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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Globo e Abril ganharam as eleições

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Em palestra na sede do Instituto Mises nos Estados Unidos, em Auburn, Alabama, há alguns anos, Helio Beltrão Filho presidente do Mises Brasil disse:

“Hoje é carnaval no meu país, o Brasil... os brasileiros estão gozando do seu sagrado direito à felicidade... eu digo no sentido bíblico...”

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Risos discretos. Ele foi em frente: “Com toda a festa que ocorre hoje no meu país, eu escolhi estar aqui, porque a minha festa é aqui”.

Ele é a face mais visível da articulação de direita que grassa no Brasil e faz a cabeça dos brasileiros desde 2005.

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A vitória de ontem, em todo o país, a maior desde a redemocratização não começou a ser articulada há dois anos, com a Lava Jato ou com o impeachment; é produto de um trabalho de formação de opinião iniciado ainda no primeiro mandato de Lula e financiado por corporações de comunicação poderosas, tais como a Rede Globo e a Editora Abril.

O Instituto Mises Brasil, fundado por Hélio Beltrão Filho é, por definição, uma instituição voltada à "produção e à disseminação de estudos econômicos e de ciências sociais que promovam os princípios de livre mercado e de uma sociedade livre". Segundo a revista Forbes, seria um think tank destinado a advogar a adoção do liberalismo econômico no mundo, tal como o Instituto Millenium, sendo parte de uma rede de institutos com o mesmo nome em vários países.

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O brasão do Instituto MisesBrasil lembra imediatamente a TFP - Tradição, Família e Propriedade, organização católica de extrema direita que rondou as cidades brasileiras antes e durante o golpe militar de 64. Até o lema é parecido: “Propriedade, Liberdade e Paz”. A diferença é a inserção do rosto do “patrono” do instituto, o economista austríaco de origem judaica Ludwig Von Mises, de frente e de perfil. A imagem de perfil lembra imediatamente o general Costa e Silva, de quem o pai de Helio Beltrão Filho, ex-presidente da Petrobrás e do Grupo Ultra, foi ministro.

O detalhe moderninho é que o brasão medieval enfeita camisetas, bonés, chaveiros, moletons, adesivos, mochilas, todo tipo de acessórios familiares aos jovens vendidos pelo instituto. Acompanhado de máximas tais como“inimigo do estado”, “privatização total” e “imposto é roubo” o busto de Von Mises também estampa camisetas.

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Outro grupo de direita, o Movimento Endireitar comercializa uma coleção de camisetas com nome muito sugestivo - Vanguarda Popular - que remete, imediatamente à Vanguarda Popular Revolucionária, a VPR de Lamarca e de Dilma Rousseff.  Faz parte da coleção de estampas uma montagem em que um Che Guevara aparvalhado aparece vestindo orelhas de Mickey Mouse.

O Instituto Millenium não vende camisetas nem chaves, vende ideias. O flerte com a direita é explícito. Basta conhecer a lista dos institutos associados: Movimento Endireita Brasil, Mises Brasil, Instituto Ling, Instituto Liberal, Instituto Liberdade, Instituto de Estudos Empresariais... dez ao todo. Ou consultar a lista de livros indicados. O Millenium é composto por Conselho de Governança e Câmaras de Doadores e de Mantenedores ocupados por nomes e empresas tais como Roberto Civita e Grupo Abril, os irmãos Marinho da Rede Globo, Jorge Gerdau Johanpetter, Armínio Fraga, Helio Beltrão Filho.

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O instituto mantém um portal alimentado por 450 colunistas tais como Ives Gandra Martins, Nelson Motta, Marcelo Madureira, José Padilha, Josué Gomes da Silva, Claudia Costin, Bolívar Lamounier, Reinaldo Azevedo, Eurípedes Alcântara, Roberto da Matta, Pedro Malan, Carlos Vereza, Luis Felipe D’Ávila. Carlos Alberto Sardenberg, Demetrio Magnoli, Marco Antônio Villa dentre muitos outros e cujos artigos, comentários, podcasts, vídeos são distribuídos diariamente para milhares de jornais, blogs, rádios, TVs na maioria das cidades brasileiras e que fazem palestras em colégios, universidades, clubes e associações.

É essa força tarefa que há 11 anos fustiga impiedosamente a esquerda, em especial o PT, ataca Lula e que produziu, como seu primeiro fruto, a deposição golpista de uma presidente eleita pela segunda vez e, como segundo resultado, a vitória das forças obscurantistas nas eleições municipais.

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Os candidatos conservadores ganharam não tanto em virtude de sua força pessoal, quanto por pegar carona nas ideias conservadoras e de desqualificação da esquerda marteladas nas cabeças dos brasileiros pela maior rede de comunicação do país jamais formada antes, comandada pela Rede Globo de Televisão e pela Editora Abril.

Elas ganharam as eleições.

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