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Renato Farac

Engenheiro Florestal formado pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ/USP). Membro do Comitê Central Nacional do Partido da Causa Operária (PCO)

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É preciso comitês de autodefesa para lutar contra os despejos

O despejo das famílias do Acampamento Quilombo Campo Grande mostrou que é preciso organizar a luta contra a violência do latifúndio nos locais através de comitês de autodefesa

Ação de despejo de famílias do MST em plena pandemia é denunciada à ONU (Foto: MST/Divulgação)
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Por Renato Farac, no Diário Causa Operária

No dia 12 de agosto, a direita organizou mais um grande despejo contra os trabalhadores sem-terra para beneficiar latifundiários no Estado de Minas Gerais. O ataque ocorreu contra os acampados do Acampamento Quilombo Campo Grande, no município de Campo do Meio, em uma área de um antigo latifúndio da Usina Ariadnópolis que foi a falência e deu calote, se afundando em dívidas com o Estado e dando calote nos trabalhadores.

O governador fascista Romeu Zema (NOVO), os latifundiários, a Polícia Militar e o judiciário na pessoa do juiz Vara Agrária de Minas Gerais Walter Zwicker Esbaille Junior se unificaram para despejar de maneira criminosa as 461 famílias do Acampamento do MST.

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A corja fascista enviou um grupamento da Polícia Militar para realizar o despejo, mas não contava que as famílias decidiram reagir e lutar contra o processo de despejo e mais uma vez contra o latifúndio.

As famílias organizaram a luta contra o despejo e fecharam os acessos ao acampamento, fizeram barreira de trabalhadores contra o avanço da polícia militar e iniciaram uma enorme campanha denunciando a ação criminosa da polícia militar.

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A organização da luta deu resultado, a polícia militar não conseguiu executar o despejo e o governador fascista Romeu Zema chegou a anunciar a suspensão do despejo devido a organização das famílias e vendo o resultando da campanha.

É claro que a o fascista Zema mentiu e não suspendeu o despejo. Fez isso apenas para tentar desmobilizar os trabalhadores para que ganhasse tempo de deslocar ainda mais policiais e todo um aparato de guerra contra as famílias sem terra.

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Foram deslocados centenas de policiais da tropa de choque da PM, helicóptero e até mesmo o chamado “caveirão”, uma viatura semelhante a um carro forte e blindada que leva dezenas de policiais em seu interior. Tudo isso para criar um clima de terror entre as famílias e tentar fazê-las desistir de lutar contra o despejo.

Mas não funcionou. As famílias enfrentaram a tropa de choque, os pistoleiros e o fascista Romeu Zema e ficaram por mais de 60 horas impedindo o despejo. O despejo foi realizado, mas com muito custo e ficou evidente o crime em todo o país. Para realizar o despejo, a direita realizou uma operação criminosa, destruindo a escola do assentamento, ateando fogo nas roças com as famílias ainda no acampamento, dando rasantes de helicóptero e colocando em risco a vida dos trabalhadores que moravam no local. Isso sem contar bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha, torturas e prisões completamente arbitrárias.

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No local, se mais organizações de esquerda, de luta pela terra e moradia, sindicatos tivessem se envolvido nessa luta, a dificuldade do Estado em jogar as famílias nas ruas seriam muito maiores.

O que as famílias do Acampamento Quilombo Campo Grande mostraram foi a necessidade de se organizar e lutar contra o despejo, não apenas nas redes sociais ou no parlamento, mas no local e por muito pouco não impediu o despejo com a luta. Ficou claro que deve se organizar comitês de autodefesa contra a violência do latifúndio e do aparato estatal para lutar contra essa enorme ofensiva.

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Aglutinariam elementos do acampamento e de outras organizações para planejar a luta contra essa violência da polícia militar e do latifúndio. É importante a formação desses comitês em todos os acampamentos, assentamentos, ocupações de moradia, locais de trabalho, bairros e outros locais para aglutinar o maior número de pessoas possíveis para enfrentar a direita.

Os comitês de autodefesa serviriam inclusive para organizar deslocamento de pessoas para as áreas em conflito e ajudar no enfrentamento. Também organizar fechamento de rodovias, novas ocupações e manifestações em diversos locais do país onde existissem comitês de autodefesa.

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A cada dia que passa fica cada vez mais claro a necessidade de formação de comitês de autodefesa em cada local para enfrentar os ataques da direita que estão sendo realizados numa escala muito grande e cada vez mais violenta.

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