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Francis Bogossian

Presidente do IBEP - Instituto Brasileiro de Estudos Políticos, tendo sido Presidente do Clube de Engenharia, da ANE - Academia Nacional de Engenharia, da AEERJ - Associação de Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro, da ABMS – Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica e do CREA-RJ

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Enchentes cariocas: uma luz no fim do túnel extravasor

A solução para o problema existe, e está logo ali, repousando em alguma pasta no Inea – Instituto Estadual do Ambiente: trata-se do Projeto do Túnel Extravasor, que visa captar as águas que transbordam dos rios e transportá-las por um túnel para despejo final em mar aberto

(Foto: Reprodução)
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Por Francis Bogossian

Mais uma vez as águas de janeiro inundam ruas, causam o caos na cidade do Rio de Janeiro, provocam estragos, dão prejuízos. Tudo sempre tão igual, que não haveria necessidade de a mídia mobilizar suas equipes sob temporal. Bastaria buscar no arquivo as imagens, sempre idênticas, sempre nos mesmos locais das enchentes de anos anteriores. 

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A solução, no entanto, existe, e está logo ali, repousando em alguma pasta no Inea – Instituto Estadual do Ambiente. Trata-se do Projeto do Túnel Extravasor, elaborado pela antiga Sursan, e iniciado no princípio da década de 70 pelo engenheiro Raymundo de Paula Soares, Secretário de Obras do antigo Estado da Guanabara, no Governo Negrão de Lima.

O projeto se resume em captar as águas excedentes, que transbordam das calhas dos rios Joana, Maracanã, Trapicheiros, Macacos, Rainha I e Rainha II, e transportá-las através de um túnel - denominado Túnel Extravasor - para despejo final em mar aberto, no costão do Vidigal. Um ‘ovo de Colombo’ da engenharia.

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Vamos acompanhar o trajeto dessas águas, que leva à solução:

  • Os rios Joana, Maracanã e Trapicheiros desaguam no Canal do Mangue, que tem destino final na Baía de Guanabara. Quando transbordam, inundam toda a região do Maracanã e, por gravidade, as águas se deslocam pela superfície e inundam a Praça da Bandeira. Há registros de inundações ocorridas desde o início do século XX.
  • O rio Macacos é o responsável pelas repetidas inundações do Jardim Botânico, onde a população, já sem outras maneiras de protestar, navega de canoa, pratica surf, ironizando as autoridades constituídas incapazes de lidar adequadamente com o fenômeno das “enchentes tradicionais”. O rio Macacos desagua na Lagoa Rodrigo de Freitas, também com muitos registros de inundações.
  • Os rios Rainha I e Rainha II são os responsáveis pelos alagamentos na Praça Sibélius (na entrada do acesso à Estrada Lagoa-Barra). Sua nascente fica na Rocinha (vertente Lagoa), dividindo-se em dois córregos no vale da PUC, e sofrendo grande perda de carga ao rumar para a Av. Visconde de Albuquerque, no sentido praia do Leblon, onde vai desaguar. 

O Túnel Extravasor iria transferir todo esse manancial de águas excedentes, que inundam os diversos logradouros cariocas, diretamente para o mar, sem passar pelas regiões de Praça da Bandeira, Jardim Botânico, Lagoa Rodrigo de Freitas e adjacências. Aí, sim, a população veria uma luz no fim do túnel (o Extravasor),  solucionando-se um problema crônico.

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O Túnel Extravasor, até hoje inconcluso, teve sua construção iniciada em 1971, a partir da Avenida Niemeyer, pela já extinta empresa Mantiqueira, no entanto depois paralisada. Em 1989, o programa Reconstrução Rio reiniciou as obras, novamente paralisadas, desta vez no Governo Leonel Brizola. Já foram realizadas um quilômetro e meio de escavações em rocha, até chegar sob a rua Marquês de São Vicente, ainda aguardando a continuidade.

Tal histórico foi reunido no arquivo técnico do Departamento de Rios e Canais da antiga Sursan quase todo transferido para a Serla, estando no momento no Inea. Fácil encontrar. Com as recentes mudanças dos condutores do executivo do Estado e do Município, poderá ser também fácil encontrar interesse em ambos para somarem forças para a realização desse projeto fundamental. 

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As bacias dos rios Maracanã e Joana já sofreram intervenção com os chamados piscinões, construídos, porém, em locais julgados inadequados. Os piscinões coletam águas de chuva, mas sem a eficiência desejada, e sem se levar em conta o alto custo investido. 

A solução vislumbrada para os demais rios, como Rainha e Macacos, é ainda o Túnel Extravasor. Solução efetiva.

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A construção do Túnel Extravasor resolverá o problema das enchentes de Jardim Botânico e Lagoa Rodrigo de Freitas, conduzindo-as diretamente para o mar, independente das marés.

Assim como Paulo de Frontin e Pereira Passos deixaram marca indelével na modernização do Rio de Janeiro, nossos empenhados prefeito Eduardo Paes e governador Claudio Castro certamente também poderão imprimir suas marcas na solução desse transtorno que entrava a vida dos cidadãos da Capital do Estado do Rio de Janeiro.

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Estamos certos de que todas as entidades capacitadas de engenharia do Rio de Janeiro estariam dispostas a cerrar fileiras tecnicamente, no afã de solucionar o problema dramático das enchentes da cidade. Desde já antecipo que a Academia Nacional de Engenharia, que tenho a honra de presidir, e o Clube de Engenharia, presidido pelo engenheiro Pedro Celestino, estão prontos a contribuir para isso.

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