Enfim, mesmo sem querer, Globo participa do contraditório

Desde 2013, o já então menosprezado contraditório no jornalismo ditado pela grande imprensa estava sumido de vez. Como uma gangorra chumbada no chão, o noticiário pendia somente para um lado, o do enxovalhamento da esquerda e do puxa-saquismo à direita, e dá-lhe loas ao famigerado mercado. Mas, enfim, a toda poderosa Globo teve que responder ao jornalista Glenn Greenwald quando este a acusou de  ser aliada, sócia, parceira do conluio Moro/Dallagnol. Tudo isso na repercussão do escândalo do ajustamento de de ações que levaram a sentenças esdrúxulas como a destinada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Estamos sentindo um gostinho de contraponto, pois se dependermos dos produtores de noticiários, puxados pela Globo, vamos continuar vendo na agenda os chamados especialistas que falam o que a direita quer ouvir. Nada de de dar espaço ao outro lado, de levar alguém com pensamento contrário.

Lógico, vez ou outra os produtores “erravam” e  convidavam uma voz discordante. Não quero nem pensar nos puxões de orelha que levaram quando isso aconteceu.

No entanto, felizmente, o Intercept, que nada term a ver com a chamada grande mídia, chacoalhou a goiabeira. E, alvíssaras, fez-se a luz, veio o contraditório, mesmo com a Globo empreendendo uma “operação abafa”.

Que seja reforçado o contraponto que a mídia alternativa, a blogosfera, vem há muito tempo cobrando.

É disso que precisamos, de um jornalismo que denuncie sem parcialismo, sem linchamento de um lado e apadrinhamento para o outro.

Bem-vinda, Organizações Globo ao contraditório. Sabemos que não é isso que vocês querem, mas foram obrigados a sair da zona do conforto do maniqueísmo para responder aos fatos que tentam escamotear.

Que venham outras notícias, via Intercept e demais meios de comunicação que não rezam na cartilha do lado único, e que a Globo e companhia bela respondam.