CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Luciano Teles avatar

Luciano Teles

Professor adjunto de História do Brasil e da Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e autor de artigos e livros sobre a história da imprensa operária e do movimento de trabalhadores no Amazonas.

72 artigos

blog

Enquanto uns mascam chicletes, muitos morrem por falta de oxigênio

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Não vamos nem tratar de todos os produtos alimentícios da lista bilionária que chegou ao conhecimento da sociedade brasileira. Vamos apenas elencar dois produtos que mais ganharam destaque na imprensa e nas redes sociais: o leite condensado e os chicletes. O primeiro foi adquirido aos montes na quantia de R$ 15 milhões de reais. O segundo foi arrematado por R$ 2,2 milhões de reais. A unidade do leite condensado saiu por R$ 162 reais, e a unidade do chiclete chega até ser vergonhoso indicar aqui. 

A justificativa do (des)governo Bolsonaro foi a de que os membros das Forças Armadas necessitam de energia para gastar com treinos e atividades militares, isto em relação ao leite condensado, já os chicletes são para os fardados “limparem” os dentes e/ou mascarem em atividades aéreas. Porém, tal justificativa não considerou o valor exorbitante por unidade dos dois produtos (e de outros que também constam na lista). Todas as pessoas que vão ao supermercado e compram uma lata de leite condensado e/ou chicletes sabem que eles custam muito menos do que o valor que foi pago e que consta naquela listagem. Os órgãos de controle e o judiciário (especialmente aqueles que ainda não foram capturados ideologicamente pelo “bolsonarismo”, portanto que ainda possuem sanidade) têm a obrigação de investigar, esclarecendo e punindo aquilo que estiver em desacordo com a lei (a lei não é para todos?).

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A listagem que se tornou pública é um absurdo! Na pandemia, milhões de trabalhadores perderam os seus empregos ou tiveram os seus salários reduzidos em 25% (em alguns casos até mais que isso). Na economia informal, onde estão mais de 40% do povo brasileiro, muitos não estão conseguindo ao menos se alimentar, especialmente pelo fato da ausência do auxílio emergencial. Pequenas e micro empresas acabaram abrindo falência enquanto que outras enfrentam uma situação difícil pela ausência de políticas públicas que as atingissem de uma forma mais direta e responsável. Por outro lado, o (des)governo pagou “a peso de ouro” leite condensado e chicletes (tem muitos outros produtos na lista...) para os militares gastarem energia e manterem os dentes limpos! Já não bastam os aumentos na remuneração que eles tiveram? Talvez estejam treinando para dar em breve o golpe clássico, a quartelada, e após abrir um sorriso escancarado de “missão cumprida” (em golpes são expert, a história do Brasil registrou vários deles, e sempre contrários aos interesses dos setores populares brasileiros, aliás, muitos oriundos dos setores populares foram perseguidos, torturados e mortos). 

É inadmissível esse gasto bilionário num contexto de pandemia (não há patriotismo aqui e nem no combate à pandemia, especialmente se tomarmos as ações do militarizado Ministério da Saúde). Se não bastasse o quadro social (parcial e sinteticamente destacado anteriormente), muitas pessoas perderam a vida por falta de oxigênio. Vidas perdidas por omissão e inércia deste governo negacionista, que acabou infelizmente contagiando as outras esferas do poder (estadual e municipal). Não há defesa razoável que justifique essa lista frente a tudo o que estamos assistindo no país. Mas há quem defenda esse gasto insano e, se é assim, estão defendendo a fome, o desemprego e a morte.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Enquanto uns mascam chicletes, outros morrem por falta de oxigênio. 

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO