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Bepe Damasco

Jornalista, editor do Blog do Bepe

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Do limão à limonada: por que não uma revolução na saúde?

O governo poderia fazer uma revolução na saúde, ou pelo menos se comprometer com ela, tratando o assunto como prioridade política e orçamentária, sugere Bepe

Nísia Trindade e Lula (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)
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Decididamente não vivemos uma conjuntura para amadores. Governar em um quadro desafiador como o atual é o x do problema para o PT, partidos aliados tradicionais, setores progressistas da sociedade e demais segmentos que fazem parte da frente ampla que apoia Lula. 

Pelo menos dois terços do Congresso Nacional oscilam entre o centro conservador, a direita e a extrema direita. Repetindo a linha adotada em governos petistas anteriores, a imprensa comercial, por sua vez, faz questão de não reconhecer nenhum mérito nas inúmeras realizações do governo Lula 3 e vive de inventar crises, amplificar problemas, distorcer declarações de Lula e apostar no jornalismo rebaixado da fofoca.

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Somado a isso tudo, temos um neofascismo com forte presença nas redes sociais, com poder de mobilização e base social, política e eleitoral.

Em qualquer outro cenário do passado recente, o governo estaria nadando de braçada no quesito popularidade. Listar e comentar os avanços registrados nas áreas social, econômica, de afirmação democrática e de soberania nacional, em apenas um ano e três meses, consumiria vários artigos. 

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Todavia, o horizonte pode ser preocupante se o governo seguir derrapando na comunicação, insistir que vivemos em tempos de paz e continuar anunciando seus feitos e ações de forma convencional. 

Mas, pode virar o jogo, caso parta para a guerra contra a extrema direita nas redes sociais, indique um porta-voz, lance mão de formas inovadoras de lançar seus projetos e obras (de preferência, nas ruas, junto ao povo) e ouse criar uma marca forte de governo, tal qual o combate à fome do Lula 1 e o PAC do Lula 2.

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O Novo PAC, embora vá ajudar muito o país a se desenvolver, gerar empregos e aumentar o prestígio do governo, não se constituirá nesta marca, já que não se trata de ideia nova, mas sim de megaprojeto corretamente ampliado, reaproveitado e readaptado.

A retomada dos programas sociais atirados no lixo por Bolsonaro só merece aplausos, porque cumpre a função prioritária dos governos de esquerda, que é melhorar a vida do povo. Mas igualmente não emplacariam como símbolos do Lula 3.

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É só uma sugestão, mas que tal o governo pensar em uma saída estratégica para a crise nos hospitais federais do Rio e desfraldar a bandeira da saúde de qualidade como meta número 1 da gestão? Seria fazer do limão uma limonada. 

Há longos anos, a saúde aparece em plano destacado como uma das grandes preocupações dos brasileiros.

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O SUS, maior sistema de saúde pública do planeta, é motivo de orgulho para o Brasil, uma conquista histórica da sociedade.

Contudo, como saúde é coisa cara, o sistema ainda padece de limitações orçamentárias e sofre uma demanda maior do que a oferta. Para exames e tratamentos mais complexos, por exemplo, só resta à imensa maioria da população, que não pode pagar plano de saúde, aguardar na fila do SISREG por tempo indeterminado. Só que a doença não entende esses prazos e avança. 

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O governo bem que poderia fazer uma revolução na saúde, ou pelo menos se comprometer com ela, tratando o assunto como prioridade política e orçamentária. Além do forte elemento humanitário contido em uma empreitada que visa curar doenças e a salvar vidas,  a radicalização do cuidado com a saúde também pode ser uma saída em termos de marca de gestão.

Ah, mas isso leva tempo e teremos um longo caminho a trilhar. Sim, mas apenas a sinalização do compromisso governamental e o mero encurtamento dos prazos para atendimentos, exames e cirurgias já fariam com que a percepção das pessoas sobre os serviços de saúde fosse mais positiva, afinal, governo com este tipo de compromisso, no mínimo, passa a ser avaliado com mais boa vontade por quem sente na pele a busca por tratamentos. 

A criação de salvaguardas contra indicações de gente não capacitada tecnicamente para o setor e a contratação de profissionais em quantidade suficiente para suprir o déficit de pessoal seriam outras medidas bem-vindas.

Obstáculos não faltam: cobertor orçamentário curto, lobby da saúde privada e resistência reacionária no Congresso Nacional estão entre eles. 

Mas vale a pena enfrentar.

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