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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Globo provoca os militares

Moisés Mendes, do Jornalistas pela Democracia, afirma que o editorial do jornal O Globo intitulado "Um golpe que passa do delírio à farsa" é um "desafio aos militares, que contaram com a Globo nos golpes de 64 e de agosto de 2016, mas nunca tiveram o respaldo da organização como suporte político de Bolsonaro"

(Foto: Reprodução | PR)
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 Por Moisés Mendes, do Jornalistas pela Democracia

A grande imprensa vai chegando atrasada à conclusão de que o golpe tão anunciado por Bolsonaro é uma farsa.

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Mas o tom do editorial de O Globo hoje, em que a família Marinho anuncia o esfarelamento do poder de Bolsonaro, é mais do que um deboche de página inteira contra o sujeito que finge governar fazendo ameaças.

O editorial é um desafio aos militares, que contaram com a Globo nos golpes de 64 e de agosto de 2016, mas nunca tiveram o respaldo da organização como suporte político de Bolsonaro.

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A cobertura da Globo sempre denuncia a presença dos generais no entorno de aglomerações golpistas em Brasília e deixa claro que a empresa desistiu de ser cúmplice de desatinos, pelo menos agora, com esses personagens e nessas circunstâncias.

O editorial de hoje tem este título: “Um golpe que passa do delírio à farsa”. É a exaltação da certeza de que Bolsonaro consagrou-se como farsante e não consegue meter medo em mais ninguém.

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Aqui está a parte que interessa. É este o trecho mais importante, a mensagem das organizações Globo, e não só do jornal, aos generais:

“O bolsonarismo entra agora em nova fase, pelo menos em um primeiro momento menos voluntariosa. Diante do que já se sabe e do que está por vir, é natural que todos se perguntem – incluindo militares que emprestam a honorabilidade da instituição ao governo – qual mesmo o objetivo do golpe de que tanto se fala”.

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1O que está por vir é uma referência ao avanço das investigações em torno da família. E a pergunta é dirigida aos militares “que emprestam honorabilidade” ao governo.

O editorial sugere que os militares também devem estar se indagando sobre os objetivos do golpe. O trecho é dirigido a eles, quase como ironia, na seguinte linha: os generais não se perguntam sobre o que Bolsonaro pretende?

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É uma interrogação que ficará solta, enquanto o blefe sobreviver. Mas que se pergunte, mesmo que sem reposta: qual o objetivo dos que se anunciam como golpistas em nome do artigo 142 da Constituição?

A pergunta que o Globo não faz é se existem de fato alas fardadas dos mais próximos de Bolsonaro que defendem o aviso do golpe não como instrumento de medo, mas como algo provável.

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É preciso dizer que a Globo entra tarde no debate sobre a fraude montada em torno da ameaça de golpe, para que não se exagere no tom de bravura.   Também é um bom, nos recados aos militares, que a Globo defina Bolsonaro como um parlamentar medíocre que passou 28 anos na Câmara defendendo os "torturadores do ciclo de chumbo da ditadura".

A Globo que se afasta do golpe deve estar bem informada sobre o poder de cada um dentro e fora do governo, ou não seria tão categórica ao desqualificar a farsa de Bolsonaro.

Já se sabe há meses que a conversa do golpe é uma fraude. Agora tem o carimbo de fraude de quem entende de golpe.

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