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Mauro Nadvorny

Mauro Nadvorny, é Perito em Veracidade e administrador do grupo Resistência Democrática Judaica". Seu site: www.mauronadvorny.com.br

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Eleições em Israel, um nó difícil de desatar

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O imbróglio das eleições israelenses é uma situação que se repete há dois anos com 4 rodadas. O país parece que vai ter uma quinta em breve. O povo está dividido e os políticos não se entendem.

O sistema israelense é parlamentarista. Os partidos necessitam chagar a 61 cadeiras no parlamento de 120 se quiserem governar. Dada a dificuldade de um único partido alcançar esta marca, eles precisam formar uma coalizão com outros e aí começam os problemas.

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O Likud, o partido do primeiro-ministro, continua sendo o mais votado, obteve 30 cadeiras na última eleição. Somados aos dois partidos religiosos que ideologicamente se veem como de direita, chegam a 46 cadeiras. Ele também recebeu o apoio do partido de extrema direita HaTsionut HaDatit (Sionistas Religiosos) que com suas 6 cadeiras dão ao bloco da direita um total de 52 cadeiras.

O segundo partido mais votado, o Yesh Atid (Existe futuro), obteve 17 cadeiras. Somados os partidos que já declaram apoio, o Meretz (Esquerda) e o Avodá (Trabalhista), chegam a 30. Todos são oposição ao Likud.

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Esta eleição teve como mote quem era a favor de Bibi (o primeiro ministro e líder do Likud), e quem é a favor da mudança, ou seja, contra ele. Neste bloco além daqueles já mencionados, estão o Kachol Lavan (Azul e Branco) com suas 8 cadeiras, o Israel Beiteino (Israel Nossa Casa) com suas 7 cadeiras, e o Tikvá Chadashá (Nova Esperança), recém formado por dissidentes do Likud, com suas 6 cadeiras. Todos os líderes destes três partidos disseram que não sentariam em um governo liderado por Bibi e juntos chegam a 21 cadeiras.

Se somarmos as cadeiras de todos que se dizem contra o primeiro ministro, eles somam 51 cadeiras, mas não é tão simples assim. Alguns destes partidos são historicamente ligados a direita. Todos já estiveram em governos do Likud e têm uma certa dificuldade em se sentarem com o Meretz e até mesmo com o Avodá de centro esquerda.

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Temos ainda três partidos que não foram mencionados e que juntos somam 18 cadeiras, o Iemina (Direita) com 7,  o RAAM (sigla da Lista Árabe Islamita) com 5, e a Reshimá HaMeshutefet (Lista Unida) com 6. Como pode-se ver, o apoio deles para qualquer um dos lados permitiria a formação de um governo. Infelizmente as coisas não são assim tão simples.

Em Israel, tradicionalmente os governos sempre foram formados entre partidos sionistas, o que significa sem a participação dos partidos árabes. Dos três mencionados, somente o Iemina se enquadra como sionista. Acontece que não importa para que lado ele penda, nenhum lado consegue formar governo, ninguém chega a 61.

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Diante desta situação, a joia mais cobiçada é o RAAM, um partido árabe religioso que ideologicamente, assim como os partidos religiosos judaicos, tem mais afinidade com a direita e portanto com Bibi. Se ele somar seus votos a este bloco, eles chegam a 58 cadeiras e com o Iemina, a confortáveis 65. O problema é o partido Sionista Religioso que já anunciou que prefere se sentar com o Diabo em pessoa a fazer parte de um governo com um partido árabe que, segundo eles, seria formado por radicais apoiadores do Hamas. Sem a extrema direita, o bloco fica com 59 cadeiras e não forma governo.

Do outro lado o Iemina e o RAAM também são cobiçados. Com eles, o bloco chega a 62 cadeiras e pode formar governo. Mas aqui também temos problemas. Os partidos de direita não aceitam sentar com os partidos de esquerda e com o RAAM, que por sua vez não está confortável em sentar com o Meretz, um partido que não aceita a religião na política.

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Temos ainda a Reshimá Ha Meshutefet, a lista árabe que reúne os partidos de centro e esquerda árabes com suas 6 cadeiras. Claro que eles não sentariam em um governo do Likud, mas são uma opção ao RAAM no bloco contra Bibi, desde de que os colegas de direita engolissem este sapo em nome do bem maior, formar um governo sem Bibi.

Todas as cartas estão sobre a mesa. Na política israelense a palavra dada antes das eleições, não é a mesma empregada depois do resultado final. Alianças podem ser desfeitas, inimigos históricos podem se abraçar e velhos companheiros se apunhalarem. Nada é definitivo e vale tudo em nome do poder.

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