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Depois da Copa, o que fazer com a manada de elefantes brancos?

Em Cuiabá, uma alternativa seria incrementar o futebol americano. Em Manaus, descartou-se a ideia de transformar a arena em presídio

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A Copa do Mundo está aí, prevendo-se grandes duelos futebolísticos, muitas emoções e até alguns protestos contra o que o Brasil gastou em estádios para fazer o campeonato em 12 sedes, espalhadas do Rio Grande do Sul à Amazônia.

Segundo a própria FIFA, nunca se gastou tanto em estádios como no Brasil.

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Nesse cálculo não estão as chamadas despesas com o chamado entorno. Acessibilidade, VLTs, novas avenidas, linhas de metrô espichadas até bairros distantes e outras que viriam junto, como novos centros de comércio, áreas para a criação de novos bairros, etc. Que, modo geral, estão atrasados e ficarão para depois do Mundial.

Os gastos de que estamos falando são aqueles exclusivamente com o campo de futebol e os confortos internos (todos padrão FIFA, of course).

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Os demais seriam incluídos como "legados do Mundial". Mas como já dissemos, o único legado deste Mundial será uma dívida monumental, e possivelmente o título.

Esse, no entanto, tem escassa importância para os brasileiros em geral.

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Servirá, no máximo, para a tal "família Felipão" se posicionar na vida (e olhem que eles já estão numa ótima faz anos) e para alguns baterem no peito e berrarem: somos hexa! somos hexa!

E daí?, perguntaria um turista desavisado.

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O problema maior vai acontecer depois da Copa, quando a manada de elefantes brancos for solta pelo País. Temos três já praticamente garantidos, e um muito provável.

Manaus, Cuiabá e Natal já podem ser incluídos por antecipação nesse grupo paquidérmico e inútil. Um quarto elefante poderá vir a ser o Estádio Nacional Mané Garrincha.

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Essas quatro sedes até hoje não conseguiram sustentar um time de futebol que possa se chamar de razoável. E não existe a perspectiva de que, do dia para a noite, consigam essa proeza.

A cinco meses do Mundial, os responsáveis por essas "arenas" - novo nome, mais heráldico, para os antigos campos de futebol - já pensaram em tudo.

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Realizar shows de música, "importar" equipes de futebol de outras cidades e impulsionar esportes estranhos nestas latitudes, como o futebol americano (rugby), foram algumas ideias examinadas.

Mas os poucos lucros obtidos até agora no único potencial "elefante branco" que já está operacional, o Mané Garrincha de Brasília, põem em dúvida que se possa compensar os enormes recursos investidos nas obras e agora na sua manutenção.

O estádio de Brasília é um coliseu monumental com capacidade de 72.777 pessoas. Será o mais caro dos 12 construídos ou em construção para a Copa.

Seu orçamento chegou a R$ 1,403 bilhão e foi desembolsado integralmente pelo governo do Distrito Federal. Afinal, que contribuição poderiam dar Gama, Brasiliense, Sobradinho etc.?

A solução achada pelas autoridades locais foi alugar o estádio para grandes equipes de Rio de Janeiro e São Paulo, como o Flamengo e o Santos.

O estádio recebeu este ano nove partidas do Campeonato Brasileiro e um amistoso da Seleção Brasileira, com um público médio de 34.414 espectadores, considerado espetacular por todos os narradores esportivos, e também organizou três shows, com o que no total arrecadou R$ 22 milhões.

Desse valor, o governo do Distrito Federal cobrou cerca de R$ 3 milhões pelo aluguel do estádio.

O secretário especial de Brasília para a Copa, Cláudio Monteiro, disse à Agência Efe que "não se deve pensar na amortização" do estádio, mas em seu "impacto na economia local". Ainda bem, não é mesmo?

Estima-se que cada evento injeta R$ 12 milhões na economia, o que beneficia restaurantes, hotéis e taxistas, entre outros. Tudo, claro, na base do "chutômetro".

Para o ano, Brasília já tem apalavradas "mais ou menos" oito partidas da Série A do Brasileirão.

A maioria da população estava torcendo para que se confirmasse a queda do Fluminense para a Segundona. Aí, o Mané Garrincha poderia contar com os estádios cheios nos encontros entre Fluminense e Vasco, duas torcidas poderosas na cidade, pela Série B.
Infelizmente, terão que se contentar só com o apoio dos vascaínos. E ainda assim divididos com São Januário.

Essa solução - importar jogos - é mais difícil de se aplicar em outras cidades, como Manaus, por causa de sua distância. São cinco horas de voo desde o Rio ou São Paulo.

O governo do Amazonas abriu uma licitação para contratar uma empresa de consultoria que encontre a melhor opção para a utilizar as 44.800 cadeiras da Arena da Amazônia.

Não será um trabalho fácil, o da consultoria. A melhor equipe de Manaus, o Nacional, joga na quarta divisão.

A média de público do Campeonato do Amazonas de 2013 foi de 770 espectadores - eu disse 770 - o que se justifica em parte pela falta de iluminação na maioria dos estádios, que obriga muitas partidas a serem disputadas em horário comercial.

O que se descartou totalmente é a ideia de usar a arena como um centro de detenção, sugestão de um juiz preocupado com as deficiências do sistema penitenciário, segundo assegurou à Efe um porta-voz da Unidade Gerente do Projeto Copa do Mundo.

Em Cuiabá, o Luverdense, a melhor equipe da cidade, teve este ano uma média de público de 1.466 pessoas, apesar de ter conseguido a ascensão para a segunda divisão e ter feito uma partida contra o Corinthians, pela Copa do Brasil.

O novo estádio também vai se transformar na casa do Cuiabá Arsenal, atual campeão brasileiro de futebol americano, ou rugby, esporte que a cada dia tem mais torcidas na região.

Na partida do título, o Cuiabá Arsenal recebeu cerca de 4.000 espectadores, número nada desdenhável e que superou amplamente os de um esporte tão tradicional quanto o futebol.

Com duas equipes na segunda divisão, Natal está menos preocupada com a rentabilidade da Arena das Dunas. No entanto, a cidade também quer fazer caixa e se oferecer como centro de treinamento para equipes europeias no inverno, uma ideia que só o tempo dirá se é viável para alcançar a ansiada rentabilidade.

Agora, não indague ao presidente da FIFA de quem foi a ideia de fazer uma Copa do Mundo com 12 sedes. Ele, com certeza, vai apontar para o ex-presidente Lula e dizer:

- Foi dele...

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