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Lejeune Mirhan

Sociólogo, Professor (aposentado), Escritor e Analista Internacional. Foi professor de Sociologia e Métodos e Técnicas de Pesquisa da UNIMEP e presidente da Federação Nacional dos Sociólogos – Brasil

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Da Guerra das Vacinas passamos à Corrida à Vacinação

"A corrida às vacinas (diferente agora de guerra, ainda que ela continue) está a todo vapor. O Messias não pode ficar para trás de seu principal adversário no campo da direita. Ele precisa 'começar' a vacinar nem que sejam uns poucos", escreve o sociólogo Lejeune Mirhan

Bolsonaro e vacina (Foto: Reuters)
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As redes de comunicação só falam naquilo. E não é por menos. Todo mundo quer se vacinar. Ou quase todo mundo. O que vimos presenciando nos últimos dias, além da tradicional guerra das vacinas, uma corrida à vacinação ou para mostrar para a mídia mundial que está começando a vacinar primeiro. É disso que trato neste pequeno artigo. 

Provavelmente não fui eu a confeccionar o termos "guerra das vacinas". Mas, eu o uso há muitos meses em meus comentários geopolíticos nos programas semanais de que participo nas TVs de streaming. Não mudei de opinião e a guerra segue firme.

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No entanto, quero aqui mencionar um novo conceito. Corrida à vacinação.

Como sabemos, o mundo começou a vacinar. Já são 50 países. É lento ainda, desorganizado, imunizará apenas parte da população, mas o climas é de esperança, expectativa, ânimo.

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O Brasil não fez e não fará isso. Não adianta alguns terem esperanças. Não há vacinas e isso também já disse.

Qual a novidade então que me traz de volta aos comentários nesta rede social?

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Há tempos todos/as têm visto que Dória saiu disparado na frente desde abril na tomada de medidas preventivas e científicas para a contenção da pandemia, já que não há cura e nem as vacinas eram uma perspectiva imediata. Isso desde os idos de abril do ano passado.

Que fez Bolsonaro nesse tempo todo? Ironizou, debochou, fez corpo mole, humilhou que combate a pandemia, fez desdém (e daí?) para centenas de milhares de mortos.

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No entanto, o clima ficou ruim e pesado... mesmo entre seus apoiadores fanáticos, uma grande parcela quer a vacina e quer ser imunizado (felizmente, recuou para apenas 16% os que rejeitam tomar a vacina).

A partir daí, em meados de dezembro, o seu (des) ministro da saúde, um general da ativa que nada entende de saúde, apresenta um arremedo de "Plano Nacional de Imunização". Nada contido ali pode levar esse epíteto de "Plano". Um verdadeiros fiasco. Fraudaram assinaturas inclusive de 36 cientistas.

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Pois bem. A corrida às vacinas (diferente agora de guerra, ainda que ela continue) está a todo vapor. O Messias não pode ficar para trás de seu principal adversário no campo da direita. Ele precisa "começar" a vacinar nem que sejam uns poucos. Pois jamais arrumará 400 milhões de doses. E isso precisa ser dentro de um calendário antes de 25 de janeiro, quando SP inicia a sua vacinação de sua população (o único no país e ainda assim, levará meses e meses).

Aí bateu o desespero nesse que se apresenta como "nosso presidente". Agora a corrida é para arrumar nem que sejam poucas doses para "começar" a vacinação.

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Qual está sendo a solução do general e do "Messias"? Os dois milhões de doses de uma vacina indiana que ainda está na fase três dos testes clínicos e não possui registro em nenhuma "Anvisa" de país algum do mundo.

Por isso as declarações estapafúrdias e absurdas que a vacinação começará até a primeira quinzena de janeiro. Pura e absoluta mentira. É para "vacinar" antes do Dória, que já se apressou em dizer que já tem "em solo paulista" 11 milhões de doses e que pode antecipar a vacinação em SP (aqui não vai aspas pois SP vai vacinar mesmo).

Assim, paralelo à guerra das vacinas que seguirá renhida e fratricida, teremos a corrida das vacinas. 

Estranho tudo isso. É como se retornássemos aos tempos de Osvaldo Cruz em 1904 com a fatídica "Revolta da Vacina" no rio, como ilustra a charge desta postagem.

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