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Adilson Roberto Gonçalves

Pesquisador científico em Campinas-SP

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Desonra presidencial e a inércia em notas de repúdio

O caminho jurídico e o das urnas é cada vez mais nebuloso, incerto e sujeito ao golpe em curso

(Foto: Agência Brasil)
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O despresidente desonra o Brasil desde que planejou explodir o sistema de abastecimento de água de Guandu e foi inocentado por militares covardes. Ciente da impunidade, ele continuou sua sina desonrosa e criminosa como vereador e deputado federal, associado a milicianos fluminenses. Não há nada em seu currículo de útil ou construtivo para o País. O golpe em curso é apenas uma dessas facetas, aclamada por aqueles que se aproveitaram da situação para fazer valer seus princípios retrógrados e antissociais. Sem coleira e queridinho de anti-petistas em várias esferas da sociedade (imprensa aí inclusa), deu no que deu. A partir da falsa ameaça comunista em 1964, passamos por duas décadas de chumbo e trevas. Quanto mais afundaremos em nossa própria história com os ataques às urnas eletrônicas e ao processo democrático, bem como as mentiras diuturnamente propaladas pelo despresidente?

Os jornalões simulam mais uma tentativa de exigir que se dê uma “resposta vigorosa à ofensa do despresidente”. O modo desespero do ogro que ainda habita o Palácio do Planalto está ativo desde que Lula recuperou seus direitos políticos e, de pronto, assumiu a dianteira nas pesquisas de opinião para as eleições vindouras. Abundam ad nauseam as notas de repúdio aos crimes do despresidente e a subscrição de cartas de apoio à democracia, enquanto o golpe já está em curso. A dúvida não é se haverá ruptura institucional, mas, sim, quanto sangue ainda será derramado. De efetivo mesmo, apenas assiste-se à progressão da violência eleitoral.

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Qual será o papel dos jornalões no golpe em curso? O da omissão travestida de isenção, como foi a quase totalidade da imprensa nos golpes anteriores, ou de algum protagonismo para conclamar as pessoas a reagirem? Isso não pode ficar exclusivamente por conta de partidos políticos, comprometidos que estão, na quase totalidade, com as falcatruas orçamentárias. Lembremos que o rei Arthur do Parlamento não dará sequência aos pedidos de impeachment do despresidente, quase sesquicentenário em quantidade agora, devido aos claros interesses próprios envolvidos.

Tal imprensa continua fazendo a falsa equivalência ou falsa simetria dos brutos ataques do governo atual em relação à animosidade pontual havida em governos anteriores ou ao se comparar os discursos e atividades políticas com os de outros postulantes ao cargo. Isso apenas contribui para a permanência do ogro no Palácio do Planalto. Entendamos que o momento é de urgente resgate do processo democrático em todos os seus aspectos e frentes. Ainda que, academicamente, não se possa rotular o despresidente de fascista, é isso que ele e sua corja são, incentivando a turba a cometer, mais e mais, crimes de sangue para defendê-los.

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Sabemos que não é correto afirmar que o despresidente está falando sozinho, por mais delírios que haja em seus pronunciamentos, pois há ainda um terço – ainda que mal rezado – da população que diz que o apoia. Mas é acertado o prognóstico de que ele somente sairá do cargo por alguma manobra legal ou política para tentar livrá-lo da cadeia, como vemos pela articulação de mais uma estapafúrdia emenda constitucional. Ser apeado do cargo, democraticamente pelas eleições vindouras, nessa altura, é exercício utópico. O caminho jurídico e o das urnas é cada vez mais nebuloso, incerto e sujeito ao golpe em curso. Fico com a tese de que o desgovernante quer apenas inviabilizar sua candidatura para tentar uma saída à la Jânio  Quadros. Que seja à la Getúlio Vargas, então!

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