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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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De general em general, a democracia vai pro brejo

"Apesar dos claros sinais de que a cidade maravilhosa está sendo usada como laboratório de uma ação que poderá se estender a todo o país, para impor a "ordem" por meio do combate ao crime organizado e, inevitavelmente, essa ação terá de ser comandada por generais, o que poderá resultar na volta dos militares ao poder central, não há reação contra essa onda de autoritarismo que se forma à vista de todos. Ao contrário, ouve-se aplausos", escreve o colunista do 247 Alex Solnik; "Militares são incompatíveis com a democracia. Eles operam na base do comando, da ordem e não do debate que é essencial no regime democrático"

"Apesar dos claros sinais de que a cidade maravilhosa está sendo usada como laboratório de uma ação que poderá se estender a todo o país, para impor a "ordem" por meio do combate ao crime organizado e, inevitavelmente, essa ação terá de ser comandada por generais, o que poderá resultar na volta dos militares ao poder central, não há reação contra essa onda de autoritarismo que se forma à vista de todos. Ao contrário, ouve-se aplausos", escreve o colunista do 247 Alex Solnik; "Militares são incompatíveis com a democracia. Eles operam na base do comando, da ordem e não do debate que é essencial no regime democrático" (Foto: Alex Solnik)
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   O Rio está sob intervenção de um general. Mas formadores de opinião batem na tecla de que a intervenção não é militar porque ela não existe na constituição. Existe intervenção federal.

   É bom lembrar, no entanto que, o texto do artigo 34 não exclui a possibilidade de a intervenção ser militar, como é essa, com a designação de um general interventor e não de um interventor civil, como acontecia, por exemplo no Estado Novo.

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   E como Temer poderia ter feito. Mas não fez.

   Agora, esse general traz outro general para ocupar um posto que sempre foi de civis: a secretaria da Segurança Pública. Mas formadores de opinião vão continuar afirmando que a intervenção não é militar.

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   Certos formadores de opinião também acham absurdo estabelecer paralelos entre “intervenção federal” e “estado de sítio”, embora alguns moradores do Rio e alguns formadores de opinião, como a atriz Fernanda Torres, já se deem conta disso.

   Hoje, em sua coluna da “Folha”, ela conta que na escola do filho, próximo à Rocinha, alunos recebem treinamento de fuga e afirma textualmente: “minha cidade está em estado de sítio”.

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   Apesar dos claros sinais de que a cidade maravilhosa está sendo usada como laboratório de uma ação que poderá se estender a todo o país, para impor a “ordem” por meio do combate ao crime organizado e, inevitavelmente, essa ação terá de ser comandada por generais, o que poderá resultar na volta dos militares ao poder central, não há reação contra essa onda de autoritarismo que se forma à vista de todos.

   Ao contrário, ouve-se aplausos.

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   Militares são incompatíveis com a democracia. Eles operam na base do comando, da ordem e não do debate que é essencial no regime democrático. Eles mandam fazer e o cidadão ou obedece ou obedece. Não tem discussão. Essa é a perspectiva que se abre no Rio.

   Um país consciente de que não pode crescer e dar segurança a seus cidadãos fora dos trilhos democráticos a essa hora estaria planejando sair massivamente às ruas para dar um rotundo não à intervenção, um rotundo não à volta dos militares à cena política, porque quando eles entram por uma porta, a democracia sai pela outra.

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   De general em general, a democracia vai pro brejo.

 

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