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Bia Willcox

Empresária que escreve sobre relações de afeto, editora que fez Direito na UERJ, professora que dá palestras, mãe que produz conteúdos

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Em defesa dos fihos do Brasil

Minha esperança se foi. A segunda-feira está amarga com a rejeição do pedido de suspensão de tramitação da PEC 241 pelo Ministro Barroso.É. A justiça não tardou. Mas temo que tenha falhado. Temer aliás é um verbo transitivo que me transe de pavor no Brasil de hoje

Em defesa dos fihos do Brasil (Foto: Alan Marques/ FOLHAPRESS/0619)
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Eu nunca governei um país, estado federativo ou município. Nunca fui síndica de prédio e nunca tive minhas necessidades básicas privadas. Nasci bem. Mas sou mãe, governei a minha família e já passei dificuldades. Dirijo também uma empresa educacional de maneira árdua.

Por que esse parágrafo meio descabido? Eu explico.

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Já vivi dificuldades quando virei adulta e tive meu próprio núcleo familiar. Já vivi o desemprego, a crise e tive que apertar os cintos. Da mesma forma, já vivi momentos "no vermelho" na minha empresa. Em ambos os casos uma coisa eu sabia: jamais cortaria nada que prejudicasse a saúde e a formação educacional de meus filhos. Bem como jamais deixaria de pagar os salários ou qualquer outra quantia devida a funcionários por conta da situação ruim da empresa.

Sabia que algo tinha que ser feito pela economia e progresso de minha família e de minha empresa. A família tinha que viver melhor e com mais conforto financeiro. A empresa tinha que crescer, prosperar. Ou seja, agi energicamente para reverter o quadro econômico em ambos os cenários, mas nunca cortando remédios, alimentação ou a boa escola de meus filhos. Nunca deixando funcionário sem dinheiro pra pagar por remédios, educação e escola de seus filhos ou dele próprio.

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Nunca faria uso de uma PEC 241 em minhas pequenas gestões. Depois de esbanjar num banquete sofisticado com comidas e bebidas caras, não dá pra cortar o lanche dos serviçais. Depois de comprar um carro de luxo, não dá pra cortar no vale transporte de seu motorista. Não dá pra comer filé mignon e depois dar chã para as suas crianças.

Depois de tudo o que assistimos nesse país, depois do show de gastos, esbanjamentos e desperdícios, não dá pra querer cortar o que o povo precisa pra sobreviver com dignidade e luz no fim do túnel (até pra ter chance de fazer jus ao tal mérito) - educação.

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A essa altura, dane-se de quem é a culpa, sabemos que trata-se de um bando que alimenta um sistema de "por centos", propinas, "por foras" e maquiagens. Um bando diversificado, de PT a PMDB, passando pelo DEM e pelo Tucanato. Agora já era.

Trata-se aqui da situação bíblica salomônica - há que haver um líder, ou a chance de poder sê-lo, que em nome de não destruir as poucas possibilidades das classes menos favorecidas, abra mão da inocência do crime e assuma o erro do bando, cuidando de seu rebanho (sim, rebanho, já que estamos em momento bíblico).

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A PEC foi liberada e, enquanto eu escrevo essas linhas emocionadas, os legítimos representantes do bando acima referido brindam ao futuro do Brasil em banquete sofisticado no planalto central.

A última esperança que nutria, considerando-se que vivemos agora num país de pouco respeito às regras normativas e constitucionais, estava no STF, cujo relator era o ministro Luis Roberto Barroso, um de meus ícones em meus 5 anos de Direito em uma das maiores escolas do Brasil, a Uerj, onde ele lecionava (e ainda leciona!) Direito Constitucional. Ele e outros excelentes professores nos fizeram acreditar no poder da Carta Magna. Ainda guardo a sensação de segurança e tranquilidade de saber que existe uma Constituição e que ela nos protege de arbitrariedades e injustiças. O que o Barroso e os outros professores da Uerj diziam soava como uma espécie de Passiflora, ou Rivotril pros mais hardcores - seria como um "calma, não se faz o que quer nesse país".

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Minha esperança se foi. A segunda-feira está amarga com a rejeição do pedido de suspensão de tramitação da PEC 241 pelo Ministro Barroso.

É. A justiça não tardou. Mas temo que tenha falhado. Temer aliás é um verbo transitivo que me transe de pavor no Brasil de hoje. Quero acreditar que forças e energias maiores a que muitos chamam de divino possam cuidar dos filhos sofridos deste país!

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