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Marcelo Auler

Marcelo Auler, 68 anos, é repórter desde janeiro de 1974 tendo atuado, no Rio, São Paulo e Brasília, em quase todos os principais jornais do país, assim como revistas e na imprensa alternativa.

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Equipe econômica trabalha nos bastidores com BC

"Apesar de todas as críticas que Lula vem fazendo à autonomia do BC, a equipe econômica não tem nenhuma perspectiva de reverter essas questões" , indica

Banco Central, Roberto Campos Neto e Lula (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil | Geraldo Magela/Agência Senado | REUTERS/Ricardo Moraes)
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Por Marcelo Auler, de Brasília

Apesar de todas as críticas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem fazendo à autonomia do Banco Central e ao exercício do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, a equipe econômica do governo não tem nenhuma perspectiva de reverter essas questões, ou seja, modificar a autonomia ou o mandato de Campos Neto.

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As críticas à autonomia do BC sequer tem unanimidade entre os membros da equipe montada para tocar a política econômica do governo. E todos – os prós e os contras ela – sabem que o novo governo não tem base política para reverter isso. 

Da mesma forma, ninguém desse grupo torce para que Campos Neto peça seu chapéu e volte a cuidar de seus afazeres pessoais e privados. Além de terem noção que ele não fará isso, têm claro que nomear novos diretores para o BC – o que necessariamente passa pela aprovação do Senado Federal – não será tarefa fácil.

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Na impossibilidade de conseguirem frear os ímpetos do presidente, resta à sua equipe buscar o diálogo, aproveitando-se da pressão pública que surge com o debate em torno dos juros excessivamente altos. É o que tem sido feito, muito nos bastidores.

Campos Neto provavelmente imaginava ter apoio daqueles que mesmo no governo defendem a autonomia. Já percebeu, porém, pelos recados que lhes foram passados, que isso não é algo líquido e certo. Deve estar consciente, por exemplo, que a própria ministra do Planejamento, Simone Tebet, liberal defensora da autonomia, considera inaceitável a sua parcialidade.

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Foi devidamente informado de que para ela, o presidente do BC erra por continuar trajando a camisa amarela da seleção brasileira – símbolo do bolsonarismo – com que foi à cabine eleitoral nos dois turnos da eleição. Além de entender que ele sequer deveria ter se posicionado no pleito eleitoral, critica-o por ter mantido essa posição após a vitória do presidente Lula. Ou seja, apesar do cargo que ocupa, não cuidou da necessária imparcialidade política. Tanto que foi descoberto em grupos de Whatsapp dos ministros de Jair Bolsonaro.

Mas a equipe econômica do presidente Lula não pretende reverberar as críticas que ele vem fazendo. Se pudesse, negociaria com o próprio uma baixada no tom. Seus membros querem construir uma forma de convivência com a diretoria do BC, com conversas nos bastidores. Tentarão mostrar os propósitos do novo governo em enfrentar os problemas econômicos, tentando influenciar positivamente nas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom).

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Consideram que um primeiro passo foi dado com a divulgação da Ata da última reunião do Copom – “algo mais amigável”, nas palavras do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Sem dúvida que essa “mudança de tom” entre o comunicado feito logo após a reunião do Comitê no início do mês – que manteve a Selic, (juros básicos da economia) em 13,75% ao ano - e a Ata divulgada essa semana é vista como os primeiros resultados do trabalho de bastidor que está sendo feito.

Agora, sem se embrenharem no debate da autonomia ou no tempo de mandato de Campos Neto, pretendem avançar nas conversas nos bastidores, de forma a levar o presidente do BC e os membros do Copom admitirem que sem redução dos juros atuais, a meta de crescimento ficará mais difícil de ser atingidas.

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