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Joaquim de Carvalho

Colunista do 247, foi subeditor de Veja e repórter do Jornal Nacional, entre outros veículos. Ganhou os prêmios Esso (equipe, 1992), Vladimir Herzog e Jornalismo Social (revista Imprensa). E-mail: joaquim@brasil247.com.br

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Empresário perseguido na Lava Jato revela: Moro sabia da festa da cueca

Documento confirma a suspeita de que o então juiz tinha conhecimento da gravação do encontro de desembargadores do TRF-4 com prostitutas. Houve chantagem?

Moro, o relato sobre o vídeo, Meira e Mirlei (Foto: Roque de Sá/Agência Senado | Reprodução)
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O empresário Eduardo Meira, que ficou dois anos preso preventivamente por ordem de Sergio Moro durante a Lava Jato, divulgou trecho de um relatório que integra um processo conduzido pelo então titular da 13a. Vara Federal de Curitiba, em 2004. O documento relata a existência do vídeo que mostra o encontro de desembargadores do TRF-4 com prostitutas, na suíte presidencial do hotel Bourbon, em Curitiba.

“As decisões daquele juiz precisam ser anuladas, porque foram confirmadas por um tribunal suspeito de estar sob chantagem”, declarou Meira. A íntegra da entrevista pode ser vista abaixo.

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No relato anexado ao processo, que trata da colaboração do agente infiltrado Tony Garcia, o autor informa o conteúdo de interceptação.

No item C do capítulo 2,é informado que o advogado Roberto Bertholdo, que Moro queria prender e estava foragido, tinha em sua posse o vídeo da festa da cueca.

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“Bertoldo disse que, quando foi fretado o avião de Porto Alegre/RS a Curitiba/PR para trazer vários desembargadores federais do TRF da 4a. Região, para assistirem o jogo da seleção brasileira de futebol em Curitiba/PR, Sérgio Costa teria filmado, após o jogo de futebol, o encontro de desembargadores federais com mulheres de programa. Essa gravação estaria na posse de Bertoldo, que foi a Porto Alegre e mostrou aos personagens o que tinha em mãos”, relatou.

O texto confirma com precisão o que Tony Garcia disse em entrevista à TV 247, no ano passado, e que gerou o inquérito da Polícia Federal em que Moro é investigado.

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Tony Garcia disse ter sido informado pelo então juiz que o vídeo havia sido apreendido. O vídeo, no entanto, não foi localizado em nenhum procedimento formal na 13a. Vara Federal..

Para Tony, o vídeo pode ter sido usado para chantagear desembargadores. Um dos que teriam participado da festa da cueca é Nefi Cordeiro, na época no TRF-4, mais tarde nomeado ministro do STJ.

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Aposentado, Cordeiro passou a advogar e, recentemente, foi anunciado como representante de Gabriela Hardt, a juíza que, a exemplo de Moro, também é investigada no Conselho Nacional de Justiça.

Quem agenciou as garotas de programa para a festa da cueca foi Mirlei de Oliveira, que tinha uma famosa casa de prostituição em Colombo, município vizinho a Curitriba. Em entrevista à TV 247, exibida no documentário “Um juiz fora da lei”, Mirlei confirmou a prestação desse serviço.

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Seu advogado, Luiz Ferraz, suspeita que o agenciamento das garotas de programa para as mais altas autoridades da Justiça Federal no Sul do país esteja ligada à perseguição que ela sofreu logo depois.

Amiga de pessoas influentes no Paraná, Mirlei passou a ser investigada, foi tema de reportagem negativa do Fantástico, da TV Globo, acabou presa e perdeu todo patrimônio, numa trama que liga um grande empresário a integrantes da Polícia Civil e do Tribunal de Justiça do Paraná.

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Um dos procuradores que assinam a ação contra Mirlei, em 2004, é Deltan Dallagnol, na época com 24 anos de idade e que havia sido nomeado pouco tempo antes para o Ministério Público Federal.

A ação contra Mirlei não faz referência ao vídeo da festa da cueca, nem à festa no Bourbon, mas a um suposto caso de tráfico internacional de mulheres. Poucos meses antes, procurada pela imprensa, Mirlei teria dito que havia juízes entre seus clientes.

“Será que, com a ação, não quiseram desmoralizar minha cliente, para invalidar qualquer declaração que ela desse sobre a tal festa da cueca? Isso precisa ser investigado, já que pode fazer parte de um esquema de chantagem. É grave”, observou.

O empresário Eduardo Meira, que trouxe o caso à tona, hoje se dedica a colher provas para mostrar à sociedade que a Lava Jato, em vez de combater o crime, cometeu crimes, mesmo antes de agir como força-tarefa.

“Estavam todos lá, sob a chefia de Moro”, diz. Meira aceitou a proposta de Roberto Bertholdo, divulgada em entrevista na TV 247, para constituição de uma associação de vítimas de Moro e seus aliados na Justiça Federal e do Ministério Público Federal.

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