom Pedro I teve que lutar contra o exército português sem ter um exército e uma marinha. O recém-formado Estado brasileiro teve que recrutar e se virar para enfrentar as tropas portuguesas.

A vitória dos brasileiros não somente expulsou os portugueses como cimentou de fato o território nacional, garantindo sua integridade e união.

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Dom Pedro I, para muitos de seus contemporâneos e de seus biógrafos, era não somente um homem à frente de seu tempo, mas um herói como nas obras românticas da época. Várias vezes abdicou do poder para participar ativamente do desenvolvimento histórico. Após a morte de seu pai, abriu mão da coroa brasileira e voltou para Portugal para lutar contra seu irmão, Dom Miguel, que tentava usurpar a coroa portuguesa de sua filha. Sem exército, juntou voluntários, dentre eles vários literatos da geração ultra romântica portuguesa como o historiador Alexandre Herculano, jovens idealistas que se juntaram para expulsar Dom Miguel, usurpador da coroa portuguesa e apoiado pela Espanha. Foi com esse exército, infinitamente menor de voluntários, que Dom Pedro I derrotou o irmão. Morreu de uma crise epiléptica, agravada pelos impactos de espadas e quedas de cavalo das guerras em que lutou. Falecendo aos 35 anos.

Sua história está aqui muito resumida, por isso, convido a todos a lerem a revista Causa Operária, que sairá na próxima sexta com uma matéria especial sobre o imperador brasileiro, e a assistir o segundo módulo do curso Brasil: 500 anos de história, ministrado pelo companheiro Rui Costa Pimenta. O curso será retomado no dia 6 de setembro, véspera do aniversário de 200 anos de independência.

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