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Lelê Teles

Jornalista, publicitário e roteirista

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Eduardo Campos e os efeitos dos anabolizantes

Os jornalões e as revistonas se apressaram em dizer que com a entrada de Marina, que havia amealhado 20 milhões de votos em 2010, Campos havia ganhado musculatura política. Como se Marina Silva fosse um anabolizante

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Em 2010, a mídia precisava de candidatos para angariar votos e levar o seu candidato para o segundo turno.

Para tanto, a improvável Heloísa Helena ganhou perfil nas revistonas e elogios da revistaveja, veja você.

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Cristovam Buarque, o monotemático, igualmente ganhou visibilidade na auto declarada grande mídia.

Tudo o que precisavam era de uns inocentes úteis que os auxiliassem a levar o PSDB para o confronto direto.

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Vieram as eleições e Dilma derrotou o grupo midiático. Serra seguiu na mídia, mas Helô e Cristovam, agora inúteis, ganharam uma ostra e no ostracismo midiático continuam.

Agora o nome escolhido pelos barões da mídia foi Eduardo Campos, um cara jovem, bonito, com um partido em ascensão; com potencial para tirar voto de Dilma e levar o pleito para o segundo round.

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Mas a realidade é dura.

As últimas pesquisas mostram o pré-candidato Eduardo Campos - aquele que prometia que era possível fazer mais -, com menos intenções de voto que os seus concorrentes.

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Parece que o cabra perdeu forças.

Mas como, se setores da mídia o apontavam como um forte candidato a levar Aécio para o segundo turno? Soltaram rojões quando Marina Silva se juntou a ele, ou melhor, a eles (ao pré-candidato e à mídia).

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Todos nos lembramos daquele evento em Brasília, no dia 5 de outubro, no qual Marina Silva anunciou sua filiação ao PSB, presidido pelo governador Eduardo Campos, pré-candidato à presidência da república.

Ali, Marina caíra na rede do pernambucano. Ficou claro que a candidatura de Campos, a partir dali, não teria mais volta. E iria longe.

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Os jornalões e as revistonas se apressaram em dizer que com a entrada de Marina, que havia amealhado 20 milhões de votos em 2010, Campos havia ganhado musculatura política. Como se Marina Silva fosse um anabolizante.

Volto a essa figura de linguagem logo mais.

Já no final de outubro, Campos/Marina apareciam com 15% de intenção de votos, segundo o DATAFOLHA, 6% a menos que Aécio Neves. Beto Albuquerque, líder do PSB na câmara disse na ocasião que Campos poderia ultrapassar Aécio até o final do ano.

O final do ano chegou e Campos está abaixo de Joaquim Barbosa, minguou para 9%.

Não foi por falta de aviso. Lula tentou várias vezes dissuadir Eduardo dessa aventura, afirmava que era mais prudente ele continuar na base do governo e construir uma estrutura nacional sólida para substituir Dilma no futuro.

Em fevereiro deste ano, Lula esperava que Eduardo comparecesse ao ato político de lançamento da candidatura de Dilma à reeleição. Mas o pernambucano não foi a São Paulo.

A partir daí Lula iniciou uma série de tentativas de conversar com o amigo governador. Eduardo preferia conversar com a mídia paulista, cria ser um enxadrista habilidoso.

Por isso, em outubro tentou um lance ousado, o roque. Na posição de rei e sem estar sobre ataque, escolheu Marina, do alto de sua torre de marfim, para se posicionar em reforço a sua defesa. Jornalões e revistonas o aplaudiram e disseram que ele havia feito uma jogada genial. Um simples roque, veja você.

A mídia começava a anabolizar Campos, qualquer movimento que ele fizesse recebia hiperbólicos elogios.

O ex-governador de Sergipe, Marcelo Déda, ao ser questionado sobre o que achava da candidatura do amigo pernambucano, o sergipano disse, com o estilo inteligente e irônico que lhe era peculiar: "Campos adquiriu musculatura, é natural que queira ser candidato. É como aqueles garotos que passam o dia malhando em uma academia, você não pode querer que ele chegue na praia e vista um casaco, ele quer tirar a camisa e mostrar os músculos que ele suou tanto para adquirir".

O diabo é que Campos não suou nada, ou quase nada. Após aliar-se à ex-petista, os dois saíram de mãos dadas dando uma entrevista atrás da outra, trabalhando a musculatura anabolizados pela generosidade de setores da mídia.

Mas o casal não produzia conteúdo suficiente para um enredo longo e duradouro. Ninguém entendia bem o que Marina dizia e nem o que Eduardo queria.

Até que jornais e revistas foram se ocupar de outras coisas e, você sabe como é, os anabolizados têm uma força aparente, se param de tomar os medicamentos os músculos murcham.

Pelo jeito, em 2014, Eduardo Campos irá à praia usando casaco.

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