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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Direita está presa na sua própria armadilha neoliberal

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Golpe do teto de gasto

A direita, em 2016, preparou armadilha para a esquerda, mas acabou,  4 anos depois, ela, mesma, ficando presa; trata-se da PEC 95, do teto de gastos, que congela, por vinte anos, gastos sociais(não financeiros), enquanto libera gastos financeiros, especulativos, para pagar dívidas, juros e amortizações; a prioridade número um da política econômica é, portanto, atender demandas do mercado financeiro. Ela fez isso, com o impeachment sem crime de responsabilidade, para pegar Dilma e evitar, no futuro, pois tinha medo de perder eleição de 2018, para Lula, liberdade para petistas atenderem suas prioridades, ou seja, as demandas sociais; trabalhando, nesse sentido, puxavam a demanda global da economia, pois é, para isso, que as esquerdas, no poder, servem, ou seja, atender interesse público, preferencialmente, não o interesse privado; são os gastos sociais, essencialmente, renda disponível para o consumo, renda, produção, arrecadação e investimentos, que promovem o desenvolvimento; por quatro eleições, o PT trinfou diante da direita e centro direita, com sua política social democrata – valorização dos salários, investimentos públicos, distribuição de renda, fortalecimento dos programas sociais etc; com essa política, ancorada na força dos agentes desenvolvimentistas – as empresas estatais, como Petrobrás, Eletrobrás etc – o PT reinou de 2003 a 2014, registrando economia sustentável e pleno emprego sustentável.

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Pinguela desmontou

O golpe de 2014, dado pelo PSDB/ PMDB/DEM, ao não reconhecer vitória eleitoral, preparou o golpe maior de 2016, para implementar, daí em diante, a Ponte para o Futuro; sabe-se, agora, que, realmente, FHC tinha razão: a ponte era uma pinguela; não garantiu crescimento e o PIB desde 2016, com congelamento dos gastos sociais, fixados como regra constitucional, jogou a economia, estruturalmente, em era de baixo crescimento; de lá prá cá, a direita está presa na sua própria armadilha neoliberal, quando as contradições internas e internacionais, com a crise capitalista global, somada ao coronavírus, aprofundam desemprego, fome, instabilidade política e social; a direita trabalhou para anular a esquerda e, agora, quem está anulada é ela; não consegue consegue mais sair da arapuca, para dinamizar consumo, produção, arrecadação e investimentos, o silogismo capitalista, porque as reformas neoliberais, aprovadas, em 2018(trabalhista) e 2019(previdência) sinalizaram o oposto da pregação da direita; aprofundaram a recessão diante da crescente insuficiência de consumo.

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Guedes liquidado

Guedes, por isso, não tem condições de entregar a Bolsonaro o que ele precisa: recuperação econômica, pois, caso contrário, não ganha eleição; seu partido, Aliança Para Brasil, sequer está conseguindo levantar assinaturas suficientes para disputar eleições municipais; quem vai votar em candidato da recessão? O pibinho de 2019, de 1,1%, que deverá ser repetido, nesse ano, com aprofundamento da crise mundial – guerra comercial, coronavírus etc -, é a prova concreta de que as reformas neoliberais, que aprofundam redução do poder de compra da população, acompanhada de perdas de direitos e garantias constitucionais, são suicídio político eleitoral; o Congresso está fugindo delas, como o diabo da cruz, e assim se comportará ao longo do ano, no compasso das previsões negativas pré-anunciadas por analistas nacionais e internacionais; nesse contexto, Guedes virou fantasma do qual os congressistas querem distância; ninguém mais consome a narrativa dele de que é necessário fragilizar o governo para fortalecer setor privado, como se público-privado não fosse uma dualidade interativa que se confunde com a própria realidade; dizer, como frisou, que está absolutamente tranquilo com os tremores globais, diante dos quais o Brasil está duramente afetado pela perda de confiança do mercado mundial com o governo Bolsonaro, é estar pisando nas estrelas, sem ligação com a terra, viajando na maionese.

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Sem palavra, sem credibilidade

Guedes é personagem candidato a ser detonado pelos tiros do presidente capitão, que já viu que enganou ao elegê-lo seu posto Ipiranga. O desespero político do governo explica seu engajamento na aventura de tentar defenestrar o Congresso, onde as reformas – administrativa, tributária, federativa -,  dificilmente, serão aprovadas, especialmente, depois do pecado capital do presidente de voltar atrás em palavra dada em negociação com os congressistas, relativamente, ao orçamento impositivo. Há uma limitação objetiva na relação Executivo-Legislativo, dada pelo rompimento da confiança da própria base política no titular do poder. Isolado, Bolsonaro passa, então, a apostar todas as suas fichas na radicalização política; joga todas as suas fichas, na mobilização dos bolsonaristas, nas ruas, no próximo dia 15. A massa do bolsonarismo avalizará a confiança perdida do seu líder no ambiente democrático representativo republicano? Pelo visto, a credibilidade bolsonarista continua apenas com Trump.

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