Generais derrotam “ala ideológica” do governo
Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia, avalia que Olavo de Carvalho e Carluxo, da ala ideológica do bolsonarismo, "deram as cartas, abusaram do poder de indicar ou derrubar ministros, o que só provocou instabilidade e nada de positivo para o governo". Bolsonaro tenta "desviar o Titanic do iceberg", acrescenta



Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia
Dois episódios recentes sinalizam mudança nos rumos do governo. O número 2 da Casa Civil, Vicente Santini, foi exonerado por Bolsonaro por ter usado avião da FAB no trajeto Davos-Índia, a fim de acompanhar a visita do presidente àquele país.
Logo a seguir, por pressão do filho, Eduardo, Bolsonaro reconduziu Santini ao governo, mas em outro cargo, de menor expressão.
Algumas horas depois, recuou de novo, mandando Santini de vez para a rua, aconselhado pelos generais Augusto Heleno e Luiz Eduardo Ramos.
No dia anterior, Heleno tinha declarado guerra à “ala ideológica” ao propor “descontaminação” no Ministério da Educação e indicar que Abraham Weintraub está com os dias contados no governo.
Diferentemente do que costumava ocorrer, o chefe da “ala ideológica”, Olavo de Carvalho não reagiu às declarações. O outro expoente dessa ala, Carlos Bolsonaro também não se manifestou.
A perda de poder de Carvalho também foi revelada na troca de comando da secretaria da Cultura, outro setor que estava sob suas asas desde o início do governo. Ele sequer foi consultado a respeito do substituto de seu discípulo, Roberto Alvim. Demonstrou insatisfação com a indicação de Regina Duarte, mas esperneou em vão: Bolsonaro manteve a nomeação da atriz.
Depois do primeiro ano em que Olavo de Carvalho e Carluxo deram as cartas, abusaram do poder de indicar ou derrubar ministros, o que só provocou instabilidade e nada de positivo para o governo, a impressão é que os dois generais do governo derrubaram a ambos, com apoio de Bolsonaro, é claro, na tentativa de salvar o mandato ou seja, desviar o Titanic do iceberg.
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