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Francisca Pereira da Rocha Seixas

Secretária de Assuntos Educacionais e Culturais da APEOESP e secretária de Saúde da CNTE

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Estudo britânico mostra como está difícil ser professor no Brasil

A Universidade de Sussex, na Inglaterra, divulgou uma avaliação sobre o sistema educacional e a situação das professoras e professores em 35 países. No item respeito ao magistério, o Brasil ficou em último lugar com apenas um ponto de 100 possíveis

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A Universidade de Sussex, na Inglaterra, divulgou na quinta-feira (9) uma avaliação sobre o sistema educacional e a situação das professoras e professores em 35 países. No item respeito ao magistério, o Brasil ficou em último lugar com apenas um ponto de 100 possíveis. A pesquisa entrevistou mil adultos, além de 5.500 professoras e professores em cada um dos 35 países avaliados.

No levantamento de 2013, o Brasil era o penúltimo colocado. Piorou porque a ofensiva conservadora contra as professoras e professores aumenta o grau de estresse da profissão. Cresce a violência, a repressão e a insegurança. Essa pesquisa mostra claramente a pouca valorização da educação pública em nosso país. Querem censurar as aulas, incitando alunos a vigiarem os docentes por causa de uma suposta “doutrinação” que na realidade são aulas baseadas no diálogo e no respeito à diversidade.

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O projeto Escola Sem Partido defende o partido único da falta de pensamento e de inteligência. Quem perde é o mais pobre ficando sem acesso às disciplinas fundamentais para o desenvolvimento da cidadania e da criatividade como Filosofia, Sociologia, Artes e até Educação Física.

Além do mais, reflete a degradação do sistema educacional. Principalmente com o encerramento do ciclo de governos populares e desenvolvimentistas e a ofensiva ultraconservadora para acabar com a educação pública, favorecendo o empresariado desse setor primordial para a evolução da civilização ao cultivar o conceito de cidadania com liberdade e autonomia.

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Veja a pesquisa completa (em inglês) pelo link

Com o desembarque da crise mundial no Brasil, a partir de 2014, o Ministério da Educação (MEC) sofre cortes imponderáveis. Esses cortes se acentuam com o golpe de Estado de 2016 e a subida de Michel Temer à Presidência. Neste ano, o orçamento do MEC está em R$ 103,5 bilhões, quase 12% a menos do orçamento de 2018. Não por acaso, a China comunista ficou em primeiro lugar, ao contrário de países como o Brasil e Argentina que abraçaram o neoliberalismo, sistema a favor dos mais ricos.

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O ministério bloqueou mais de R$ 1,7 bilhão das 63 universidades e dos 38 institutos federais. Isso levou os docentes e os estudantes às ruas e campi universitários contestar esse brusco corte nos investimentos nessas instituições com grande prejuízo à pesquisa e à ciência.

Os golpistas apearam o poder com muita fome do dinheiro do Estado brasileiro. Jair Bolsonaro avança como um rolo compressor para destruir de vez a resistência ao desmonte da educação pública. Com a tese do Estado mínimo, visam a transferência de dinheiro público (nosso dinheiro) para o setor privado. Inclusive abrindo o mercado para estrangeiros.

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Ranking de respeito às professoras e aos professores

Mais

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China -  100 pontos

Malásia -  93 pontos

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Taiwan - 70 pontos

Rússia -  65 pontos

Indonésia 62 - pontos

Menos

Argentina - 24 pontos

Gana - 19 pontos

Itália - 14 pontos

Israel - 7 pontos

Brasil - 1 ponto

Na educação essa prática é inconcebível por se tratar de área estratégica para o desenvolvimento nacional soberano. O Brasil enfrenta um sucateamento da educação pública e uma ofensiva contra os profissionais desse setor. Fica evidenciado o descaso com o serviço público, com a classe trabalhadora e com o país.

O Piso Salarial Nacional do Magistério é de R$ 2.557,74 e ainda muitos prefeitos e governadores se recusam a pagar o piso. As escolas estão abandonadas à própria sorte e os governantes apelam para o sucateamento com objetivo de privatizar.

Pelo levantamento da Sussex, apenas 20% dos pais gostariam que suas filhas e filhos abraçassem a profissão de lecionar. Isso acontece porque a desvalorização profissional, a precariedade das escolas, o salário baixo e a falta de segurança desencoraja a entrada de novas pessoas nessa área.

Essa notícia triste para a carreira do magistério brasileiro nos impinge a ir com mais contundência à luta. O movimento educacional se movimenta e reage. No dia 15 de maio fizemos um ato histórico com os estudantes mobilizamos cerca de 2 milhões de pessoas no país. Agora apoiamos a manifestação estudantil marcada para quinta-feira (30).

 

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