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Miguel Paiva

Miguel Paiva é chargista e jornalista, criador de vários personagens e hoje faz parte do coletivo Jornalistas Pela Democracia

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Dá trabalho dormir em paz

Colunista Miguel Paiva, membro do Jornalistas pela Democracia, afirma que Jair Bolsonaro" defende interesses particulares como se fossem anseios coletivos iludindo o povo". "Tudo o que ele quer fazer não bate com a democracia, essa coisa murrinha, que pensa primeiro nos interesses coletivos e não facilita seus planos. Dá mais trabalho, como diria Luana Piovani"

(Foto: Miguel Paiva)
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Por Miguel Paiva, do Jornalistas pela Democracia

Ou o projeto do Bolsonaro era este mesmo, fazer um governo de destruição, de desconstrução, de negação ou ele deve estar tendo pesadelos horríveis quando vai dormir, se é que dorme. Mesmo sendo projeto dele não deve estar sendo fácil conviver com todos os fantasmas que o rondam. Primeiro o do Lula, prestes a ser solto a qualquer momento. Esse fantasma assusta. O único candidato da esquerda capaz de derrotá-lo hoje nas urnas. O único capaz de reverter esse quadro drástico do país. Outro fantasma é o da própria democracia que vive rondando suas ideias e projetos. Tudo o que ele quer fazer não bate com a democracia, essa coisa murrinha, que pensa primeiro nos interesses coletivos e não facilita seus planos. 

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Dá mais trabalho, como diria Luana Piovani. Ele que, como ela, queria posar de arminha e ela de biquini, ele segurando no colo um garoto vestido de soldado, ela fotografando nas praias do mundo com seus filhos, não podem mais fazer isso em paz. Tem sempre um vazamento de óleo numa praia, um golfinho morrendo, uma tartaruga sufocando, uma floresta queimando, uma implosão no partido. Chato, isso. 

Atrapalha a vida de quem quer aparecer. Só que o Bolsonaro quer aparecer pelos motivos contrários. Até agora ele não criou nada que beneficiasse a população. Parte de ideias imaginárias como a de que o povo na sua maioria quer a população armada, o que é uma mentira e por aí vai. Defende interesses particulares como se fossem anseios coletivos iludindo o povo, fazendo acreditar que ideias neoliberais colocam a população em primeiro lugar. Até o tal do 13* para o Bolsa Família, que parecia uma decisão justa e duradoura, já foi mudada para ser paga só no final deste ano. 

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De onde você menos espera é que não vem nada mesmo, já dizia o Barão de Itararé. Os satélites obsoletos que giram ao seu redor, como seus filhos, o Olavo de Carvalho e outros, vomitam barbaridades para manter a mídia ligada enquanto o Guedes tenta, a todo custo, colocar tudo à venda. 

Viramos um país em liquidação, nos dois sentidos, nos preços baixos e no fim próximo. Mas claro que ele não faz isso só por que é um louco. Ele tem planos que agradam boa parte do mercado, dos empresários, do grande capital e até mesmo da grande imprensa, mas, como ele é muito limitado pode acontecer sempre um tiro pela culatra, como já aconteceu. 

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Segundo o Bolsonaro, dá muito trabalho ser patrão e empreendedor aqui no Brasil. Enquanto isso as diferenças sociais vão aumentando dramaticamente, como indica o IBGE.

Para nós, cada projeto cultural, cada iniciativa criadora, cada respiro em prol da arte ou da cultura requer também um trabalho extra. Nós que já passamos por isso nos anos de chumbo, já enganamos a censura com esperteza e sabedoria e até recentemente vivíamos num país com liberdade criativa agora temos que encarar Damares, Terras, Alvins e outros para manter viva essa arte. Um gesto dramático de sobrevivência. Como se a arte estivesse escondida num porão esperando os tiranos passarem sem descobrir. 

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Mas o Brasil há de resistir. Pelo menos somos menos malucos que o presidente, mais inteligentes e temos razão.

(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)

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