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Ricardo Flaitt

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Ganso e LF9: Reconhecer o erro é o primeiro passo para o acerto

Toda negociação envolve risco e isso implica em perdas e ganhos. Com Luis Fabiano e Ganso o São Paulo perdeu, mas insistir no erro é perder-se ainda mais

Toda negociação envolve risco e isso implica em perdas e ganhos. Com Luis Fabiano e Ganso o São Paulo perdeu, mas insistir no erro é perder-se ainda mais (Foto: Ricardo Flaitt)
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Futebol não é ciência exata. Seres humanos são complexos, por isso, por mais que os dirigentes analisem um atleta para contratação, sempre existirá o risco. Além da complexidade das personalidades, há que se considerar também fatores como o ambiente e as ações do destino, a exemplo de uma contusão, que está distante da possibilidade de previsão. Contratar um jogador não é tão simples e não acontece na mesma velocidade quanto se constituem os desejos dos torcedores.

Sem o sentido pejorativo: em meio a essa ciranda de apostas para a formação de grandes times, em 2011, ainda sob gestão de Juvenal Juvêncio, ao preço de praticamente R$ 20 milhões, o São Paulo acertou a contratação de Luis Fabiano. Mesmo quem não torcia para o São Paulo ficou impressionado com a boa repatriação de Luis para o Brasil, pois o que estava na mente dos torcedores fora a atuação do atacante na Copa do Mundo de 2010, quando o Brasil caiu, mas com Fabuloso deixando os seus.

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Luis Fabiano foi recebido, ovacionado e reverenciado por 45 mil tricolores, no estádio do Morumbi, depois de uma espera de meses por sua recuperação, uma vez que chegara lesionado do Sevilla.

O contexto todo era favorável para que o atacante arrebentasse no São Paulo, mas a história, na prática, é diferente das expectativas. De fato, Fabuloso não rendeu o esperado no Tricolor, não foi o jogador decisivo e destemperou em momentos decisivos para o clube. Tudo isso ao custo de mais de R$ 500 mil mensais.

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Com idade avançada, sem o arranque de tempos antigos, sendo expulso em decisões de campeonato - geralmente de forma banal -, mesmo assim Luis Fabiano ainda goza de um inexplicável torpor reverencial da torcida do São Paulo. Nada contra, mas não dá para entender quando relacionamos bola jogada x custo.

Ganso aportou em 2012, também na gestão de Juvenal Juvêncio, com investimentos do SPFC na ordem de R$ 17 milhões, já que o grupo DIS complementou para a cifra chegar aos R$ 24 mi. Chegou com o status de um grande maestro do futebol brasileiro, herdeiro de uma linhagem dos melhores camisas 10 do futebol brasileiro. Outra contratação que, somando-se a Luis Fabiano e outros bons jogadores, seriam capazes de formar um dos melhores escretes do futebol brasileiro. Também contou com a tolerância da torcida frente às suas contusões.

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Tanto Luis quanto Ganso não aconteceram no São Paulo. E nunca poderão reclamar de que não houve tempo ou paciência da torcida para tentarem colocar em prática o seu futebol. Eles tiveram todo tempo do mundo, tempo que também pode ser considerado com a palavra compreensão. Poucos torcedores foram tão tolerantes. No entanto, a paciência passou dos limites e os torcedores não aguentam mais esperar por um dia que parece não existir, pelo menos no SPFC. A expectativa já virou frustração.

Na vida, para superar um problema, o primeiro passo é reconhecer que o erro. A atual diretoria do São Paulo precisa dar um passo à frente, ter pulso, demonstrar que tem posição e negociar Luis Fabiano e Ganso. Ter posição não significa estabelecer um sentimento de raiva ou autoritarismo– longe disso -, mas deve-se pensar agora na instituição, de forma geral, tomar atitudes com a convicção de que os prazos destes atletas se esgotaram, e tanto o SPFC quanto os atletas precisam de novos ares.

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Como dito, toda negociação envolve risco e isso implica em perdas e ganhos. Com Luis Fabiano e Ganso o São Paulo perdeu, mas insistir no erro é perder-se ainda mais.

Por mais que Ganso e Luis Fabiano ainda ocupem parte dos corações de muitos torcedores, Aidar e Ataíde, como gestores, tem de se pautar pela razão e dar os direcionamentos corretos para o clube, mesmo que para construir o futuro sejam necessárias medidas impopulares neste momento. Ou os dirigentes se impõem neste momento ou a tendência é perder o controle.

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Para alguns fatos que estão diante de nossos olhos, não é necessário o refinamento. Neste caso, no popular, trocaríamos todo esse texto por: "O que era doce, se acabou". Bom, mas se preferires a estatura de um Chico Buarque, como já diz o nome da canção "Trocando em Miúdos": Devolva o Neruda que você me tomou / E nunca leu.

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