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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

629 artigos

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Escassez de arroz é fracasso neoliberal

(Foto: Reprodução/Twitter)
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Economia é tremendo vazo comunicante. Se não tivesse havido o golpe de 2016 para derrubar PT-Dilma, possivelmente, não estaria faltando arroz. O primeiro ato dos golpistas foi o de congelar, por vinte anos, gastos públicos sociais. Passa pela cabeça de alguém congelar a realidade social por duas décadas em nome de ajuste fiscal? Capitalismo é puro risco e incerteza. Qual foi o doido que acreditou que em 20 anos, tudo ficaria resolvido, tim-tim por tim-tim, tudo justinho, equilibrado etc e tal? A essência do sistema capitalista é o desequilíbrio. Tentar equilibra-lo é tarefa inglória. E quem acreditou nessa barbaridade? Os congressistas conservadores golpistas que aprovaram a PEC 95 entraram numa de serem Deuses sabedores de tudo. Ora, pô, e o novo coronavírus que pintou no meio do caminho, sem combinar o jogo com os golpistas, não justificaria mudança de rumo no congelamento baixado pelos malucos? 

MECANICISMO ESTÁTICO

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Pensamento estático dá nisso. Puro mecanicismo. Os neoliberais não levam em consideração a realidade que é mudança em sua máxima definição essencial. Outra coisa é esse Banco Central cuidar da saúde da moeda, mas não se preocupar com o que realmente importa para deixar ela saudável: a taxa de emprego. O desemprego muda tudo nos Estados Unidos, quando sai de controle. Nunca os americanos jogaram tanto dinheiro em circulação para tentar reduzi-lo. Aqui, não, o desemprego explode e os neoliberais seguem com a mesma política restritiva em nome de ajuste fiscal. Pior, aprofundam ela! Não era o caso de mudarem, imediatamente, a estratégia de recolher empréstimos compulsórios e sobras diárias de caixas dos bancos, trocando, a dinheirama por títulos públicos, para irrigar mercado e garantir abastecimento de gêneros de primeira necessidade? Isso cria ou não empregos?

POLITICAGEM NO ABASTECIMENTO 

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A Conab existe para isso, mas enxugaram suas reservas em nome do ajuste fiscal. A fome do povo não é prioridade nos cálculos monetaristas. Veio a pandemia e a primeira providência do BC neoliberal foi irrigar os bancos com títulos públicos a juros especulativos para serem trocados por títulos privados que apodreceram de uma hora para outra, na crise. Os banqueiros ficaram abastecidos, mas os produtores e empresários em geral ficaram com seus negócios descapitalizados, mesmo tendo governo repassados a eles dinheiro para garantir minimamente sobrevivência deles. Ficaram na chuva de canivete, sob argumento dos bancos que representam risco muito elevado etc. 

ANTISUSTENTABILIDADE

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A orientação neoliberal não cuidou da sustentabilidade nem econômica nem alimentar. Bolsonaro, no primeiro momento de governo, preferiu esvaziar política de segurança alimentar, ficando, agora, completamente, vendido quando falta arroz por conta da combinação de câmbio desvalorizado e auxílio emergencial de R$ 600 para enfrentar a fome dos desempregados. Corre, desesperado, atrás do prejuízo. Claro, para consertar a cagada, vem aí, o inverso: sobrevalorização do câmbio para importar barato e garantir abastecimento, sem pressionar inflação, mas acompanhada de redução a R$ 300 do auxílio emergencial, para evitar aumento do déficit público e desabastecimento por conta de pressão maior da demanda interna. Os neoliberais promovem descoordenação geral com sua política de esvaziar o Estado em nome de eficiência e eficacia fiscal fictícia. 

CHINA E MARX NA CABEÇA 

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Enquanto isso, Jiping, o líder chinês, reafirma que seguirá política antineoliberal, pois a neoliberal desorganiza produção e consumo, bem como acirra luta de classes. Declara ser cada vez mais necessário o Estado controlar, organizar e potencializar relações econômicas, à luz do marxismo, cuja máxima é a do controle do crédito público, para evitar o que ocorre por aqui, anarquia econômica, que aprofunda pobreza e destruição da soberania. A crise do arroz é a ponta do iceberg. É uma espuma produzida por movimentos internos e externos impulsionados por terremotos que evidenciam falência geral do capitalismo, tornando-o incapaz de garantir sobrevivência do ser humano com dignidade. A pandemia, no rastro desse caos, que se aprofunda, mostra que Jiping está com a razão. Afinal, no primeiro trimestre, enquanto as economias submetidas à financeirização econômica global especulativa registraram quedas de 10% do PIB(a japonesa levou tombo de 20%), a China pipocou prá cima, registrando 11% no mesmo período. O mundo pós pandemia é chinês e a bagunça bolsonarista é o fracasso trumpista do qual todos fogem.

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