Freire Gomes deveria ter prendido Bolsonaro em flagrante
"É louvável que eles revelem, agora, os detalhes da trama da tentativa de golpe. Mas isso não os exime de culpa. Preso Bolsonaro, não teria havido o 8/1"
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No dia 7 de dezembro de 2022, em reunião clandestina no Palácio da Alvorada, o então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, ouviu, ao lado do presidente da República, Jair Bolsonaro, do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira e do comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, o assessor especial da Presidência, Filipe Martins, ler a minuta de um documento que explicitava medidas ilegais, como a prisão do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, com o objetivo de anular o resultado das eleições.
Isso era, claramente, preparação para um golpe de estado. Freire Gomes se opôs ao teor da minuta, mas não fez o suficiente, deveria ter feito mais: deveria ter dado ordem de prisão a Bolsonaro naquele momento.
Prisão em flagrante por infringir o artigo 359-L (“tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o estado democrático de direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais - 4 a 8 anos de prisão”) e o artigo 359-M (“tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído - 4 a 12 anos de prisão”).
Tanto ele, quanto o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Batista Jr. participaram de no mínimo cinco reuniões em que o presidente da República procurava apoio militar para permanecer no poder, depois de ter perdido as eleições.
O brigadeiro Batista Jr., embora tenha em todas elas deixado claro que não contassem com ele, tal como Freire Gomes, deveria ter feito mais: deveria ter dado ordem de prisão a Bolsonaro.
Mesmo porque os legalistas - ele e Freire Gomes - estavam em maioria: só Garnier topou a ilegalidade.
Tivessem eles mandado prender Bolsonaro, em qualquer uma dessas reuniões ou depois que ele, já ciente que não teria tanques para sua aventura criminosa, disse a apoiadores no jardim do Palácio da Alvorada, a 9/12/2022, que “quem decide para onde vai (sic) as Forças Armadas são vocês”, a tentativa de golpe não teria prosseguido.
É louvável que eles revelem, agora, ao país, os detalhes da trama da tentativa de golpe. Mas isso não os exime de culpa.
Preso Bolsonaro, não teria havido o 8/1.
E não estaríamos agora nesse impasse: está claro que ele cometeu o crime mais grave que um presidente pode cometer contra seu país, mas continua livre, leve e solto até seu julgamento que será realizado sabe-se lá quando.
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